- O Audi Q7 foi o grande vencedor do prêmio “Utilitário Premium do Ano”. Esse é um dos títulos conferidos pela tradicional premiação “Carro do Ano”, que a revista AutoEsporte promove e que conta com um júri formado por jornalistas dos principais veículos de comunicação especializada em automóveis do Brasil, WebMotors entre eles. A disputa, longe de ser fácil, contou com concorrentes de muito peso em sentido literal e figurado, como BMW X5, Land Rover Discovery e Mercedes-Benz ML 500. Ainda assim, o Audi ficou 40 pontos à frente do segundo colocado, o utilitário da BMW. Mas, afinal de contas, o que tem o Q7 para ser considerado superior a estes ótimos concorrentes?
Um fator que ajuda muito a diferenciá-lo é, sem dúvida, seu motor, um belo V8 4,2-litros que prima pela potência, de 350 cv, e pelo torque, de 440 Nm. Há também o sistema de injeção direta de gasolina, que dispensa o coletor de admissão e torna o consumo e as emissões de poluentes bem menores, sem prejuízo ao desempenho, que é digno de nota. O V8 empurra o Q7 a 248 km/h e aos 100 km/h, partindo do 0, em 7,4 s. São números extraordinários para um veículo tão grande 5,09 m de comprimento e 1,77 m de altura e pesado 2.270 kg. Não à toa, este foi o motor escolhido como “Motor mais de 2000 cm3 do Ano” na mesma premiação.
Tendo um motor já premiado, seria fácil supor que a disputa estava ganha, mas o Q7 tinha e tem mais cartas na manga. Seu conteúdo tecnológico é dos mais respeitáveis. O sistema de sensores de estacionamento, por exemplo, conta com uma câmera traseira, cujas imagens são exibidas numa tela de LCD no console central. Além de apitar, como todo sistema do tipo, ele mostra a trajetória do carro ao dar ré de acordo com o ângulo de esterço das rodas dianteiras.
Em movimento, o utilitário também acusa a presença de carros em pontos cegos. Esse é um sistema semelhante ao que o Volvo S80 adota, extremamente útil em mudanças de faixa. Isso além de uma série de dispositivos já conhecidos, como controle de tração, de frenagem, de estabilidade e por aí afora.
O acesso ao Q7 pode ser difícil para motoristas menores, mas, para compensar isso, a Audi lançou um kit off-road, com estribos laterais, que tornam a entrada no carro mais simples. Motoristas altos têm fácil acesso e muito conforto, com ajustes diversos de banco e coluna de direção. A bem da verdade, todos os possíveis e imagináveis, com três memórias de ajuste, para a hipótese, remota, de o Q7 ser dirigido por mais de uma pessoa na casa. E é remota porque o dono de um bicho desses deve ter um certo xodó com ele, se não muito...
Assim como o Volvo XC90, o Q7 tem lugar para sete ocupantes. Os passageiros que viajam na terceira fileira de bancos viajam com um bom nível de conforto, melhor, certamente, do que o que é oferecido para os passageiros de alguns carros pequenos nacionais. Quando estes bancos são recolhidos, há espaço para 775 l de bagagem.
Ao volante
Como já dissemos, encontrar a melhor posição de dirigir no Q7 é moleza. Seria bom se os bancos oferecessem um pouco mais de apoio em curvas, mas, considerando a proposta do veículo, eles estão mais do que adequados.
A suspensão ativa, a leveza dos comandos, a visibilidade privilegiada e o motorzão do Q7 o tornam um carro muito fácil de dirigir. Ele se comporta como um carro pequeno no trânsito. Reage rápido, quando o pé direito exige e com o auxílio do bom câmbio automático de seis marchas, além de não adernar tanto quanto utilitários mais voltados ao conforto.
Bom seria se tivéssemos tido mais tempo com o Q7. Não foi possível, por exemplo, ver como ele se comporta no dia-a-dia, como é lidar com seus 5,09 m em um estacionamento com vagas apertadas nem em uma viagem, mas paciência.
Essa chance breve de convívio com o utilitário foi proporcionada de última hora pelo departamento de imprensa da Audi para que conhecêssemos seus produtos melhor e pudéssemos votar no Carro do Ano com conhecimento de causa. Um tipo de ação simples, mas que se mostrou extremamente eficiente nos resultados. Não só pela postura respeitosa e interessada da empresa e de sua assessoria, mas também pela qualidade de seus veículos.
FICHA TÉCNICA – Audi Q7
MOTOR | Quatro tempos, oito cilindros em “V”, longitudinal, quatro válvulas por cilindro, injeção direta de gasolina, com duplo comando no cabeçote, refrigeração a água, 4.163 cm³ |
POTÊNCIA | 350 cv a 6.800 rpm |
TORQUE | 440 Nm a 3.500 rpm |
CÂMBIO | Automático de seis velocidades Tiptronic |
TRAÇÃO | Integral permanente quattro |
DIREÇÃO | Hidráulica, por pinhão e cremalheira |
RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 18”, de liga-leve |
PNEUS | Dianteiros e traseiros 255/55 R18 |
COMPRIMENTO | 5,09m |
ALTURA | até 1,77 m |
LARGURA | 1,98 m |
ENTREEIXOS | 3 m |
PORTA-MALAS | 775 l |
PESO em ordem de marcha | 2.270 kg |
TANQUE | 100 l |
SUSPENSÃO | Dianteira e traseira independente, com controle ativo e braços triangulares sobrepostos |
FREIOS | Discos ventilados na dianteira e na traseira, com ABS e EBD |
CORES | Não divulgadas |
PREÇO | R$ 349 mil |