Na semana passada, o WebMotors passou 10 dicas para você economizar combustível. No mesmo dia em que a matéria foi publicada o WebMotors aceitou o convite da Audi para avaliar o consumo de combustível do Audi A1.
A proposta de convidar um grupo com 26 jornalistas para testar o compacto, em condições normais de uso, surgiu depois que o A1 foi reconhecido em 2011 como o automóvel mais econômico do Brasil. O modelo alemão apresentou uma média de 20,8 km/l, de acordo com as medições do Instituto Mauá. O “carrinho” foi o melhor entre 62 modelos submetidos ao teste do instituto.
Percurso rodoviário
O ponto de partida da avaliação se iniciou na avenida Rebouças, em São Paulo. Todos os modelos estavam abastecidos com gasolina Podium da Petrobras. A capacidade máxima do tanque do A1 é de 45 litros. O trânsito não estava ruim, pois partimos em um horário de pouco fluxo (14h44). Antes de sairmos, a Audi nos propôs a tarefa de chegar ao Rio gastando a menor quantidade de combustível possível. O consumo médio dos jornalistas que participaram do teste foi de 18,7 km/l. A pior marca registrada foi a de 16,4 km/l. A velocidade média do grupo, entre São Paulo (bairro da Consolação) e Rio de Janeiro (Barra da Tijuca) foi de 74 km/h para uma viagem de 6 horas e 29 minutos.
O WebMotors levou a sério a proposta de economizar combustível, assim como o seu parceiro de avaliação, Alexandre Akashi, jornalista especializado em aftermarket automotivo. A ideia era poder mostrar aos nossos leitores que mesmo em carros mais equipados é possível entregar uma boa autonomia.
Nossa primeira parada (15h16) ocorreu na rodovia Carvalho Pinto. No início da estrada, saindo da cidade de São Paulo, o A1 registrava 22,1 km/l em um percurso de 36,2 km. Aliás, durante todo o percurso rodoviário o Audi A1 se manteve a uma velocidade média de 100 km/h, registrando uma média de 20,4 km/l no computador de bordo.
O ponteiro do tanque de combustível só atingiu a metade da capacidade quando começávamos a descer a Serra das Araras, no Rio de janeiro. No momento (20h30), o A1 indicava um consumo médio de 20,7 km/l e 383,3 km percorridos. Quando a área urbana (Linha Amarela) pintou, acreditamos que o consumo fosse cair um pouco, mas ele acabou se mantendo. Terminamos o trajeto de 476,9 km às 22h11, com um consumo médio, indicado pelo computador de bordo, de 20,6 km/l.
A prova de fogo sobre o verdadeiro consumo do A1 só seria feita no dia seguinte, com o abastecimento do carro em um posto modelo (Posto do Futuro da Petrobras). O deslocamento para o local foi feito com cuidado e em baixas rotações, tudo para manter o resultado da noite anterior. Resultado final: 497 km rodados para 28,75 litros
abastecidos, uma média real de 17,2 km/l.
O que fizemos para poupar combustível
A temperatura só apertou no Rio de Janeiro. Por isso, durante todo o percurso rodamos com o ar-condicionado desligado. Por mais que eles sejam tão eficientes hoje em dia, os sistemas representam 30% do consumo. Outro detalhe que pode parecer banal, mas que influencia na “bomba” é o uso excessivo da direção hidráulica. Em todas as ocasiões evitamos esterçar o volante sem motivos. Como o A1 usa um câmbio de sete velocidades, foi tranqüilo não deixar o rpm do motor ultrapassar a faixa dos 2.200 giros.
Veja o que o WebMotors já disse em outra ocasião: “Associado a ele está a já consagrada transmissão automatizada de dupla embreagem. Com sete velocidades, a S-Tronic associa acelerações empolgantes (0 a 100 km/h em 8,9 s) a um consumo invejável, de 15,4 km/l na cidade e 21,7 km/l na estrada, segundo a Audi. O amplo leque de relações aproveita melhor os 20,4 kgfm de torque enquanto reduz a rotação do motor na estrada a meros 2.200 rpm a 120 km/h”.
Como o câmbio desta geração imprime esforço quando o carro está em marcha lenta, em todos os pedágios colocamos a alavanca do câmbio na posição neutra. Com o motor livre, sem que seja necessário o uso do pedal ou da alavanca de freio, o consumo diminui. A mesma regra serve para os carros com caixa automática.
Resumindo: as nossas táticas para um bom consumo foram: vidros fechados, ar-condicionado desligado, motor abaixo dos 2.000 rpm, alavanca do câmbio em “N” nas paradas e sem esterçar o volante.
Armas da Audi para mostrar que o A1 é bom
Para não perder mesmo o título de , a Audi elaborou o percurso em um horário de baixo “pico” de trânsito, tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro. Outro detalhe ficou por conta de o A1 trafegar metade da “prova” à noite. Em temperaturas mais baixas, qualquer carro gasta menos combustível. Outro macete foi a utilização da marcação oferecida por meio do computador de bordo. Repare que a média do tanque a tanque foi bem pior que a indicada. A finalização da boa história fica por conta do uso da gasolina Podium, que trabalha bem melhor em motores equipados com bicos injetores e turbinas.
Diário de Bordo
A1 | Consumo | Distância | Horário | Pedágio |
22,1 km/l | 36,2 km | 15h16 | ||
21,8 km/l | 39,5 km | 15h44 | R$ 2,60 | |
20,9 km/l | 64,6 km | 16h | R$ 2,40 | |
20,4 km/l | 99,2 km | 16h20 | R$ 2,40 | |
20,3 km/l | 122 km | 16h35 | R$ 1,90 | |
20,3 km/l | 168 km | 17h04 | R$ 9,60 | |
20,8 km/l | 244,5 km | 18h03 | ||
20,7 km/l | 244,5 km | 18h53 | ||
20,8 km/l | 270,6 km | 19h12 | R$ 9,60 | |
20,7 km/l | 383,3 km | 20h30 | R$ 9,60 | |
20,7 km/l | 476,4 km | 22h08 | Parada | |
20,6 km/l | 476,9 km | 22h11 | Parada | |
20,5 km/l | 497 km | 8h59 | Posto |
Resultado da Audi
1) Mariosan Gonçalves (GO) / Fernando Siqueira (RN) – 22,5 km/l
2) Scheila Canto Cruz (MS) / Igor Costa (RJ) – 21 km/l
3) Rodrigo Samy (SP) / Alexandre Akashi (SP) – 20,6 km/l
4) Celso Ferlauto (RS) / Paulo Rodrigues (RS) – 20,2 km/l
5) Vagner Aquino (SP) / Sueli Osório (SP) – 19,5 km/l
10 dicas para economizar combustível
1 – Não aqueça o motor com o veículo parado. Isso só era necessário na época do carburador, em que os carros precisavam ser aquecidos para não engasgar na esquina. Hoje, a injeção eletrônica toma conta para que isso não aconteça. Quando você deixa o carro “esquentando” parado, o motor demora mais para chega à temperatura ideal. Logo, a emissão de poluentes e o consumo de combustível são maiores. O melhor é partir levemente, evitando regimes de rotação elevados.
2 – Evite acelerações quando o carro estiver parado. Aquela história de dar uma cutucada no acelerador antes de virar a chave é coisa para lá de velha. Isso é uma prática inventada por motoristas que amam ouvir o último ronco do propulsor. Hábito fora de moda... Só ajuda a aumentar o consumo, sem benefícios para o motor.
3 – Não tenha preguiça de trocar a marcha. Aquelas tiazinhas que andam em segunda marcha durante 50 km, assim como aqueles meninões que esticam o motor até o talo, estão errados. A troca da velocidade influencia muito no consumo. Andar em quinta marcha em uma subida muito íngreme aumenta a emissão de poluentes, desgasta mais o motor e fere a média de consumo. O ideal é efetuar as trocas no tempo certo. Se houver dúvidas, cada automóvel faz a indicação da mudança correta de acordo com a velocidade no manual do proprietário.
4 – Se não precisar, não corra. O consumo do combustível aumenta proporcionalmente em relação à velocidade que o veículo desenvolve. Em uma retomada de 90 km/h a 120 km/h o incremento de consumo é de aproximadamente 30%.
5 – Não tenha medo das ladeiras. Tem gente que, quando vê uma subida, até freia antes, de tanto medo. O correto é acelerar antes, para que o carro não perca o ritmo no meio do caminho. Ter de pisar fundo durante a subida para o embalo não acabar é mortal para o tanque.
6 – Não tenha medo das descidas. Aquela história de ponto-morto na descida, a popular “banguela”, já virou lenda urbana. Por favor, isso era coisa da época do carburador... Com o sistema de injeção eletrônica, a forma ideal é manter o automóvel engrenado. Nessa situação, sem carga no acelerador, não há injeção de combustível. No ponto-morto, a injeção continua a funcionar. Além de ser mais econômica, essa maneira é a mais segura.
7 – Não viaje com o vidro aberto. A resistência do ar é maior quando as janelas do automóvel estão abertas. Isso faz com que o carro exerça uma força maior para se deslocar. O ideal é deixar uma fresta aberta ou utilizar os recursos de ventilação do modelo.
8 – A corrente elétrica também gasta mais petróleo. Utilize os dispositivos somente pelo tempo necessário. A exigência dos componentes pede maior consumo de combustível para recarregar a bateria.
9 – Não rode com excesso de carga. Todo automóvel indica a sua capacidade máxima de carga. Qualquer volume desnecessário pode fazer com que o automóvel beba mais. Tem pessoas que fazem do porta-malas uma extensão do guarda-roupa. Cerca de 50 kg já fazem a diferença na bomba.
10 – Acessórios que podem custar caro. Evite todos os apetrechos, pois eles pesam mais e interferem na maioria das vezes negativamente na aerodinâmica. Se não for utilizar o bagageiro, deixe-o em casa. O seu consumo vai melhorar.
Como calcular o consumo do seu carro:
Em um determinado dia da semana, procure um posto de abastecimento que não venda gasolina muito barata ou que você freqüente normalmente. Encha o tanque até o disparo automático da bomba. Zere o hodômetro e rode com o automóvel em condições normais. Se você quiser, volte ao posto depois de alguns dias e complete o tanque novamente. A quantidade de km rodados deve ser dividida pela quantidade de litros. Por exemplo: 100 km rodados com 10 litros de gasolina. Isso é igual a 10 km/l!
Se você pedir para o frentista colocar aquele chorinho, pense novamente e não faça mais isso. O abastecimento além da trava automática pode fazer com que o excesso acabe transbordando pela válvula ou pela própria tampa do bocal. Isso pode danificar o cânister e causar entupimentos que farão o carro morrer, além de representarem um prejuízo razoável. Se a bomba indica que o tanque está cheio, acredite nela.
Para calcular a média em carros com tecnologia flexível em combustível, use um tanque por vez com cada combustível, fazendo o mesmo processo descrito acima, para determinar qual é economicamente mais vantajoso. A regra de que o álcool só compensa se custar até 70% do valor do litro da gasolina nem sempre é válida. Isso porque alguns carros rodam melhor com álcool do que com gasolina. Assim, o melhor cálculo é o que é feito caso a caso.