Da oficina: Fiat Brava tem manutenção controversa

Motor desregulado e fragilidade na suspensão aos 68 mil
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– Foram quatro anos nas revendas da Fiat e poucas vendas para comemorar. Fabricado na unidade da marca italiana em Betim MG entre 1999 e 2003, o Fiat Brava nunca foi um sucesso. Como o Marea, modelo do qual deriva, o hatch é alvo de polêmica entre os reparadores: a maioria das questões gira em torno dos motores 1.6 16V das versões SX e ELX e 1.8 16V da esportiva HGT.

Inicialmente equipado com um propulsor de 99 cv importado da Argentina, o Brava ganhou, em 2001, um novo motor também 1.6 16V vindo da Itália – mais potente, ele desenvolvia 106 cv. Desde então, a mecânica do modelo, tida como muito frágil por alguns reparadores e elogiada por outros, tem se destacado como uma das mais polêmicas do mercado.

Atentos a essa demanda por informações, os consultores do Oficina Brasil elegeram como primordial um raio-x do modelo. Para desvendar seus mistérios, selecionamos um Brava 1.6 16V SX 2002 com 68 mil quilômetros rodados. Acompanhe.

Motor

Ao chegar às mãos do engenheiro Paulo Aguiar, consultor responsável pelo Teste do Reparador, o Brava apresentava alto consumo de combustível. De acordo com a proprietária do modelo, Isis Steffans, o Fiat apresentou problemas em uma viagem ao litoral. Após abastecer com gasolina que acredita ser adulterada, a proprietária sentiu problemas no funcionamento do motor e parou o carro, acionando a seguradora e voltando com o automóvel guinchado para São Paulo.

Na oficina, a constatação: saturado com as impurezas da gasolina, o filtro de combustível acabou entupido. Para solucionar o problema, não basta apenas trocar o filtro. Como a peça é acoplada à bomba de combustível, é necessário trocar o conjunto completo, que custa R$ 1.376,86 nas concessionárias da marca. Alguns reparadores adaptam um filtro Mann WK58 externamente para que a troca da bomba não precise ser feita. De acordo com a Fiat, o filtro só deve ser trocado quando a vida útil da bomba se esgotar.

No analisador de gases, outra irregularidade: o Brava emitia 3% de CO, enquanto o normal é um índice inferior a 0,5%. Para solucionar o problema, as velas, encharcadas e com eletrodos gastos, foram substituídas por um conjunto Bosch SP20, mesma marca dos novos cabos.

Desmontados, os bicos foram equalizados a reparação foi realizada com a peça aquecida a 60º, como é recomendado, já que estavam pulverizando o combustível de forma irregular, desperdiçando gasolina e poluindo mais que o normal.

No modelo testado, a bobina não apresentou problemas, mas é um item que deve ser checado com muita atenção pelo reparador. "É comum recebermos Brava com problemas de bobina", afirma o consultor Carlos Alberto Moraes, da Motorzoom Reparação Automotiva. "Já tive problemas com o módulo de comando centralina por causa do ar-condicionado", completa o consultor Cláudio Cobeio, da Cobeio Car.

Como o modelo testado já havia ultrapassado a barreira dos 60 mil quilômetros e nunca teve a correia dentada trocada, a peça foi substituída com o tensionador. De acordo com os consultores do Oficina Brasil, é recomendável que essas peças sejam substituídas por outras originais no Brava 1.6 16V. Foram substituídos também os filtros de ar, óleo e pólen, localizado na moldura do pára-brisa, à frente do capô.

Equipado com a injeção eletrônica Magneti Marelli S9FB, o Brava tem sistema de comunicação entre as partes eletrônicas do veículo chamado Ve.N.I.C.E veículo com sistema integrado de controle eletrônico, do inglês Vehicle Net With Integrated Control Electronics, que opera com protocolo CAN de comunicação e apresenta serial de baixa velocidade.

Como vantagens, o sistema apresenta redução de chicotes e conectores. O chicote do sistema de injeção, aliás, é responsável por um problema incômodo do Brava. "A marcha lenta pode ficar acelerada quando o carro está em movimento, causando certo transtorno ao motorista", explica Aguiar. "Nesse caso é preciso verificar o chicote e trocá-lo, caso necessário."

Freios e suspensão

Tudo certo com o Brava, que teve pastilhas e discos de freio trocados aos 50 mil quilômetros. As lonas também não apresentavam desgaste, mas os cilindros de roda apresentavam vazamentos e foram trocados. O fluido de freio também foi substituído, e a especificação usada foi a DOT4.

De acordo com a proprietária do modelo, a suspensão apresentava barulhos desde 45 mil quilômetros, mas os amortecedores, bandejas e bieletas foram substituídos apenas 10 mil quilômetros depois. Segundo ela, o modelo nunca foi exigido em condições como estradas de terra para apresentar desgaste prematuro.

Opinião de outros reparadores sobre o Fiat Brava 1.6 16V

O Brava 1.6 16v tem estilo bem arrojado, excelente mecânica e sistema de injeção bem funcional. É um veículo que apresenta dificuldade de acesso às peças do motor. Devemos ter cuidado especial na troca da correia dentada e na retirada dos eletro-injetores que quebram com facilidade.Para finalizar é um excelente veículo.
Spider

Tanto o Brava quanto o Marea com esta motorização são um problemão na hora do reparo. Isso por conta dos preços e das disponibilidades das peças no mercado automotivo.Tecnicamente não há grandes desafios para os consertos que possam vir a dar no motor ou na injeção.
Carrasco

Um ótimo carro, possui mecânica simples e sem segredos, necessita de cuidados especiais na sincronização da correia, já que a marcha lenta é muito sensível. A limpeza de bicos requer atenção, pois o acesso é difícil; e os conectores, fracos. A troca da embreagem não tem segredos, mas dá trabalho! Problemas mais comuns que passam por aqui são o radiador do ar quente, que fura sem explicações, a boa e velha bieleta de suspensão e os batentes da suspensão traseira. A única queixa é o preço das peças. Sou proprietário de um ELX, na hora de ir pro balcão dá medo...
Pacheco

Um detalhe: o motor do 1.8 16V que equipa o Marea SX é o mesmo do Brava HGT. O 1.6 16V que equipa os modelos SX e ELX do hatch é o mesmo motor da linha Palio. Em 2002, o motor muda pouca coisa, um melhor acerto para torque em baixas rotações. Motor elástico, forte em várias faixas de giro, gastão. Acho o câmbio um pouco duro. A Fiat errou na linha Luxo, carros problemáticos e o valor despenca cada vez mais. Totalmente ao contrário dos populares, qu são robustos, duráveis e de fácil manutenção.
Renato Araújo

Adoro esse carro e a mecânica dele. O Brava é um carro muito bom, de mecânica fácil, peças com preços acessíveis e injeção excelente.
Alexandre BH Minas



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