Avaliação: Dois mil quilômetros com a Saveiro Cross
Rodamos com a picape aventureira da Volkswagen até Brasília
- À esquerda, o monumento projetado por Avatar da Silva Moraes marca a saída – temporária – de São Paulo, e some rapidamente pelos retrovisores da Volkswagen Saveiro Cross. À frente, a Rodovia dos Bandeirantes dá início à jornada de mil quilômetros rumo a Brasília DF. Com o caminho traçado em um mapa de papel, o WebMotors levou a versão topo de linha da Saveiro para uma – literalmente – longa avaliação.
Clima democrático
O início da manhã era de frio, obrigando o uso do ar quente da picape. Felizmente a unidade testada era completa. Com preço partindo de R$ 42.380, a Saveiro Cross não tem ar-condicionado ou aquecimento de série. Para gelar, pague R$ 2.880 extras – ou R$ 410 se seu objetivo é apenas se aquecer.
Antes dos primeiros 100 quilômetros de viagem, surge o primeiro pedágio. O sistema de som opcional de R$ 990 com controle no volante R$ 280 garante o conforto na fila de espera, enquanto os 104 cv com etanol de potência do motor 1,6-litro são suficientes para garantir uma aceleração constante até os 100 km/h. Segundo a fábrica, a Saveiro Cross cumpre esta tarefa em 11 s.
Em velocidade de cruzeiro, o motor gira abaixo dos 3 mil rpm. Culpa dos pneus todo-terreno 205/60 R15. Como não houve alterações mecânicas da Cross em relação às outras versões da Saveiro, o pneu de maior diâmetro alongou a relação de marchas da picape.
Se na longa reta entre as cidades mineiras de Uberaba e Uberlândia BR-050 isso se tornou uma vantagem, nas serras goianas, repletas de caminhões, as ultrapassagens não eram tarefa fácil. Apesar de a picape estar com dois passageiros e pouca carga na cabine estendida, as reduções de marcha eram constantes. Felizmente a Saveiro herdou o excelente câmbio MQ200 já usado pelas linhas Gol, Polo e Fox. Os engates precisos e curtos poderiam ser apenas um pouco mais silenciosos.
Aos trancos e barrancos
Em alguns trechos, em Minas Gerais e Goiás, os buracos testaram a dinâmica da Saveiro Cross. Falhas maiores puderam ser contornadas sem maiores sustos, apesar de a caçamba estar vazia. Como na maior parte das picapes, a traseira mostra-se sensível a um rápido duplo desvio de trajetória. Em casos assim retomar o controle da Saveiro é fácil, mérito da direção hidráulica firme em altas velocidades. Para buracos menores, os pneus altos e a suspensão de curso longo ajudaram na absorção do impacto.
No meio da viagem, a luz da reserva de combustível se acende. Também, pudera: o consumo medido pelo WebMotors rodoviário de 9,4 km/l com etanol é apenas moderado, dando autonomia de 517 quilômetros. Com gasolina, a Saveiro Cross fez 12,1 km/l, podendo rodar 665 km antes do tanque se esgotar. A diferença de potência são 3 cv a menos com gasolina é pouco perceptível, permitindo ao proprietário escolher o combustível mais vantajoso sem grandes perdas no desempenho.
Visibilidade Grande – para os outros
Chegando na capital fcaptional, a Saveiro Cross chamou uma atenção razoável – considerando que seu lançamento foi há mais de sete meses e a unidade testada era pintada com o convencional prata. Um dos motivos pela indiscrição da picape são os apliques pretos ao redor da carroceria, incluindo um ressalto no para-choque dianteiro que simula um quebra-mato. Embutido nele, um grande farol auxiliar, que une as funções de neblina e longo alcance milha.
Na hora de virar, a Saveiro Cross felizmente mantém sua visibilidade em alta. Os indicadores de direção no retrovisor sinalizam bem as mudanças de faixa algo bem-vindo quando é preciso cruzar as seis faixas do Eixo Monumental. Porém, na hora de estacionar, a visibilidade é baixa, principalmente devido à caçamba alta. De série nesta versão, os sensores de estacionamento são uma ajuda e tanto, faltando apenas o rebaixamento do retrovisor direito tilt-down, item já disponível na linha Fox.
Durante sua estada em Brasília, a Saveiro Cross precisou levar um pouco de carga na caçamba. Por causa dos acessórios, a versão avaliada é a que leva menos peso 660 kg de capacidade e um menor volume 734 litros. Como grau de comparativo, a Saveiro 1.6, de entrada, cabine simples, leva 715 kg nos 924 litros de volume da caçamba. Em contrapartida, a capota marítima e ganchos deslizantes de amarração vem de série na versão Cross, facilitando a fixação das mais diferentes bagagens. Caso a carga seja valiosa, a tampa da caçamba leve, graças a um amortecedor pode ser fechada com chave.
Resumo
No retorno a São Paulo, a viagem, sem maiores percalços, consolidou as características da Saveiro Cross. A relação de marcha alongada garante silêncio extra a bordo, apesar do ruído esporádico gerado pela capota marítima. A suspensão firme dá conta do recado em curvas mais fechadas sem incomodar nos buracos, mas a traseira leve requer atenção em mudanças bruscas de trajetória.
O conjunto motor e câmbio é adequado para a proposta do modelo, cuja caçamba deve permanecer a maior parte do tempo vazia. Por R$ 45.260 incluindo ar-condicionado, a Saveiro Cross se posiciona entre a Fiat Strada Adventure R$ 47.670 e Peugeot Hoggar Escapade R$ 43.500. Dentro de casa, o custo-benefício da Cross é superior ao das versões mais simples equipadas com os mesmos acessórios. É um carro prático para o trânsito de São Paulo, para as largas avenidas de Brasília e para as estradas que ligam as duas capitais.
Confira mais detalhes da Volkswagen Saveiro Cross na seção vídeos do WebMotors
FICHA TÉCNICA – Volkswagen Saveiro Cross 1.6 2011
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