Da oficina: Palio Weekend 1.6 16V, um carro cercado de polêmicas

Confira o que é verdade e o que é mito a respeito da manutenção desta perua

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Oficina Brasil
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– A equipe do Oficina Brasil voltou seu foco para um modelo mais popular, mas que, nem por isso deixa de atender às necessidades de quem busca espaço para a família: a perua Fiat Palio Weekend 1.6 16V ano 2002.

Com 70 mil km rodados, ela colocou à prova a resistência de seus componentes mecânicos e a durabilidade de um veículo consagrado no mercado nacional. Alvo de polêmicas em torno da grande dificuldade de acesso às peças do motor - a troca da correia dentada, por exemplo, é apontada como um parto pelos reparadores -, o modelo não é considerado um carro concebido para facilitar o trabalho dos mecânicos. Confira avaliação:

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Como de praxe em nossas avaliações, o carro foi submetido às medições de um scanner para analisar se os parâmetros de funcionamento estavam dentro das especificações indicadas no manual técnico.

Paulo Aguiar, consultor do Oficina Brasil, deparou-se com um veículo completamente desregulado e com parâmetros de funcionamento fora do padrão. “Conversando com o dono do Palio, descobrimos que ele havia feito a lavagem do motor, o que ocasionou a umidificação dos sensores, fazendo com que o veículo apresentasse falhas intermitentes, morrendo e acendendo a luz da injeção eletrônica”, avalia Aguiar.

“Para resolver o problema, desconectamos os sensores MAP, TPS, IAC motor de passo, de temperatura e de rotação e passamos o chamado limpa contato para que eles voltassem a atuar normalmente”, esclareceu o consultor.

Fica o alerta para que os proprietários e reparadores evitem essa prática. O uso de máquinas de alta pressão pode prejudicar e estragar diversos componentes - a unidade de comando Magnetti Marelli IAW 49NF do Fiat Palio a injeção eletrônica também é fabricada pela indústria de origem italiana, que quase foi inutilizada, custa R$ 700 para ser substituída, e em outros automóveis pode chegar a mais de R$ 3.000. Há alguns anos, as empresas que produzem os sistemas desenvolveram blindagens contra a umidade. Mesmo assim, é recomendável evitar a lavagem do propulsor, pois elas não fazem milagres.

Com tudo resolvido, voltamos ao teste. Na hora de remover os bicos injetores para a limpeza - o proprietário do carro reclamou do consumo excessivo. A medida foi tomada para amenizar o problema -, a primeira dificuldade: como a flauta fica localizada abaixo do coletor de admissão, é preciso remover a peça, feita de plástico e, em seguida, retirar o suporte de alumínio.

Após a equalização, o alto consumo de 6,5 km/l melhorou para medianos 8,5 km/l em circuito urbano, ainda assim um número alto para um carro compacto com motor de 1.6 l. No sistema de alimentação também foi trocado o filtro de combustível, já saturado por ter passado do prazo de troca.

As velas, com eletrodos gastos, foram substituídas por novas da marca Bosch, modelo SP20. A correia dentada, apontada como uma das grandes dificuldades de reparação no compacto da Fiat, já havia sido trocada aos 57 mil km, assim como o tensionador dela. O preço da correia original é de R$ 160. No mercado de reposição, uma equivalente da marca Dayco pode ser comprada a R$ 96.

O segundo componente tem preços respectivos de R$ 200 e R$120 marca SKF. É recomendável sempre conferir com gabarito e relógio comparador a mudança da correia e do tensionador pois, se o motor ficar fora de ponto, as 16 válvulas podem empenar e causar um prejuízo ainda maior do que ocorreria em um carro com comando de 8 válvulas.

Freios

Nesse item, outra reclamação do proprietário do carro. Como já havia trocado as pastilhas em uma promoção oferecida pela seguradora da qual é cliente ele comprou os discos da marca Varga e aproveitou para substituir o conjunto do sistema dianteiro, estranhou que o freio estivesse vibrando.

Ao desmontar as pinças, foi observado que o disco estava empenado. Isso ocorreu porque as pastilhas fornecidas eram para o modelo 1.0 do Palio. Com área de atrito menor, elas superaqueceram e causaram o problema, resolvido com a retífica do disco a espessura de 19 mm após o reparo ainda estava superior aos 18,5 mm mínimos recomendados pelo fabricante e a troca da pastilha. O fluído de freio DOT 4 também foi trocado.

Suspensão

Ao andar com o carro, os barulhos em ondulações e principalmente em lombadas eram altos. O motivo eram as buchas de bandeja rasgadas e pivôs com folga, em conseqüência dos buracos. As peças foram substituídas. Os amortecedores, trocados aos 48 mil km, estavam ok.

Dica 1

Na injeção eletrônica da Fiat Palio Weekend 1.6 16V, o sensor MAP é integrado ao de temperatura do ar, localizado no coletor de admissão, feito de plástico. O sensor de temperatura do motor fica próximo à válvula termostática. Esse mesmo dispositivo informa a temperatura à unidade de comando e ao painel, ou seja, faz uma dupla função e elimina uma peça, facilitando o trabalho de reparação.

Dica 2

A Fiat trocou, em garantia, os corpos de borboleta que tinham sensores de posição de borboleta TPS da Panasonic por outros da marca CTS. Em caso de pane nesse dispositivo, a marca pode trocá-lo gratuitamente. Portanto, sempre que o reparador for comprar essa peça, é importante verificar se ela é da CTS a marca fica legível, mais recomendável do que a da Panasonic não legível no sistema.

Opinião dos reparadores sobre o Palio 1.6 16V

“Muitos Palio 1.6 16V têm problema de alto consumo de gasolina. A solução para isso é sempre manter os bicos injetores limpos. Um cuidado importante é não colocá-los de volta no motor ainda aquecidos logo depois de serem tirados do equipamento que faz a equalização, pois eles podem sofrer choque térmico e quebrar ou ainda deformar o coletor, causando falsas entradas de ar. Além disso, é bom sempre limpar o corpo de borboleta e o sensor MAP, pois ele pode estar sujo e prejudicar a leitura do sensor pela unidade de comando, gerando mistura pobre e estouros. Não é bom alterar a regulagem do corpo de borboleta para solucionar problemas. Dificilmente ela voltará ao normal depois”, Danilo Tinelli, Auto Mecânica Danilo

“Um dos problemas recorrentes da linha Palio é a quebra do suporte da alavanca de câmbio. Quando isso acontece, não é possível engatar a 2ª, 3ª e 4ª marchas. A bobina de ignição também apresenta falhas intermitentes algumas vezes. Sempre que for substituir essa peça, é recomendável trocar também os cabos de vela”, Celso Cuofano, Oficina Cuofano.

“Já recebi muitos Palio com problema de borra de óleo por causa da troca fora do período recomendado. O ideal e trocá-lo a cada 5.000 km. É bom sempre trocar a água do radiador e o líquido de arrefecimento, pois a ferrugem acaba oxidando o selo do bloco do motor e causando vazamentos”, Joacir Maraccini, Oficina Maracinni.

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