Mais rápida e mais desafiadora: esta é a nova F-1

WM1 esteve em Barcelona acompanhando os primeiros testes da pré-temporada, onde as dez equipes estrearam seus carros

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Redação WM1
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Se você é daqueles apaixonados por Fórmula 1, aqui vai uma ótima notícia: a categoria passou por uma revolução técnica graças a um novo regulamento que deixou os carros muito mais rápidos, desafiadores e com visual bastante agressivo, lembrando até aqueles clássicos carros de corrida dos anos 1980. E se você é daqueles que acha que o esporte já teve fases mais brilhantes, é melhor perder o preconceito e prestar atenção nos GPs deste ano – são os próprios protagonistas do esporte que dizem isso.

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“Finalmente o regulamento acertou na direção que os fãs e os pilotos gostam: carros mais rápidos, mais ariscos e exigentes. Espero de verdade que esqueçam os últimos anos e vejam esta nova F-1”, disse o bicampeão mundial Fernando Alonso em entrevista após o primeiro teste em Barcelona, onde o WM1 esteve acompanhando a primeira semana de testes da pré-temporada 2017.

Outros dois campeões mundiais engrossam o coro. “É o carro mais rápido que já guiei na F-1”, disse o tricampeão Lewis Hamilton, da Mercedes. “A sensação é incrível dentro do carro”, comentou o tetracampeão Sebastian Vettel, da Ferrari.

Formula 1 Testes
Formula 1 Testes
Crédito: Formula 1 Testes
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Esta incomum unanimidade entre pilotos foi possível graças ao novo regulamento da categoria a partir deste ano. Os carros ficaram maiores (20 centímetros a mais na largura) e ganharam uma liberdade maior na área aerodinâmica, que pode ser vista em asas maiores, longas barbatanas no capô do motor (que haviam sido banidas em 2010) e difusores – itens que garantem maior arrasto aerodinâmico e, com isso, mais performance nas curvas.

Somado a isso, veio outro importante fator em 2017: os novos pneus da Pirelli, com maiores dimensões tanto na traseira (de 32,5 para 40,5 cm) quanto dianteira (de 24,5 para 30,5). Com isso, mais aderência também para os pilotos, que imaginam ser de 4 até 5 segundos mais rápidos por volta neste ano – uma eternidade em termos de F-1.

“É um grande salto, como se fosse outra categoria. O conjunto todo melhorou muito com o novo pacote aerodinâmico permitido pelo regulamento deste ano e com os novos pneus, que tem maior área de contato e, portanto, garantem melhor aderência. Com certeza será um ano em que os pilotos são mais exigidos, e também haverá mais acidentes, até pela maior dimensão dos carros”, disse Felipe Massa em entrevista exclusiva ao WM1 em Barcelona.

 Formula 1 Testes
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Legenda: Formula 1 Testes
Crédito: Formula 1 Testes
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Um dos projetistas de maior sucesso da história da F-1, Adrian Newey revela que o novo regulamento deu maior liberdade aos times, o que pode proporcionar um equilíbrio interessante de forças no campeonato de 2017. “Mesmo nesta primeira semana de contato aqui em Barcelona já pudemos observar muitos conceitos diferentes aplicados em carros rivais. Não necessariamente o que funciona em um modelo funciona no seu, mas certamente as diferentes leituras indicam que há ainda bastante espaço para melhoras”, diz o projetista da Red Bull.

De fato, o então imbatível domínio da Mercedes pareceu finalmente ser quebrado com os bons tempos registrados pela Ferrari. Ainda que Vettel e Kimi Raikkonen possam estar com menos combustível, as soluções aerodinâmicas encontradas pelos italianos chamaram atenção dos rivais em Barcelona. “Acompanhei os treinos nas curvas de alta velocidade e dá para ver nitidamente como a Ferrari está muito bem equilibrada, melhor até que a Mercedes. Não há dúvidas que eles evoluíram”, diz Gary Anderson, que trabalhou por duas décadas como projetista na F-1 e hoje é comentarista.

Em meio a tantas boas notícias, apenas uma preocupação ainda envolve o novo regulamento: a maior dificuldade de ultrapassagens. “Andei atrás de diversos carros e a turbulência que é gerada pelo F-1 que anda a frente pode complicar bastante”, diz Hamilton. “Além disso, os carros estão mais largos e certamente será mais complicado passar em pistas travadas. Em Mônaco, então, será ainda mais difícil”, completa Massa.

A ajuda da asa móvel neste caso pode ser providencial, mas isso só será possível saber com segurança no primeiro GP da temporada, no dia 26 em Melbourne, na Austrália. Mas é fato que a F-1 está muito mais rápida e que os carros são mais exigentes para os pilotos. Se a expectativa de maior equilíbrio entre os times for cumprida, aí sim 2017 vai definitivamente entrar para a história do automobilismo mundial.

Por Rodrigo França, de Barcelona (Espanha)

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