Da Oficina: Chevrolet Omega é robusto, mas caro de manter

Para baratear, peças podem ser compradas em importadores independentes
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O ano de 1986 marcou o nascimento do Omega, sob a marca Opel subsidiária Chevrolet na Alemanha, acompanhado de um bom pacote tecnológico para a época, com tração traseira aliada à suspensão independente, computador de bordo multifunção, coeficiente aerodinâmico de 0,28 ótimo para a categoria e design inovador.

A versão figurou em solo brasileiro a partir de 1992, nas versões GLS 2.0 Gran Luxo Super e CD 3.0 Confort Diamond, ambos a gasolina. O modelo veio para substituir o Opala, veículo que possuía boa aceitação, porém sofria com o peso dos 24 anos de idade de projeto. Em 1994 a perua Suprema foi lançada, opção esta focada nas grandes famílias. Neste mesmo ano a versão a álcool foi criada.

Em 1995 a Chevrolet aposentou o motor 2.0 brasileiro e o alemão 3.0, pois a 2ª geração do Omega, conhecida como “B” era lançada por lá com disposição dos cilindros em “V”. Surgiram então os motores 2.2 gasolina, que mantinham os 116 cv e cresciam no torque, e o 4.1, este herdado do Opala, porém completamente revisto pela engenharia nacional.

O ano de 1998 representou o término da 1ª geração comercializada por aqui. Para suprir esta lacuna, a Chevrolet decidiu, a partir de 1999, importar da Austrália o Holden Commodore. A Holden também é uma subsidiária da General Motors/Chevrolet.

A estratégia comercial adotada foi a de manter o nome Omega, sendo que esta versão é na verdade a 3ª geração estrangeira, conhecida como “Omega C”. As primeiras unidades iguais à avaliada possuíam motor 6 cilindros em “V” de 3.8 litros e 12 válvulas, derivado da linha Buick. Após 2005, a GM passou a utilizar o 3,6-litros, denominado Alloytec, que está presente desde então.

Check-list

Ao aplicá-lo constatamos avarias no freio de estacionamento, vazamento de óleo do motor e transmissão, ausência do aditivo no líquido de arrefecimento e suspensão.

Através do documento foram gerados para a oficina os serviços acima citados, o que não aconteceria se houvesse a simples e isolada reparação da corrente de comando principal motivo da ida à oficina.

Motor

A família de motores V6 a gasolina que equipa os Chevrolet Omega é robusto e de simples manutenção. O motivo da vinda do veículo à oficina foram os ruídos excessivos provenientes do cofre do motor, em qualquer regime de rotação. Para início de diagnóstico a desmontagem da tampa frontal foi necessária, a fim de verificarmos as condições da corrente de comando, assim como a engrenagem superior, inferior e o tensionador a distribuição e sincronismo são feitos por corrente e engrenagem. Segundo o engenheiro e conselheiro Paulo Aguiar, da Engin Engenharia Automotiva, este é o ponto fraco do motor. “É comum após 100 mil km rodados o conjunto apresentar desgaste excessivo. As folgas ficam tão grandes que a corrente chega a raspar na parte interna da tampa frontal.”

A corrente de comando e as engrenagens superior grande e inferior virabrequim não saem por menos de R$ 2,8 mil na rede autorizada. Uma opção é a compra em importadores independentes. É possível encontrar o conjunto da marca Dana, por exemplo, a um custo de R$ 780. Já o tensionador custa R$ 285 na rede autorizada.

Segundo o manual de manutenção da GM, o motor poderá funcionar com óleo de viscosidade 15W40, 20W40, 15W50 ou 20W50, de classificação API SJ ou superior. O prazo máximo para troca é 10 mil km ou 6 meses, o que ocorrer primeiro. Caso o veículo seja utilizado em trânsito intenso, a quilometragem recomendada cai para 4.000 km ou 3 meses. O modelo avaliado apresentou alta concentração de borra de óleo. Uma limpeza mecânica desmontagem e raspagem foi necessária e, posteriormente, a aplicação do produto Flush para limpeza fina e acabamento.

Havia também um volumoso vazamento de óleo de motor através do retentor do volante desgaste. O filtro de combustível é semelhante ao utilizado nos Corsas, porém a micragem interna do papel é diferente, sendo que ao intercambiá-los o reparador poderá assumir riscos futuros, podendo ocasionar a queima da bomba. Apesar de parecidos externamente, opte pelo correto, destinado ao Omega.

A ignição costuma apresentar problemas a partir dos 70 mil km. No total são três bobinas, sendo uma para cada dois cilindros. Além da queima das bobinas, existe uma placa eletrônica localizada na base e ela é responsável por abrigar as três unidades. A peça costuma apresentar problemas curto-circuito em quilometragem semelhante. É possível encontrá-las separadamente na rede autorizada e no mercado independente, porém segundo o conselheiro Paulo Aguiar, é recomendada a troca da placa e das três bobinas de uma só vez, caso seja identificado problema em apenas uma. A unidade avaliada já havia apresentado defeito nas peças citadas.

O veículo estava desprovido do líquido de arrefecimento, o que ocasionou acúmulo de ferrugem nas partes internas do sistema de arrefecimento. Segundo o conselheiro Danilo Tinelli, da Auto Mecânica Danilo, é comum o radiador apresentar vazamentos por corrosão e nas caixas superior e inferior. O fato foi confirmado pelo conselheiro Francisco Carlos de Oliveira, da Stilo Motores, oficina da zona norte de São Paulo. A bomba d’água também costuma apresentar vazamentos pelo retentor após 80 mil km rodados.

A GM recomenda a mistura de 50% de água pura desmineralizada e 50% do aditivo Long Life Coolant AC Delco código 93 286 309. Não é recomendada a mistura com aditivos a base de etileno glicol, com risco de reação entre as formulações, podendo ocasionar aparecimento de gomas e entupimentos no sistema de arrefecimento.

O sistema de escapamento mostrou durabilidade acima da média, visto a peça ser produzida em aço inoxidável. O abafador central possui gravada a palavra Holden, em menção a respectiva fabricante australiana. Nem mesmo os 25% de álcool adicionados a gasolina nacional foram capazes de ocasionar danos a peça.

Os coxins do motor estavam em perfeitas condições e mostraram ser adequados aos 200 cavalos potência e 31 m.kgf 304 Nm de torque do V6.

Dica: lembre-se de contemplar no orçamento o aditivo do líquido de arrefecimento, pois o esgotamento torna-se necessário para a realização do serviço, assim como a remoção da mangueira superior.

Dica: esta versão possui duas sondas lambdas, em razão de o motor possuir duas bancadas de cabeçotes dispostos em “V”. Caso seja identificado algum problema em uma das sondas, como por exemplo, tempo elevado para a leitura dos gases, aquecimento falho, carbonização, entre outros, é recomendada a troca de ambas. Caso apenas a que apresentou o problema seja substituída, a outra não oferecerá a mesma performance de funcionamento, atrapalhando a resposta do módulo efeito cascata, ou seja, se um sensor não está bem, o comando do módulo para os atuadores também será prejudicado.

Dica: cuidado com apertos excessivos na tampa de válvulas, pois a peça é produzida em plástico e poderá trincar. O torque aplicado no momento da montagem é de 7 a 11 Nm.

Videoendoscopia

A videoendoscopia demonstrou um bom estado de conservação interna dos cilindros, retentores de válvulas e limpeza ausência de crostas na cabeça do pistão e câmara de combustão.

Transmissão

O veículo avaliado possui caixa automática de quatro velocidades, aliás, todas as unidades do Omega australiano possuem esta escolha. O funcionamento estava perfeito.

O fluido hidráulico recomendado pela GM é o Dexron III código AcDelco 93 226 956, num total de 4,8 litros. Apenas o retentor de saída da caixa de marchas luva do cardã apresentou início de vazamento.

O diferencial traseiro requer cerca de 1,7 litro do original AcDelco completar até escorrer.

Segundo o conselheiro Cláu¬dio Cobeio, os Omega aus¬tralianos que passaram pela Cobeio Car, nunca apresentaram problemas na transmissão. Somente para a troca preventiva do fluido hidráulico e óleo do diferencial.

Suspensão

Certamente as condições do asfalto brasileiro não fazem bem à suspensão desenvolvida pelos australianos, pois na unidade avaliada notamos vazamentos nos amortecedores traseiros que haviam sido substituídos aos 60.000km por originais GM, danos nas borrachas das bieletas da barra estabilizadora dianteira e uma terrível “gambiarra” no batente interno da haste em PU, que havia quebrado pela metade e, para não perder o que sobrou, fora adaptada uma abraçadeira em volta da peça.

Os terminais de direção e os amortecedores dianteiros estavam em bom estado.

A parte traseira chamou atenção pela robustez e durabilidade, exceto quanto aos amortecedores, que apresentaram início de vazamento.

A caixa de direção costuma apresentar vazamento de fluido hidráulico através dos retentores. No mercado independente é possível encontrar empresas especializadas neste tipo de recuperação.

Freios

As pastilhas, com meia vida, serão substituídas preventivamente após 5.000km, assim como o fluído DOT 4. O freio de estacionamento estava desregulado, com 10 dentes. O restante do conjunto estava em perfeitas condições, isento de vazamentos e empenamentos. Todos os modelos australianos possuem ABS de série.

Habitáculo

O funcionamento dos botões e comandos estava ok. Um fato curioso e que chamou atenção ao testar o freio de estacionamento freio de mão foi a posição da alavanca. Ela fica do lado do passageiro, dificultando o acionamento. O fato deve-se ao projeto ser originado na Austrália, país onde a direção é do lado direito!

Índice de Durabilidade e Recomendação

O Chevrolet Omega 3.8 V6 foi avaliado pelo conselho editorial do jornal Oficina Brasil como um veículo robusto e de manutenção cara. Por isso, a nota média foi 6,9 em escala de zero a 10.

É um carro luxuoso e, por isso, recomendado pelo conselho editorial, apesar do elevado custo de manutenção.

Na avaliação, são observados os seguintes itens:1 Tempo de serviço – facilidade de acesso aos principais sistemas motor e câmbio, suspensão, direção, freios e parte elétrica.
2 Disponibilidade de peças no mercado de reposição concessionárias e lojas de autopeças.
3 Custo de peças concessionárias e lojas de autopeças
4 Durabilidade dos componentes.
5 Nível de tecnologia.


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