Da Oficina: Fiat Stilo passa por avaliação de reparadores

Avaliado aos 60 mil km: motor robusto, suspensão nem tanto
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– Seguindo a tradição, a oportunidade de opinar e discutir informações técnicas sobre os modelos que estão chegando às oficinas independentes, analisamos Fiat Stilo 1.8 8V 2003 com 60 mil km rodados.

Sob o capô, a primeira vantagem: com mecânica robusta, o hatch médio da marca de origem italiana utiliza o motor Powertrain de 1.8 litro de capacidade cúbica, mesmo usado no Palio e no Corsa. Manutenção sem mistérios e diagnósticos facilitados pela rede CAM, que transmite os dados de funcionamento com maior precisão. Entre bandejas e terminais de direção, porém, alguns desgastes prematuros. Confira.

Motor

Robusto e resistente, o Powertrain 1.8 de 8 válvulas já é um velho conhecido de qualquer reparador. No Stilo, ele conta com um reservatório de óleo com capacidade para 3,5 litros cárter e filtro – o lubrificante recomendado pela Fiat é o SAE15W40– ¬ e conjunto de arrefecimento de 7,0 litros, dos quais 30% devem ser de aditivo e os 70% restantes de água.

O câmbio e o diferencial precisam de 1,98 litros de óleo Tutela ZC75FF para funcionar perfeitamente em conjunto com o propulsor, cujo bloco é feito de ferro fundido; o cabeçote é de alumínio. O coletor de admissão, também construído de alumínio, possui borboleta com acionamento eletrônico o chamado sistema Drive By Wire. O coletor de descarga, confeccionado de ferro fundido, é protegido por um defletor de calor feito de alumínio.

Quando chegou à Engin Engenharia Automotiva para ser avaliado, o Stilo apresentava vazamento de água no vaso expansor reservatório do radiador. Havia três pontos de fuga, ocasionados pela folga entre as mangueiras e os conectores em função da falta de regulagem de pressão das braçadeiras, que foram trocadas por outras reguláveis e resolveram o problema.

Ao realizar a troca de óleo e filtro do lubrificante, outra irregularidade. Quem trocou o filtro antes apertou demais, esmagando a borracha de vedação e fazendo com que uma parte dela ficasse exposta, causando um pequeno vazamento de óleo, explica o engenheiro Paulo Aguiar, consultor do Oficina Brasil.

Outra reclamação do proprietário era a luz de pressão do óleo piscando no painel, anomalia causada pela falta de aterramento da peça, o que pode resultar em panes ainda maiores, como irregularidade no marcador de combustível. Com os eletrodos gastos, as velas foram substituídas por modelos BKR6EKC, da NGK. Os cabos também acusavam perda de corrente e foram trocados.

A Fiat recomenda a substituição da correia dentada a cada 60 mil km. Como o Stilo avaliado ainda não havia ganhado uma nova peça, ela foi trocada junto com o tensionador, recomendação sempre segura nesses casos.

Durante a passagem pelo aparelho de scanner, chamou a atenção o alto nível de emissão de CO monóxido de carbono, em torno de 0,9% – a Fiat recomenda o número não passe de 0,5%.

Com a equalização dos bicos injetores, que estavam totalmente desregulados, o número baixou para apenas 0,1%. Quando há alto nível de emissão de CO, significa que há muito combustível que não está sendo queimado pelo motor, esclarece o engenheiro Aguiar, que também indicou a limpeza da borboleta como um dos fatores que auxiliou na melhora do nível de emissão de poluentes.

Como peculiaridade, o Stilo apresenta filtro de combustível acoplado à bomba, dentro do tanque. De acordo com a montadora, ele não precisa ser trocado periodicamente e deve apresentar a mesma durabilidade do injetor. No caso de um reparo apenas no filtro, porém, será preciso desembolsar R$ 821 para comprar a peça completa.

Se o problema for na unidade de comando da injeção eletrônica, o reparador poderá encontrar a peça fabricada pela Delphi com o código HSFI 2.3 junto ao painel corta-fogo. Uma vantagem dessa unidade é contar com dois conectores elétricos: um para gerenciar os componentes localizados sob o capô e o outro para comandar o interior do veículo. A troca do filtro de ar é muito simples e acessível, bastando remover a tampa da peça e o elemento filtrante, mas a substituição do filtro de pólen exige a retirada do porta-luvas.

Suspensão

Eis aqui o calcanhar-de-aquiles do Stilo. Com 60 mil km rodados, ele apresentou desgaste prematuro de alguns componentes da suspensão. As bandejas já haviam sido trocadas aos 40 mil km, mas precisaram ser substituídas novamente. As buchas, rasgadas, e os terminais de direção, com folga, deram lugar a novos componentes.

Os amortecedores já não tinham a eficiência necessária para que se rode com segurança e também foram trocados. “Como o proprietário do carro circula com certa regularidade por estradas de terra e colocou rodas de 16 polegadas as originais têm 15 polegadas, certamente a suspensão foi mais prejudicada do que o normal, mas, mesmo assim, ainda acho que o conjunto é um pouco frágil”, aponta o consultor Paulo Aguiar.

Freios

Com pastilhas e discos trocados há pouco mais de 10 mil km, o conjunto de freios estava com as peças em perfeitas condições, não fosse pelo fluido de freio, umedecido pelo uso prolongado – nunca foi trocado.

Com sua substituição, o pedal ficou mais macio e eficiente. O diâmetro do disco é de 257 mm e ele não pode ter espessura inferior a 20,5 mm.

Dica 1
É importante que o reparador fique atento a válvula de equalização do sistema de freio. Como ela não dispõe de proteção, pode acumular sujeira e ter a eficiência comprometida.

Dica 2
Como é equipado com tuchos hidráulicos, o motor possui ajuste automático da folga das válvulas.

DERRAPAMOS: Ao contrário do que o texto dizia, o motor 1,8-litro do Stilo não é o mesmo usado no Astra. O texto já foi corrigido.

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