Um dos maiores méritos do BMW, aliás, é justamente o terreno em que o A6 ataca melhor: o da esportividade. Na falta de uma tração traseira, como seus concorrentes ostentam, o Audi apresenta uma tração integral permanente com 60% de força no eixo traseiro, para uma sensação de direção mais próxima da de veículos verdadeiramente esportivos.
Até o nome das versões denuncia a estratégia da marca. O A6 será vendido como Sport, a versão menos sofisticada, e Sport Plus, a topo de linha. A Audi, como já dissemos, aposta todas as suas fichas na versão mais cara do A6.
E por que tanta aposta em um modelo mais caro e mais esportivo? Simples: os consumidores típicos deste mercado são bastante conservadores e de uma faixa etária normalmente alta. Como é difícil convencer o tal comprador típico a cogitar um modelo diferente, o melhor caminho é conquistar os consumidores que estão começando a entrar no segmento, geralmente mais jovens e mais interessados em um modo de dirigir mais agressivo. E é aí que o A6 cumpre muito bem seu papel.
Ao volante
As mudanças estéticas realizadas no A6, apesar de sutis, deixaram o carro bem mais atrevido do que o modelo anterior. Será o suficiente para ele se agüentar até a chegada da nova geração, chamada de C7, possivelmente em 2010. A mudança deve ser apresentada apenas no segundo semestre, possivelmente no Salão de Paris.
No interior, nada de madeira, considerada conservadora demais para o público que a Audi pretende conquistar. Em seu lugar, alumínio e aço escovado dão ao carro um aspecto ao mesmo tempo sofisticado e moderno.
Como apenas acabamento não quer dizer muita coisa, o ar de sofisticação é mantido por itens de conforto, como as duas memórias para o banco, o volante e os retrovisores, todos com regulagem elétrica, os bancos esportivos, os mesmos da linha S na versão Sport Plus, a que avaliamos por mais tempo.
Os bancos envolventes, provenientes da linha S da Audi, dão uma tremenda sensação de segurança em curvas. Como se sabe, quanto menos o corpo do motorista se desloca, melhor a percepção do que está acontecendo com o veículo. E, no caso do A6, essa percepção é especialmente importante.
Não que o carro seja inseguro, muito pelo contrário. O A6 tem todo tipo de auxílio eletrônico para garantir a integridade física de motorista e passageiros. A questão é que ele é um carro rápido, com muita força sob o capô. Por mais dispositivos de segurança que um veículo assim possua, dirigi-lo exige atenção e cuidado. Aliás, dirigir é um ato que exige essas duas coisas por mais que as pessoas as negligenciem, mas, em um carro de 290 cv, as desatenções rendem prejuízos maiores.
Como se pode imaginar, um carro com tração nas quatro rodas, controle de tração e de estabilidade, ABS, EBD e BA roda a 120 km/h como qualquer outro se comportaria a 60 km/h. Encontrar seus limites exige estradas muito ruins ou velocidades proibidas por lei em estradas comuns. Não nos deparamos com nenhuma das duas situações.
Em carros muito potentes, a graça quase nunca é atingir sua velocidade máxima, mas sim acelerar com todo o vigor que o motor permite. E o motor 3-litros com compressor mecânico do A6 coloca 420 Nm à disposição do motorista. É torque de motor V8, com a vantagem de o compressor ser construído integrado ao intercooler, o que facilita a manutenção da peça e aumenta sua durabilidade. Saídas de pedágio nunca foram tão divertidas.
Nas curvas, apesar de longo, o A6 oferece, de novo, a possibilidade de desfrutar de sua excelente engenharia. Ele se comporta como se fosse mais curto, com a diferença de oferecer aos passageiros do banco traseiro muito espaço para as pernas. Não poderia ser diferente com um entreeixos de 2,84 m. O porta-malas é igualmente generoso, com 546 l.
Um dos dispositivos mais interessantes do Audi A6, opcional, é o Adaptive Cruise Control, ou controlador de velocidade adaptativo. Ele, ao contrário dos demais, utiliza sensores colocados na dianteira do veículo para manter uma distância segura em relação ao veículo da frente.
Isso é especialmente útil em dias de nevoeiro pesado ou mesmo para aqueles que costumam se distrair muito ao volante. O perigo é o motorista confiar tanto no sistema que deixe de prestar atenção ao que ocorre adiante. Até porque o sistema diminui a velocidade na mesma medida que o veículo da frente. Quem vem atrás do A6 pode não ter notado a diminuição do ritmo, o que normalmente significa uma freada daquelas ou uma “bela” pancada na traseira.
Não há dúvidas de que o novo A6 está mais bonito, mais econômico e mais interessante de dirigir. Pena foi ele ter chegado ao mercado tão perto da apresentação de sua nova geração, o que certamente o condenará a uma desvalorização razoável.
FICHA TÉCNICA – Audi A6
MOTOR | Quatro tempos, seis cilindros em linha, lngitudinal, quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, a gasolina, 2.995 cm³ |
POTÊNCIA | 290 cv de 4.500 rpm a 6.800 rpm |
TORQUE | 420 Nm de 2.500 rpm a 4.850 rpm |
CÂMBIO | Automático de seis velocidades |
TRAÇÃO | Integral permanente |
DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira; eletro-hidráulica |
RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 18”,de liga-leve |
PNEUS | Dianteiros e traseiros 245/40 R18 |
COMPRIMENTO | 4,93 m |
ALTURA | 1,46 m |
LARGURA | 1,86 m |
ENTREEIXOS | 2,84 m |
PORTA-MALAS | 546 l |
PESO em ordem de marcha | 1.725 kg |
TANQUE | 80 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente, com multibraços articulados; traseira independente, com braços trapezoidais |
FREIOS | Discos ventilados na dianteira e na traseira, com ABS, EBD e BA |
CORES | Não informadas |
PREÇO | R$ 312,63 mil como avaliado |
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