Aceleramos o Maserati Gran Turismo MC Sportline

Esportivo italiano de luxo traz sob o capô motor 4.7 V8 Ferrari


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Não faz muito sentido em ser um bajulador, mesmo que este seja carro digno de declarações fiscais por toda uma vida.  Eu vou tentar fazer o meu melhor para analisar o Maserati Gran Tursimo MC Sportline ($ 300 mil – aproximadamente R$ 760 mil) como se fosse um comprador potencial do carro emprestado por uma semana.

Portanto, tenha paciência comigo enquanto eu me jogo no que eu imagino ser um dia típico na vida de um proprietário dirigindo um 'Maser', com a missão de efetuar uma avaliação imparcial. Após um leve café com toranja, suco de laranja e compota cozida, eu parto para o trabalho.

Eu imagino que o dono de um carro como este deveria fixá-lo em uma plataforma giratória da sua garagem repleta de espécies exóticas, prontas para atacar qualquer intruso. Ao contrário disso, girei manualmente o ‘Maser’ da plataforma para a rua e o coloquei na minha garagem. Foi um encaixe justo com a largura de 2,05 metros (incluindo os retrovisores) e 4,88 metros de comprimento. Não é muito para uma cabine dupla enxuta, mas parecia próximo.

Esta folha de metal antes prensada e soldada em conjunto em 2007 não tem mais aquela aparência quadrada passada a ferro, ainda que não produza rugas novas.  As linhas definidas e curvas suaves se complementam. O longo capô encontra-se de lado a lado da cabine, que e em um arranque curto e grosso me faz lembrar do Jaguar E-Type e da Ferrari Daytona.

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Agarro a maçaneta e espero que o recurso automático de desbloqueio emita o som de liberação das travas, mas não funciona. O ‘Maser’, ao contrário da maioria dos carros a partir de $ 50 mil, não tem este recurso e então lancei mão do chaveiro azul do meu bolso forrado em seda (que é alinhado com o lenço que ganhei da minha mãe no último Natal) e pressiono o botão de liberação.

A cabine é um pouco apertada. Mas esqueça o espaço. Aprecie os aspectos. Ele está envolto em couro bege com detalhes em azul para combinar com a pintura externa. O couro é criação da Poltrona Frau. Claramente Poltrona Frau é uma mulher que sabe moldar e trabalhar couros de forma maravilhosa.

O painel de instrumentos do GranTurismo tem mais botões do que uma loja de camisa, mas não dispõe de frenagem autônoma, aviso de mudança de faixa ou qualquer outra coisa que possa tirar o condutor do foco na arte de dirigir.

Depois de pressionar algumas das dezenas de botões do painel de instrumentos me dei conta que este carro não tem a opção de partida sem chave. Sem problemas; apertei suavemente a lâmina da chave e rapidamente a encaixei na ignição. Tudo isso é muito familiar porque a chave e a fechadura parecem idênticas aos mais humildes carros italianos, como o Fiat 500.

Já existe uma infinidade de escritos sobre o prazer aural do V8 4.7 do GranTurismo. Um motor Ferrari. Eu não vou aqui queimar caracteres sobre isto, somente para dizer que existem provavelmente dezenas de proprietários de V8 em lojas de escapamentos neste exato momento que nunca terá o ronco doce que este carro oferece.

Depois de disparar o V8 e deixá-lo assentar em uma borbulhante marcha lenta, eu pareio o meu telefone. Só que não posso. A informação na tela — a fonte da letra e operação são altamente suspeitas de serem iguais ao do meu velho Alfa 166 (2005) — me coloca direto no auge do emparelhamento e me deixa lá. Eu emparelho o meu telefone em um carro diferente quase que semanalmente mas, mesmo assim, talvez seja apenas eu.

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Muitos proprietários de ‘Maser’, sem dúvida, seriam domiciliados em imóveis privilegiados em encostas, por isso apontei o GranTurismo em direção ao café à beira-mar. Então descobri que a massa de água mais próxima é a lagoa Algas Verdes de peixes dourados do vizinho, portanto, um café no centro oeste de Sydney, na Austrália.

Assim que me acomodei atrás do volante que beira a perfeição, resultado do excelente trabalho de Poltrona Frau, decidi por um muffin para acompanhar o meu café. A maneira com que o reforço do assento deu nova forma ao meu corpo não era desconfortável, mas obviamente eles são destinados àqueles convictamente mais magros. O muffin, prioridade da minha lista, foi então substituído por um aipo.

A distância entre os eixos de 2,94 metros e a carroceria rebaixada conspiram para beijar o chassi sobre o concreto. Este é um dos poucos carros que dirigi como se fosse um off-roader na estrada, escolhendo as faixas corretas, tentando evitar ficar preso. Na maioria das vezes, funcionou.

O Maser passeou sólido e suavemente em estrada esburacada. Com peso seco de 1.780 kg, isso é possível. A sensação em dirigir algo grande e pesado logo se dissipou. Fazer uma baliza foi fácil graças à legião de sensores dianteiros e traseiros. Apenas, de forma irritante, os sensores continuam bipando mesmo quando o modo estacionado já foi desligado, e algumas vezes parecem não perceber coisas em estreita proximidade.

Após o café da manhã seguido de um aipo depurativo, era hora de visitar alguns compartilhamentos do meu portfólio através de diversas estradas sinuosas.  Aqui, a Maserati poderia finalmente mostrar a que veio. Esqueça a falta de eletrônica, isso e aquilo.

Como eu estava apressado, desliguei as luzes de boas-vindas em uma zona de 100 km/h. Como o acelerador batia contra o 'firewall', o GT saltou fora da linha com o motor chamejando a 3.000 rpm. O conta-giros, na mesma hora, ligou a luz vermelha com um impulso satisfatório na traseira e o gemido sublime daquele V8.

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Em seguida, dirigi rumo às sinuosas estradas de duas pistas pela costa. Aqui, sobre asfalto irregular, o amortecedor do ‘Maser’ se revela realmente bom, contendo os movimentos sem ser demasiadamente firme. Por um lado, é capaz de manter um carro pesado amarrado a uma velocidade e, por outro, consegue manter a condução estável. O GT faz as duas coisas com maestria.

A direção não tem nada da moderna magia elétrica. Hidráulica, a direção responde bem e oferece excelente feedback. O câmbio têm engates positivos, com a rotação harmoniosa do motor na redução. As mudanças de marchas são muito rápidas, sem qualquer ‘soluço’. O freio é um pouco rígido em baixas velocidades, mas com algum aquecimento interno eles reduzem a velocidade muito bem e com um pedal progressivo.

Você não pode pegar um pesado cupê V8 como este e esperar parcimônia na bomba de combustível. Assim, fazendo em média 7,7 km/l, em uma semana no GranTurismo, foi muito bom.

Quando retornei à minha imensa mansão de tijolo amarelo em Sydney, em um bloco de pouco mais de quinhentos metros quadrados, fiquei pensando sobre como o GranTurismo MC Sportline realmente poderia ter um câmbio melhor e assistências eletrônicas (voltadas para a segurança) ao motorista. Ainda sobre como ele se apresenta e sua dirigibilidade, o Maserati não precisa de muito além de alguma coisa extra em tudo. Ele é encantador, um majestoso cupê de turismo de bela aparência.

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