Fabricante do Onix, o automóvel mais vendido do Brasil, e marca líder em emplacamentos no país, a Chevrolet está preparando terreno para manter o bom momento - e isso passa pela renovação do hatch compacto, do Prisma e de outros modelos da gama atual, como o Cobalt, a Spin e a picape Montana.
Esses modelos, que hoje compartilham a base do Sonic (lembra dele?), serão construídos sobre uma nova matriz modular nas suas próximas gerações e, para isso, a General Motors, dona da Chevrolet, anunciou investimentos de R$ 4,5 bilhões para a modernização e adaptação das fábricas de São Caetano do Sul (SP), Joinville (SC) e Gravataí (RS).
Esse total integra o aporte planejado de R$ 13 bilhões da companhia no Brasil de 2014 a 2020. A empresa recentemente já havia anunciado investimento de R 1,4 bilhão em Gravataí, enquanto a unidade catarinense vai receber R$ 1,9 bilhão e a planta de São Caetano, R$ 1,2 bilhão.
Atualmente, a fábrica de Joinville produz os motores 1.0 e 1.4 que equipam Prisma (foto abaixo) e Onix (foto acima) e de lá vão sair os propulsores dos novos automóveis da Chevrolet, possivelmente uma unidade 1.0 de três cilindros para as versões de entrada, seguindo a tendência adotada por outras montadoras, como Ford, Volkswagen, Fiat e Hyundai. O motor 1.4 turbo do Cruze, que recentemente começou a ser produzido na Argentina (era importado do México), é outro candidato a ganhar fabricação nacional, com versão aspirada para substituir o 1.4 atual. O Tracker também utiliza esse propulsor turbinado.
Com a nova plataforma, os futuros modelos da Chevrolet estarão preparados para receber novas tecnologias de conectividade e também mais recursos de segurança e assistência à condução, como controles de tração e estabilidade, que serão obrigatórios em todos os automóveis vendidos no país a partir de 2022.
O primeiro modelo dessa nova safra deve ser a segunda geração do Onix, com lançamento por volta de 2020, conforme sinalizou a direção da GM ao anunciar o aporte de recursos para a planta de Gravataí, no começo de agosto. A nova Montana, por sua vez, deve ser derivada do Onix 2 e não mais do Agile, que saiu de linha no Brasil em 2014, juntamente com o Sonic. Também não será surpresa se a nova matriz modular também der origem a um SUV compacto, menor que o Tracker, hoje importado do México.
No release a respeito dos investimentos, a General Motors também indica planos de ampliar as exportações de automóveis para outros mercados, afirmando que os recursos vão preparar a unidade do Mercosul para "se tornar uma plataforma de exportação global" - hoje, o Onix fabricado em São Caetano do Sul é o veículo mais vendido da América Latina, com 2,6 milhões de unidades comercializadas no primeiro semestre deste ano - no Brasil, foram 83.236 no mesmo período.