Jaguar F-Type 2.0

Aceleramos o Jaguar F-Type com motor 2.0

Propulsor de 300 cv é mais eficiente em termos de economia de combustível, mas peca no essencial: esportividade


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Lukas Kenji
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O F-Type é o que de mais moderno a Jaguar possui em termos de esportividade. Dono de ronco inconfundível, capô longo, centro de gravidade baixo e desenho agressivo, o superesportivo é o sucessor do lendário E-Type, ícone dos anos 1960. Não seria anormal, portanto, que os fãs mais tradicionais do felino torcessem o nariz em relação à decisão da marca de lançar uma versão 2.0 de quatro cilindros.

O movimento de elaborar motores menores com boa entrega de potência e eficiência energética já é uma tendência, mas não é assunto vencido. Os entusiastas mais conservadores ainda fazem questão de um motorzão cheio de cilindros que não tenha outra preocupação a não ser entregar o máximo de potência, não importando quantas toneladas de gás carbônico sejam despejadas no meio ambiente.

Justamente a busca por um propulsor velocista, porém, econômico pautou a Jaguar no desenvolvimento do Ingenium 2.0. Capaz de entregar 300 cv e 40,7 kgf.m, ele também equipa outros modelos do grupo Jaguar Land Rover, como o Range Rover Velar, recém lançado na Europa – no Brasil, ele chega em novembro, mas sem esta opção de motor. Tal bloco emite 163 gramas de CO2 por quilômetro rodado e é 16% mais econômico em relação ao motor V6 de 340 cv que também está disponível na linha F-Type.

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 Jaguar F-Type 2.0
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Legenda: Jaguar F-Type 2.0
Crédito: Jaguar F-Type 2.0
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Nós, do WM1, acreditamos que é possível encontrar diversão até em motores 1.0. Mas, um carro com uma representatividade tão grande como o F-Type - encarregado de peitar o reich alemão formado por Audi R8, Mercedes-AMG GT e, sobretudo, por Porsche 911 - não poderia ter uma versão de entrada tão desproporcional (no sentido negativo).

Esportivo ou carro de passeio?

O propulsor Ingenium pode até ser o quatro cilindros mais potente da história da Jaguar. Mas está longe dos 381 cv encontrados no Mercedes-AMG A45, o quatro canecos de produção em massa mais potente do mundo. Isso, é claro, interfere na aceleração de 0 a 100 km/h. Enquanto o alemão cumpre o desafio em 4,2 segundos, o F-Type o faz em 5,4s.

Isso quer dizer que o F-Type não é divertido? Pelo contrário. Qualquer cupê de dois lugares rápido e socado no chão é capaz de arrancar sorrisos do condutor logo na primeira vez em que o pé direito encostar no assoalho. No caso do britânico, não é diferente, ainda mais nas estradas esguias e de asfalto impecável de Alesund, na Noruega.

No entanto, a falta de explosão do motor acarreta em um comportamento extremamente dócil para um esportivo. Às vezes, a impressão é de guiar um simples carro de passeio baixinho. Não há explosão contra as costas, portanto, os calafrios são escassos.

Quem ajuda a salvar o rolê e é responsável por boa parte do entretenimento do modelo é o sistema de escapamento. Assim, como nas versões mais potentes, o ronco pode ser ampliado por meio de um botão localizado no console central. Vale a pena ouvir cada pipoco.

Mas o grande mérito do F-Type 2.0, fica a cargo dos modos de direção, que realmente alteram o comportamento do carro por ajustarem o desempenho de direção, suspensão e do câmbio automático de oito velocidades, que é bastante permissivo e deixa o motorista reduzir de marcha sem parcimônia.

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Crédito: Jaguar F-Type 2.0
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Tendo como base o mercado britânico, o F-Type 2.0 custa 40.691 libras esterlinas, o equivalente a cerca de R$ 165.400. Ele é presença certa no Brasil, mas ainda não tem data definida para chegar às lojas.

Ele já carrega alguns retoques visuais, como faróis com novo grafismo interno, além de para-choques dianteiros com aberturas de ar mais estreitas. Por dentro, a novidade é uma central multimídia com layout atualizado, mas que ainda está a alguns passos de telas mais modernas do grupo Jaguar Land Rover, vistas em modelos como o F-Pace.

O F-Type tem um dos desenhos mais antigos, em comparação à gama Jaguar que passou por uma importante atualização nos últimos anos. É possível que o superesportivo ganhe uma nova geração nos próximos dois anos.

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Conclusão

É louvável que um modelo inalcançável para muitos tenha uma versão mais acessível. Porém, o F-Type é uma grife. Foi feito para ser exclusivo. Encaixa naquela máxima: se uma bolsa Louis Vuitton for popularizada, vai perder valor de mercado e deixará de ser atraente. Logo, o Jaguar deve ter um tratamento especial porque está localizado em uma categoria que está a apenas um passo das aberrações esportivas feitas por Ferrari, McLaren e Lamborghini.

Viagem a convite da Jaguar do Brasil.

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