Essa é a principal função da nova versão topo de gama Autis 2.0 16V. Ela custa R$ 89.160, preço próximo do Fusion e do Azera – oferecidos por iniciais R$ 84.900 e R$ 80 mil, respectivamente. Valores dos quais o Camry, o verdadeiro médio-grande da marca, não consegue se aproximar – o modelo custa R$ 145 mil. Desta forma, o Autis substitui a SE-G, antiga top, que custava menos: R$ 87.170. A versão mais barata com o novo propulsor é a XEi, que mantém o preço de R$ 75.830 da "antiga" XEi 1.8 automática. O preço mais salgado da versão topo talvez seja para compensar o novo motor. Importado do Japão, o 2.0 16V Dual VVT-i Flex inaugura uma nova família de motores da montadora japonesa, chamada ZR. Com bloco e pistões em alumínio, a unidade de força foi desenvolvida especificamente para o mercado brasileiro pela matriz da Toyota com a colaboração de engenheiros da filial brasileira. O nome do propulsor refere-se ao comando duplo variável de válvulas, na admissão e no escape. O 1.8 só tem comando variável na admissão.
O moderno motor gera 142 cv de potência com gasolina a 5.600 rpm e 153 cv com etanol, a 5.800 giros. O torque máximo atinge 19,8 kgfm nas 4 mil rotações com o combustível fóssil e 20,7 kgfm nas 4.800 rpm com o vegetal. O motor 1.8 permanece com 132/136 cv e 17,3/17,5 kgfm. O novo trem de força do Corolla tem outra novidade. Trata-se da transmissão automática Shifttronic, com relações para trabalhar com a nova litragem, mas que mantém as quatro velocidades das versões 1.8. A grande diferença aparente, contudo, é a opção de mudanças sequenciais na manopla ou através de borboletas atrás do volante.
A Toyota também teve de fazer outros ajustes para receber o novo propulsor 2.0. E também para deixar o modelo, criticado pelo seu estilo conservador perante os desenhos mais arrojados dos rivais, um pouco mais esportivo. A direção elétrica do sedã foi recalibrada, promete respostas mais diretas e privilegia uma condução mais dinâmica. Com esse objetivo também foram recalibradas as molas da suspensão traseira e dianteira, que tornaram o modelo mais firme. Já o ar-condicionado recebeu um compressor de volume variável, que, segundo a marca nipônica, tem como objetivo principal roubar menos força do motor e, com isso, otimizar o que de melhor o 2.0 pode oferecer.
Mas, para manter a hegemonia no nicho, a Toyota não descuidou dos seus modelos de entrada. Realinhou os preços da versão mais recente da linha, a GLi, lançada no ano passado, peça fundamental na ofensiva do Corolla sobre o Civic – o modelo da Toyota passou o da Honda nas vendas nos últimos meses de 2009. A GLi 1.8 ganhou um "desconto" de R$ 1 mil. Com isso, agora a versão topo com o velho propulsor custa R$ 65.660 na mecânica e R$ 69.660 na automática. A versão de entrada XLi 1.8 permanece com os R$ 61.890 na manual e R$ 65.920 na automática.
Instantâneas
# O primeiro Toyota Corolla foi lançado em 1966. # No Brasil, o sedã estreou em 1994, como importado. Em 1998 surgiu o primeiro Corolla nacional, feito na planta de Indaiatuba, no interior de São Paulo. # Essa atual geração do Corolla data de 2002. Em 2008 a marca japonesa promoveu uma profunda reestilização no modelo, mas manteve a mesma plataforma. # A Toyota começou suas operações no Brasil em 1956, com a produção do jipe Bandeirante em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. # O Corolla teve uma derivação station wagon chamada Fielder entre 2005 e 2008.
Primeiras impressões - Menos comportado
Itu/São Paulo - O Toyota Corolla sempre foi um daqueles carros certinhos demais. Estabilidade exemplar, acabamento correto e desempenho previsível. Na performance, porém, o novo motor 2.0 16V resolveu dar um tempero que faltava para o sedã feito em Indaiatuba sair da "mesmice". Com etanol no tanque, os 153 cv deixaram o três volumes bem mais esperto. As arrancadas são bastante eficientes e o modelo sai da inércia e atinge os 100 km/h em 11,6 segundos, segundo a montadora nipônica. Isso com o motor rodando de forma suave e sem vibrar muito.
As retomadas também se mostram mais ágeis. O torque disponível já nos 4 mil giros empresta força ao carro. Mas esbarra na transmissão automática. Com quatro velocidades e mal escalonada, ela não casa bem com o propulsor 2.0.
O resultado são os indesejáveis delays e buracos na hora de pisar fundo e tentar fazer uma ultrapassagem. Nas retas planas e em condução "normal", porém, foi possível perceber que o novo motor tem fôlego para além dos 160 km/h alcançados no test drive.
Antes disso, porém, o Corolla deixa escapar seu único pecado no que diz respeito à estabilidade. A partir dos 130 km/h a comunicação entre rodas e volantes começa a vacilar e é preciso corrigir a direção a todo instante. Por outro lado, o sedã não faz qualquer menção de desgarrar em curvas mais fechadas e sinuosas ou em frenagens bruscas.
No mais, o bom e correto Corolla de sempre. Bom espaço para pernas e cabeça do motorista, que ainda consegue uma boa posição de dirigir com os ajustes de altura e profundidade do volante e com o de altura do banco – apesar de a alavanca exigir que o motorista esprema a mão entre o assento e a porta. A direção ficou levemente mais precisa, privilegiando a condução mais esportiva. E o isolamento acústico é eficiente: não há ruídos do propulsor ou de rodagens invadindo o habitáculo. No consumo, a Toyota fala que no uso urbano, com etanol, seria de 6,1 km/l e de 8,2 km/l com gasolina, enquanto o rodoviário seria de 10,1 km/l e 12,8 km/l. O computador de bordo da versão testada apontou 8,7 km/l em trecho majoritariamente em estrada plana e reta. Nota 6.
Ponto a ponto
Desempenho – O Corolla mostra apetite com a nova litragem 2.0 16V. Com etanol no tanque e 153 cv, o modelo nitidamente ganhou em agilidade. As respostas ao pedal do acelerador são rápidas e as arrancadas ficaram ainda mais dinâmicas. Pisando fundo, é possível até sentir o corpo sendo pressionado contra o banco. A Toyota fala em zero a 100 km/h em 11,6 segundos. O motor também enche rápido para as retomadas, mesmo antes dos 4 mil giros, mas a performance é atrapalhada pelo câmbio mal escalonado. Com quatro velocidades, ele fica impreciso em situações de subida e de ultrapassagem. Nota 8.
Estabilidade – O equilíbrio é uma marca do sedã da Toyota. Nas curvas, a carroceria torce muito pouco e o modelo não faz qualquer menção de desgarrar. Na verdade, nem parece que o carro tem um terceiro volume. Nas retas, uma sensação de flutuação da carroceria surge a partir dos 130 km/h e começa a exigir correções. Nas freadas bruscas, o ABS e EBD ajudam a manter o modelo na trajetória e o sedã mergulha dentro da normalidade. Nota 8.
Habitabilidade – A ergonomia dentro do Corolla tem algumas falhas. É verdade que a maioria dos comandos está ao alcance das mãos e dos olhos do motorista. Mas a posição da alavanca de regulagem de altura do banco do motorista não é das melhores. Os botões dos retrovisores elétricos também ficam escondidos, à esquerda do volante. Já os amplos ajustes de altura e de profundidade da coluna de direção facilitam a visualização do quadro de instrumentos. A visibilidade dianteira é boa, embora as largas colunas centrais e traseiras dificultem o campo de visão lateral e na hora de estacionar de ré. A direção elétrica ficou um pouco mais "pesada" e, em consequência, mais precisa. Nota 6.
Consumo – De acordo com a Toyota, a média de consumo urbano do Corolla 2.0 é de 6,1 km/l com etanol e 8,2 km/l com gasolina, e o rodoviário é de respectivos 10,1 km/l e 12,8 km/l. O computador de bordo da versão testada em trajeto superior a 100 km percorridos apontou 8,7 km/l em trecho majoritariamente de estrada plana e reta. Nota 6.
Tecnologia – O Corolla usa uma plataforma de 2002, antiga para o segmento de sedãs médios. Conta com uma suspensão traseira por eixo de torção, enquanto a maioria dos rivais já adotou a independente. O câmbio automático, apesar de apresentado como novo, só oferece quatro velocidades. A grande modernidade é mesmo o motor 2.0 com comando variável na admissão e escape, e bloco e pistões em alumínio. Os itens de seguranças incluem airbag duplo e ABS para todos os modelos – os com 2.0 têm bolsas laterais de série. O rádio, contudo, sequer oferece entrada auxiliar para iPod ou Bluetooth. Nota 7.
Conforto – Como em todo médio, há bom espaço para pernas e cabeças de todos os ocupantes. Atrás, todavia, o vão para cabeças é limitado por conta do caimento da terceira coluna. De qualquer forma, dois adultos e uma criança viajam sem grande apertos no banco traseiro. A suspensão foi recalibrada e ficou mais firme. Mas em trecho basicamente bem asfaltado, não chega a incomodar. O isolamento acústico é eficiente mesmo com o motor trabalhando em giros altos. Nota 8.Habitabilidade – O modelo oferece uma razoável quantidade de porta-objetos e de porta-copos. Os acessos ao interior são facilitados pelas amplas portas, mas atrás – e mais uma vez – o caimento da terceira coluna obriga os viajantes a certo contorcionismo para entrarem nos bancos traseiros. O porta-malas com seus 470 litros está condizente com o segmento. Nota 7.
Acabamento – Os materiais utilizados no revestimentos dos painéis e portas aparentam qualidade e são agradáveis ao tato, apesar de serem desprovidos de quaisquer requintes e sofisticações, mesmo na versão XEi 2.0 testada. Há falhas em alguns encaixes, como no acabamento central do painel. Os fechamentos são precisos e não há sinais aparentes de rebarbas. Nota 7.
Design – No segmento dos sedãs médios o Corolla é um dos modelos com desenho mais previsível e sóbrio. Na reestilização de 2008 adotou elementos óticos e grade que remetem ao médio-grande Camry e seguem a tendência da marca no mundo. Nota 7. Custo/benefício – O Corolla começa em R$ 61.890 no modelo XLI manual com o antigo motor 1.8 e vai até R$ 89.160 na nova versão Autis 2.0 automática. Quer brigar com Fusion e Azera, mas peca por ter menos espaço, não oferecer alguns itens de série e até simples equipamentos de conectividade e de entretenimento. Nas versões de entrada, porém, continua com um custo/benefício atraente. Nota 7.
Total – O Toyota Corolla 2.0 16V somou 71 em 100 possíveis.
FICHA TÉCNICA – Toyota Corolla XEi 2.0 16V flex
| MOTOR | A gasolina e etanol, dianteiro, longitudinal, 1.986 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando duplo de válvulas no cabeçote e variável na admissão e no escape. Injeção direta de combustível e acelerador eletrônico |
| POTÊNCIA | 142 cv com gasolina a 5.600 rpm e 153 cv com etanol a 5.800 rpm |
| TORQUE | 19,8 kgfm com gasolina a 4 mil rpm e 20,7 kgfm com etanol a 4.800 rpm |
| CÂMBIO | Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré com opção de mudanças sequenciais manuais na manopla ou nas borboletas atrás do volante |
| TRAÇÃO | Tração dianteira. Não oferece controle de tração |
| DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica |
| RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 15”,de liga-leve |
| PNEUS | Dianteiros e traseiros 205/55 R16 |
| COMPRIMENTO | 4,54 m |
| ALTURA | 1,48 m |
| LARGURA | 1,76 m |
| ENTREEIXOS | 2,60 m |
| PORTA-MALAS | 470 l |
| PESO em ordem de marcha | 1.230 kg |
| TANQUE | 60 l |
| SUSPENSÃO | Dianteira independente do tipo McPherson com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção, com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora. Não oferece controle de estabilidade |
| FREIOS | A discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. Oferece ABS com EBD de série nesta versão |
| CORES | Branco, cinza, vermelho fogo, prata e preto |
| PREÇO | R$ 75,83 mil |
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