Mais um fator que surge e pesa contra a chegada da VW Tarok. Desta vez, segundo nossos colegas do portal Autología, a picape teria sido descartada pela Volkswagen norte-americana devido ao foco da empresa estar totalmente voltado na eletrificação dos automóveis - já que a montadora ainda enfrenta prejuízos bilionários por conta do escândalo do Dieselgate, que "explodiu" ao público em 2015.
Isso significa que se a VW América do Norte ficar fora da divisão de custos com o desenvolvimento da Tarok, o gasto para produzir e vender a picape seria maior para os outros mercados, caso da filial sul-americana. "Nesse momento, investir em picape de nicho com motor a combustão não faz sentido para nós", disse Duncas Movassaghi, vice-presidente de vendas e marketing da VW lá de cima.
É fato, no entanto, que a Tarok seria relativamente lucrativa para a VW. O protótipo desenvolvido pela empresa e revelado no Salão do Automóvel de São Paulo em 2018 ganhou fãs pelo mundo inteiro por ser feito sobre a plataforma do Polo (a estratégia modular MQB, a mesma de Virtus, Nivus, T-Cross, Taos, Jetta e Tiguan) e ter carroceria do tipo monobloco.
É justamente por isso que a Tarok não foi oficialmente descartada - a Volkswagen do Brasil, quando questionada, diz que não comenta sobre projetos futuros. Na prática, portanto, para virar realidade a picape teria que se enquadrar na nova filosofia global de eletrificação da VW. "Fazer uma picape elétrica menor pode ser possível no futuro", confirmou o executivo em entrevista à Automotive News.
Se não for seguir este caminho, a Tarok deve de fato "subir no telhado", já que, sem a VW da América do Norte no esquema, o custo de desenvolvimento subiria bastante, pois esses gastos passariam a ser divididos somente pelos mercados interessados restantes — afinal, não faria sentido a Volks da América do Norte, uma das maiores do mundo, investir em um modelo que não seria vendido por lá.
Mas, como dissemos, a Tarok oferece a promessa de lucratividade por pertencer a um dos segmentos mais promissores do mundo — e do Brasil, onde a Fiat Toro reina há cinco anos e só vai começar a ganhar concorrentes mais fortes nos próximos anos. Também é sabido que o uso da base MQB, amplamente difundida pela Volks no Brasil, seria um facilitador no negócio financeiramente falando.
No fim das contas, a bela picape que conhecemos no Salão de 2018 não deve rolar - a não ser que a Volks do Brasil e da América do Sul consiga alternativas para bancar seu custo de forma quase independente, o que de fato é muito difícil. Ou que adapte o projeto do carro à estratégia mundial de eletrificação da empresa, o que faria com ela ficasse mais caro que a Amarok na versão mais cara.



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