Chinesas têm presença incerta no Salão de SP 2016

Baixo retorno e crise econômica afastam montadoras do evento
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Lukas Kenji
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Pequim, China - O Salão do Automóvel de São Paulo deste ano corre o risco de não ter nenhuma marca chinesa entre os expositores. O investimento alto com baixo retorno calculável em momento de crise econômica e instabilidade política é a principal queixa dos executivos para ficarem de fora do evento. O cenário é totalmente o oposto ao de 2010, quando nove fabricantes estiveram na feira.

Dentre elas Haima, Brilliance, Chana, Hafei e Effa Motors já se ausentaram na última edição, em 2014. Chery, JAC Motors e Lifan continuaram na parada na companhia da Geely, mas nenhuma delas confirmam participação em 2016. Pelo contrário. Chery e JAC já confirmaram o não-comparecimento, enquanto a Geely cessou seus negócios no Brasil após dois anos de operações. Já a Lifan busca uma difícil reviravolta no quadro junto à matriz chinesa.

De acordo com o presidente da JAC Motors, Sérgio Habib, uma empresa de porte médio gasta em torno de R$ 1,5 milhão para estar no salão, enquanto companhias maiores têm orçamento de aproximadamente R$ 5 milhões para o evento. “E é muito difícil de estimar um retorno direto da presença no salão”, explica o executivo.

Habib acrescenta ainda que o Brasil mudou muito nos últimos seis anos. Para pior. “Só de 2012 para cá  o mercado caiu pela metade. Esse ano teremos volume de 1,8 milhão e com Dilma ou sem Dilma eu não vejo a situação mudar muito porque quem entrar tem que fazer a lição de casa”, projeta o executivo em meio ao processo de impeachment da presidente da República.

Aliás, a história das empresas chinesas nos últimos anos ajudam a explicar quão drásticas foram as mudanças do mercado automobilístico brasileiro. JAC e Chery anunciaram contrução de fábrica no Brasil em 2012. Porém, ambas tiveram problemas na execução das obras. A Chery terminou a unidade em Jacareí (SP) após vários problemas, como greves dos trabalhadores. A JAC, por sua vez, ainda não conseguiu tirar a construção em Camaçari (BA) do papel.

JOGO DE ESPERA

Além dos problemas econômicos, outras fontes afirmam que existe um certo jogo de espera para tomada de decisões. “Uma empresa só entra no salão se a outra entrar”, comenta uma delas. Por outro lado, há uma pequena temeridade de que uma marca possa guardar o jogo e acabar entrando sozinha no evento. Há um consenso, no entanto, de que isso não deve ocorrer.

De qualquer forma, Habib não demonstra preocupação caso a marca confirme ausência na feira. “A Audi ficou de fora em 2002, foi muito criticada, mas continuou vendendo um monte de carros”, exemplifica.

O fato é que JAC e Lifan, pelo menos, têm lançamentos programados para o período próximo ao salão, que será realizado entre os dias 10 e 20 de novembro. Aliás, os produtos são semelhantes: os SUVs T5 e X60 receberão câmbio automático CVT. O último, que é o carro de origem chinesa mais vendido no Brasil, também terá mudanças estéticas.

Viagem à convite da Lifan Motors do Brasil.

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