Da Oficina: Fiat Doblò sofre com alta quilometragem

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– Quando se fala em manutenção, costumamos sempre abordar modelos mais comuns no cotidiano do reparador, como Volkswagen Gol, Fiat Palio, Ford Fiesta etc. Não podemos nos esquecer, porém, de que carros que não apresentam grande volume de vendas, como os modelos que possuem motores acima de 1.8, representam cerca de 30% do movimento de muitas oficinas e, portanto, suas informações são de grande importância.
Esse é o caso do Fiat Doblò 1.8 Flex, que utiliza o mesmo conjunto de motor e câmbio de Palio e Stilo, mas tem suas peculiaridades. Buscando desvendar os mistérios da multivan, o Oficina Brasil realizou uma inspeção completa em um modelo 2005, utilizado de forma comercial, com 140 000 km rodados.

Motor

Rodando com o motorista profissional Osvaldo Bueno desde zero quilômetro, a Doblò sempre utilizou GNV Gás Natural Veicular. Cuidadoso, Bueno faz questão de revisar seu veículo a cada 15.000 km. Isso, porém, não eliminou a necessidade de algumas intervenções antes desse período. Em função dessas manutenções, o veículo apresenta uma extensa lista de peças substituídas em revisões anteriores, como bandejas de suspensão, buchas dianteiras e traseiras e coxins de motor, entre outras.

Devido ao intenso uso do GNV, os bicos injetores apresentavam uma diferença de aproximadamente 20% em seu jato. Depois de limpos, esse descompasso caiu para menos de 8%. O TBI, impregnado com óleo, também passou por uma remoção de resíduos, a peça, inclusive, já foi substituída duas vezes antes desta revisão.

Velas, cabos, óleo lubrificante e filtro de óleo também foram trocados no modelo avaliado. O líquido de arrefecimento foi substituído após a limpeza do sistema, pois não havia mais aditivo na água e o proprietário não se recordava de ter realizado tal serviço.

A correia dentada e as demais correias do motor foram substituídas em dezembro de 2007 depois de apenas 15 mil quilômetros de uso e somente verificadas nesta ocasião. Em função do uso para o trabalho, a Doblò já está em seu terceiro conjunto de embreagem, sendo que o último foi instalado em dezembro. Nesta revisão, a equipe do Oficina Brasil realizou só a troca do óleo do câmbio. A bateria foi outro item substituído há 9 meses, já que não era mais capaz de segurar carga.

O escapamento do modelo da Fiat foi trocado quando o veículo tinha 30 mil quilômetros rodados devido a problemas no catalisador. Mas como o carro ainda estava em garantia nessa época, o serviço foi realizado em uma concessionária sem custo para o cliente.

Suspensão

A suspensão dianteira já havia sofrido substituição de peças há apenas 30 mil quilômetros. Foram trocadas as bandejas, pois os pivôs e buchas já estavam desgastados e sem as mínimas condições de uso, e as buchas da barra estabilizadora.

Na parte traseira, após a última troca das buchas dos feixes de mola, ocorrida há seis meses, os reparadores encontraram essas peças em péssimas condições e foram obrigados a substituí-las novamente. Os amortecedores colocados há 70 mil quilômetros ainda estavam em condições de uso, o que poupou o cliente de mais esse gasto.

Freios

O conjunto de discos e pastilhas dianteiro teve de ser substituído, pois os discos já apresentavam desgaste acentuado, apesar de as pastilhas ainda contarem com material de atrito.
Na parte traseira, os cilindros de roda foram substituídos, pois suas coifas já estavam desgastadas e havia o risco de entrada de sujeira, contaminando o fluido e causando vazamentos. Outra peça trocada foi o regulador automático das lonas do freio direito, que estava com suas travas quebradas, deixando o veículo sem ação nesse conjunto. O sistema todo foi limpo e recebeu fluido novo.

Caixa de Direção

Esta peça foi trocada com 130 mil quilômetros no modelo devido aos barulhos que já apresentava. Um item que tem desagradado muito aos proprietários do Doblò Adventure é o suporte do estepe, que é pesado e provoca rachaduras na porta e no suporte de sua fechadura. O veículo avaliado, inclusive, já havia passado por duas soldas até que o proprietário resolveu o problema realocando o estepe no interior do porta-malas.
Outra queixa comum dos proprietários e reparadores é a dificuldade de encontrar peças originais para este veículo. Em casos extremos, os itens chegam a demorar até três semanas.

Dica 1 - Os amortecedores da Doblò devem ser verificados a cada 10 mil quilômetros e mais minuciosamente a cada 40 mil quilômetros, prazo limite para sua substituição.

Dica 2 - Alinhar o veículo a cada 10 mil quilômetros ou três vezes por ano é essencial para preservar os pneus e componentes da suspensão da Doblò.

Dica 3 - Recomenda-se verificar buchas e batentes da suspensão traseira, pois há histórico de desgaste constante destas peças, principalmente se o veículo rodar com carga próxima a máxima permitida. As molas traseiras também costumam arriar pelos mesmos motivos.

Dica 4 - Verifique a regulagem das lonas de freio a cada 20 mil quilômetros, pois a folga das lonas pode ficar muito grande e ocasionar vazamentos internos nos cilindros de roda.

Dica 5 - Não retifique os discos de freio. Além do risco de quebra, essa prática gera ruídos e trepidação no pedal.

Dica 6 - Não deixe de verificar os cabos do trambulador nas revisões, pois muitos reparadores encontram meios de fixarem o cabo danificado sem fazer sua substituição. Caso isso ocorra, a alavanca de câmbio fica fora de sua posição correta.

Dica 7 - Antes de condenar a caixa de direção por barulho no acionamento, substitua seu óleo pelo lubrificante original recomendado pela fabricante. Como a caixa da Fiat possui especificações que nem todo óleo consegue suprir, essa é uma prática fundamental.

Dica 8 - As Doblòs têm apresentado problemas no TBI em vários veículos reparados pelos consultores do Oficina Brasil e todos foram obrigados a substituir a peça. Essa anomalia é agravada quando o veículo utiliza GNV como combustível.

Dica 9 - Importante para o reparador que trabalha com veículos movidos a GNV - para descobrir se o gás está contaminado com óleo, é preciso verificar a capacidade do tanque constantemente. Se o espaço cair, isso indica que o local destinado ao GNV está ocupado pelo óleo, geralmente proveniente do compressor do posto de abastecimento.


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