Câmbio automático: até quantas marchas existem?

Fizemos um resumo com todas as informações conhecidas sobre o sistema de transmissão sem pedal de embreagem

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André Deliberato
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Um dos equipamentos que mais tem se popularizado dentro do segmento de automóveis nos últimos anos é o câmbio automático. Pode reparar: hoje em dia, o item já pode ser visto até nas versões mais caras dos carros de entrada e, logo, deve aposentar a caixa de transmissão manual.

A maior prova disso é a existência de uma campanha, muito conhecida nos Estados Unidos, para que as transmissões manuais sejam salvas - seu nome é "SaveTheManuals", ou "Salvem os Manuais", em tradução literal. De acordo com os organizadores, a iniciativa visa justamente fazer com que os carros com esse câmbio não deixem de existir. A luta deles será em vão?

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Câmbio automático: item de luxo?

Assim como outros equipamentos, a caixa automática "nasceu" em carros de luxo e, aos poucos, começou a se dissipar para modelos de porte e categoria inferiores. Na realidade, quase todas as novidades empregadas em um automóvel acontecem dessa maneira: são inauguradas nos carros mais caros e "descem" gradativamente para os mais baratos.

O primeiro carro equipado com câmbio automático foi um Oldsmobile (marca da GM), em 1940 - a tecnologia havia sido criada pelos brasileiros José Braz Araripe e Fernando Lemos durante os anos 1930, mas só foi implementada em veículos de passeio quase 10 anos depois.

Ainda de acordo com especialistas, o sistema se chamava Hydra-matic e utilizava conjunto banhado a óleo sob alta pressão com... duas marchas.

A Chrysler lançou seu sistema logo em seguida, no mesmo ano de 1940, e o batizou de Fluid Drive Transmission. Já em 1951 a Ford apresentou o conjunto Ford-O-Matic - e ambos também tinham somente duas marchas. Naquela mesma década, a solução chegou aos carros populares da Chevrolet com o nome de Powerglide. Uma terceira marcha, porém, só foi feita em série nos anos 1960.

Oldsmobile 1940 Automático
Oldsmobile de 1940 foi o primeiro carro produzido em série com câmbio automático
Crédito: Reprodução
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Evolução do câmbio automático

É sobre essa evolução que vamos falar: afinal, o câmbio automático pode ter quantas marchas? Vimos que caixas com três relações foram criadas nos anos 1960, conhecemos alguns carros com transmissão automática de quatro, cinco e até seis marchas ao longo das últimas décadas e, recentemente, alguns modelos foram lançados com sistemas de oito, nove e até 10 marchas.

Engenheiros da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade) e também da AEA (Associação Brasileira Engenharia Automotiva) dizem que a tendência é o número de marchas subir cada vez mais. Até como uma forma a mais de melhorar os níveis de emissões e consumo de combustível dos carros.

É importante destacar que muitas caixas de câmbio das últimas décadas utilizam um esquema chamado Overdrive, que eram como acréscimos em relação às marchas mais altas para economia de combustível, mas não uma marcha própria. Isso mudou com a estreia da transmissão automática de oito marchas da empresa alemã ZF, em 2014.

Pouco tempo depois, a mesma desenvolvedora criou uma caixa de nove marchas, que atualmente equipa modelos conhecidos pelo consumidor brasileiro, como Fiat Toro, Jeep Renegade e Compass quando movidos por motores turbodiesel.

E em 2018 surgiu a transmissão de 10 marchas, que hoje está em Ford Mustang, Chevrolet Camaro, Honda Accord e diversos outros carros - atenção: não falamos exatamente da mesma caixa em todos os modelos citados, apenas que todos eles têm esse tipo de transmissão. É a caixa automática com mais relações disponível atualmente em um automóvel de passeio.

Câmbio automático de 10 marchas era algo impensável quando esse tipo de transmissão foi criada, nos anos 1930, e improvável até mesmo uma década atrás, quando a maioria dos carros de luxo ofereciam caixa de seis velocidades. Surpreso com a velocidade do desenvolvimento da tecnologia?

Novo Jac A5 2020 5
Câmbio automático pode ser por conversor de torque, dupla embreagem ou CVT
Crédito: Divulgação
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Para que tantas marchas?

O acréscimo de relações em uma caixa de câmbio serve para vários motivos - e não só para que a velocidade máxima seja maior, como muitos podem imaginar.

A ideia básica da engenharia é fazer com que o regime de rotações do motor esteja sempre o mais próximo possível do ideal em relação ao torque máximo - para que isso resulte no melhor desempenho do veículo com o mínimo de consumo e emissões.

Ou seja, a ideia é manter o motor em uma mesma faixa de rotações, independentemente de o carro estar em uma subida ou em velocidades mais altas.

Tendência é aumentar ainda mais

Acredite, essa tendência deve aumentar ainda mais nos próximos anos. A Honda, por exemplo, trabalha há algum tempo no projeto de um super câmbio de três embreagens e 11 marchas.

Tem mais: alguns fabricantes já estudam a ideia de criar caixas de transmissão de 12 marchas, algo que já existe em conjuntos mecânicos de alguns caminhões.

No projeto da Ford Ranger Raptor, por exemplo, a picape quase foi equipada com câmbio automático de 13 velocidades.

Ford Ranger Raptor
Ford Ranger Raptor foi estudada com câmbio automático de 13 marchas
Crédito: Motoring
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