Avaliação do novo A6: Para quem os cifrões sobram

Com a elevação do imposto de importação surgiram no Brasil dois tipos de consumidor


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- Com a elevação do imposto de importação para os automóveis que vêm de outros países que não sejam de Mercosul e México, surgiram no Brasil dois tipos de consumidor de veículos importados. O primeiro – que geralmente busca modelos em faixas de preços próximas às dos carros nacionais –, tenta antecipar a compra para escapar da nova alíquota ou, se isso não for possível, reavalia as opções dentro dos valores atualizados. O segundo tipo simplesmente compra sempre o carro que quer, independentemente de impostos, taxas ou variações cambiais. É gente que acha que merece e que pode pagar pelo modelo que espera dirigir. É esse consumidor que a Audi pretende sensibilizar com a sétima geração do A6, que acaba de desembarcar no país por R$ 313.390 – com os opcionais, beira os R$ 390 mil.

Apresentado na Europa em fevereiro, o sedã é o representante da marca alemã no chamado “coração do segmento premium”. São os chamados sedãs executivos premium, onde o A6 enfrenta uma clássica briga com rivais conterrâneos da BMW e Mercedes-Benz, respectivamente Série 5 e Classe E. Eles representam o máximo de prazer de dirigir, conforto e tecnologia que cada marca pode oferecer. As três marcas germânicas possuem modelos ainda maiores e mais caros – no caso da Audi, é o sedã grande de luxo A8. Mas são automóveis onde o dono do carro quase sempre está no banco de trás – provavelmente de pernas cruzadas e folheando o “The Wall Street Journal” ou consultando o laptop. Nesse caso, o volante está entregue a um sujeito de luvas e quepe. No caso dos sedãs executivos, como o A6, as pesquisas da Audi afirmam que quem compra o carro quer estar ao volante. E pretende desfrutar do melhor que a marca das argolas pode oferecer.

Em termos estéticos, as mudanças no A6 foram antecipadas nos modelos maiores – o A7 e o A8. A grade traz a assinatura visual dos modelos da marca, assim como os faróis com leds e luzes diurnas – cujo desenho remete a um par de bigodes enrolados para cima, como os de Salvador Dali. Mais do que melhorar a aparência do A6, a Audi quis apostar em tecnologia. O sóbrio sedã alemão ostenta alguns dos mais recentes aparatos tecnológicos da indústria automotiva mundial – só que muitos deles oferecidos como opcionais.

Como itens de série realmente diferenciados, o A6 traz o Drive Select – que altera os parâmetros de dirigibilidade do carro – e o sistema multimídia MMI – que engloba recepção de TV, DVD e GPS, além de rádio e CD player. Além deles, também estão disponíveis equipamentos mais previsíveis no segmento, como sensores de chuva e de baixa luminosidade, ar-condicionado duas zonas, bancos dianteiros elétricos com memória, computador de bordo, teto solar, volante multifuncional com ajuste elétrico de distância e altura e “shift-paddles” para acionamento manual das marchas, airbags frontais, laterais e de cabeça, câmara de ré e indicador de pressão dos pneus.

Os opcionais impressionam mais. São eles o Head Up Display – que exibe as informações projetadas na parte inferior do parabrisas –, Pre Sense Plus – que ativa os freios em caso de impacto iminente –, Side Assist – um indicador da presença de veículos no “ponto cego” dos espelhos –, Adaptative Cruise Control – que mantém a velocidade de cruzeiro, controla a distância para o carro da frente e inclui faróis “full leds” –, Night Vision – uma câmara de imagem térmica que detecta pedestres e animais, mesmo no escuro – e o sistema automatizado de estacionamento Park Assist, que permite que o motorista apenas acione acelerador e freios, enquanto o carro esterça sozinho. Esses seis opcionais, somados às rodas de 19 polegadas em lugar das aro 18 normais, compõem o “Pacote Advanced”, que soma R$ 30 mil ao preço do carro. Ainda é possível acrescentar também o imponente sistema de som Bang & Olufsen, que sozinho sai por outros R$ 40 mil.

Sob o capô, algumas evoluções. O motor 3.0 V6 TFSI com compressor mecânico agora libera 300 cv de potência – 10 cv a mais que o antigo –, 44,9 kgfm – eram 42,8 kgfm – e trabalha junto a um câmbio automatizado S-tronic de sete velocidades – o anterior tinha seis – com dupla embreagem. Já a tração é a mais recente evolução do sistema integral Quattro, já conhecido em outros Audi.

A Audi já importou 30 unidades do A6 para o Brasil. Dessas, 15 estão vendidas e a expectativa é que as restantes sejam comercializadas até o fim do ano. Ou seja, as chances de esbarrar com um novo A6 pelas ruas são pequenas – e ter alguma exclusividade é o tipo de coisa que o público alvo do novo sedã da Audi valoriza.

Desempenho - O propulsor V6 de 3.0 litros a gasolina agora libera seus 300 cv de potência máxima entre os 5.250 e os 6.500 giros. O torque de 44,9 kgfm está presente entre 2.900 e 4.500 giros. A relação peso/potência evoluiu também pelo fato do novo A6 ter ficado 30 kg mais leve em relação ao anterior, graças à utilização de chapas metálicas de espessuras variáveis e a ampliação das partes em alumínio na carroceria. O coeficiente de arrasto aerodinâmico caiu para 0,26 – um dos menores do segmento. E o câmbio, que agora é de sete marchas, contribui para a maior agilidade. Segundo a Audi, o carro faz de zero aos 100 km/h em 5,5 segundos e atinge a velocidade máxima de 250 km/h, controlada eletronicamente. E o comportamento dinâmico do A6 confirma o que os dados acima indicam. O carro acelera de forma impressionante a qualquer giro e ganha velocidade de forma avassaladora. Nota 10.

Estabilidade - O sedã da Audi demonstra boa rigidez torcional, é bastante equilibrado em retas e curvas e não revela tendência a adernar a carroceria nas curvas. E o “bom e velho” sistema Quatro de tração integral auto-adaptativa é sempre uma mão na roda. A frenagem também esbanja eficiência, bem amparada pelos sistemas eletrônicos. Nota 9.

Interatividade - A ergonomia é bem estudada e os comandos estão ao alcance do motorista. Mas os recursos tecnológicos que o sedã oferece – embora facilitem efetivamente a vida do motorista – são tantos que às vezes sua utilização se torna um tanto confusa. As diversas regulagens de banco e volante tornam simples a tarefa de encontrar uma boa posição de dirigir. A visibilidade frontal é correta, a retrovisão é razoável e a direção é suave e precisa. O quadro de instrumentos é generoso e permite visualização rápida e precisa. Nota 8.

Consumo - A Audi fala em consumo de 9,3 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada, com média de 12,2 km/l. Durante o teste, realizado quase em sua totalidade em estradas e com severos níveis de exigência do motor, a média indicada pelo computador de bordo ficou em 9 km/l. Apesar de ter ficado bem abaixo das projeções da Audi, um resultado nada mal para o tamanho do motor e para as circunstâncias de uso. Nota 8.

Tecnologia - É o ponto forte do A6. Drive Select e o sistema multimídia, além outros equipamentos mais triviais, são de série. Mas alguns das tecnologias mais instigantes são opcionais – casos de Head Up Display, Pre Sense Plus, Side Assist, Adaptative Cruise Control, Night Vision e Park Assist. Com todos disponíveis – como era o caso do modelo testado – o A6 fica quase futurista. É difícil achar do que reclamar dele. Nota 10.

Conforto - A suspensão é excelente e filtra as eventuais irregularidades da pista. O isolamento acústico apurado reforça a sensação de bem estar. Um possível terceiro passageiro no banco central traseiro certamente reduzirá o conforto de quem viajar atrás. Com quatro a bordo, o A6 oferece conforto padrão “classe executiva” para todos. Nota 8.

Habitabilidade - Ficou 2 cm mais curto que o A6 da geração anterior, mas o entre-eixos ganhou 7 cm, o que tornou o habitáculo mais generoso. Não há muitos espaços para colocar copos e garrafas, mas há alguns nichos no volumoso console central onde é possível abrigar objetos menores, como celulares e controles de garagem. Os acessos ao carro são fáceis, tanto na frente quanto atrás. O porta-malas é generoso e comporta 530 litros. Nota 8.

Acabamento - O padrão de acabamento é elevado, de acordo com a exigência do consumidor do segmento. Os diversos materiais, texturas e cores utilizados nos revestimentos internos são harmoniosos e aparentam qualidade e requinte. Como era de se esperar, não são percebidos sinais de rebarbas. Nota 9.

Design - Não era de se esperar que a Audi fosse excessivamente ousada no estilo do novo A6. O resultado, embora elegante, acabou sendo excessivamente conservador para um carro lançado esse ano na Europa. As linhas são fluidas e sinuosas e expressam bem as formas características dos modelos da marca. Nota 7.

Custo/benefício - O A6 começa em R$ 313.390 e – com opcionais tecnológicos como Head Up Display, Pre Sense Plus, Side Assist, Adaptative Cruise Control e Night Vision do tal “pacote Advanced” – pode chegar aos R$ 343.390. Isso se o comprador não resolver incluir o abusivo som Bang & Olufsen, que ainda acrescentaria R$ 40 mil à conta. É caro demais, apesar de tanto conforto, luxo e tecnologia. Nota 5.

Total - O Audi A6 somou 82 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões
Expressão da personalidade
Campinas/SP - Na eterna briga com os rivais germânicos Classe E e Série 5, o A6 tem a função de traduzir tudo que um Audi é capaz. E o novo sedã da marca das quatro argolas não surgiu para fazer feio. Logo na primeira pisada forte no acelerador, já dá para perceber que não se trata de um modelo pacato. Assim que é “chamado ao serviço”, o moderno V6 de 3.0 litros e 300 cv emite um ronco grave e logo deixa claro que dá conta do recado. Ou seja, o propulsor aumenta suas rotações com impressionante facilidade e o elevado torque de 44,9 kgfm empurra o carro alemão com vontade de sobra, seja em baixas ou em altas rotações.

O câmbio automatizado de sete marchas com dupla embreagem também dá a sua contribuição para o conjunto da obra. Sua agilidade deixa o sedã bem esperto e a opção de modo esportivo ou de acionamento manual das marchas pelas “borboletas” no volante ajudam a tornar a direção ainda mais empolgante. Segundo a Audi, o carro faz de zero aos 100 km/h em rápidos 5,5 segundos. E é possível atingir a velocidade máxima de 250 km/h com facilidade – o que não chega a ser algo recomendável nas estradas nacionais. Mesmo acima dos 200 km/h, o carro não exibe sinais de flutuação ou pede correções na trajetória.

E, quando chegam as curvas das estradas da periferia de Campinas, outra constatação positiva. O A6 também esbanja equilíbrio e elegância nas trajetórias sinuosas, sem adernar. O sistema de tração integral auto-adaptativa Quattro mostra sua atuação inteligente e, na saída de cada curva, ajuda a otimizar o trabalho do motor, que sempre oferece retomadas instigantes. Quando é necessário frear de forma mais vigorosa, os sistemas eletrônicos também mostram serviço e param o sedã de forma harmoniosa e segura.

Na verão testada, que além de Drive Select e do sistema multimídia MMI tinha todos os opcionais, os sistemas eletrônicos são um espetáculo à parte. Head Up Display, Pre Sense Plus, Side Assist, Adaptative Cruise Control, Night Vision e Park Assist são daqueles equipamentos úteis e lúdicos, que dão um certo ar de ficção científica a um carro. E confirmam a opção da Audi por adotar a tecnologia como diferencial de seus modelos.

Ficha técnicaAudi A6 3.0 V6 TFSI

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 2.995 cm³, com seis cilindros em "V", quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas continuamente variável em cada cabeçote. Sobrealimentado por compressor mecânico com duplo intercooler. Acelerador eletrônico e injeção direta de combustível.

Transmissão: Câmbio automatizado S-tronic com sete velocidades à frente e uma a ré e dupla embreagem . Tração integral. Controle eletrônico de tração e diferencial com escorregamento limitado.

Potência: 300 cv entre 5.250 e 6.500 rpm.
Torque: 44,86 kgfm entre 2.900 e 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 84,5 mm x 89,0 mm.
Taxa de compressão: 10,3:1.

Suspensão: Dianteira independente, do tipo double wishbone com cinco braços, molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente, com braços trapezoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 225/45 R18.
Freios: Dianteiros e traseiros a discos ventilados. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Medidas: 4,91 metros de comprimento, 1,87 m de largura, 1,45 m de altura e 2,91 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais e do tipo cortina. Peso: 1.740 kg com 610 kg de carga útil. Porta-malas: 530 litros. Tanque: 75 litros.

Produção: Ingolstadt, Alemanha.
Lançamento na Europa: fevereiro de 2011.
Lançamento no Brasil: outubro de 2011.

Veja também:

Avaliação do concorrente direto do A6: Mercedes E 350

A reportagem de lançamento do A6 direto de Munique, na Alemanha: Audi investe em tecnologia

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