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Avaliação: Fiat Linea 1.8 16V E.TorQ Dualogic

Reposicionado e com novo motor, Fiat Linea quer mais participação no segmento de sedãs compactos

por Auto Press

- A Fiat apostou muito alto quando lançou o Linea no mercado. Classificou o modelo como um legítimo herdeiro da imagem do extinto Marea, um sedã médio. Mas, na realidade, suas dimensões o colocariam para brigar no chamado subsegmento de compactos premium. E frente a rivais de peso como os médios Honda Civic e Toyota Corolla, ficou evidente que a fabricante italiana havia escolhido os "inimigos" errados. Neste panorama, a Fiat "deu o braço a torcer" e reposicionou o Linea. Na época do lançamento, o modelo aparecia com preços entre R$ 60.900 e R$ 78.900 na versão T-Jet. Hoje, parte de R$ 55.480 e chega a R$ 71.290 na topo de linha.
Com a política de "retrabalhar a imagem do produto", o sedã ainda entrou na lista dos veículos da marca a receber o motor 1.8 16V E.TorQ, em substituição ao 1.9 16V de 130/132 cv que vinha da Argentina. Com a mesma potência de 130/132 cv com gasolina/etanol, a nova unidade de força é produzida pela FPT Powertrain Technologies e já equipa o hatch Punto, a minivan Idea e a linha Palio. Saído da antiga fábrica da Tritec de Campo Largo, no Paraná, o motor tem torque de 18,4/ 18,9 kgfm e pode ser assistido por um câmbio manual de cinco marchas ou pelo automatizado Dualogic, também com cinco velocidades, como o modelo testado.
Neste novo posicionamento, o Linea agora briga com rivais do seu tamanho. E leva a melhor em vários aspectos graças a algumas características, como a potência do novo motor da FPT. O Volkswagen Polo sedã usa um propulsor 1.6 de 101/103 cv, enquanto Honda City dispõe sob o capô de uma unidade 1.5 litro capaz de alcançar 115/116 cv. Já o sul-coreano Kia Cerato fica mais próximo do Linea. Entrega 126 cv com o motor 1.6 litro – só que não tem flex, por enquanto.
Ainda a seu favor, além de um propulsor mais moderno, o Linea oferece uma relação custo/benefício atraente, com uma boa lista de equipamentos de série desde a versão de entrada. E disposta a ganhar volume, a Fiat quer provar que também tem capacidade para produzir um modelo requintado. O que fica claro com a configuração testada, a Absolute Dualogic. Ela chega com itens como freios com ABS, airbag duplo, ar-condicionado automático digital, sistema Blue&Me – operado por comandos de voz, com rádio/CD/MP3, porta USB e Bluetooth –, volante em couro com comandos do rádio e telefone, controle de cruzeiro, ponteira de escapamento cromada, sensor de estacionamento e GPS por setas no display do quadro de instrumentos. Com o câmbio automatizado, tudo sai por R$ 67.030.
O design é mais um ponto a favor. Com 4,56 metros de comprimento, 1,73 metro de largura, 1,50 metro de altura e 2,60 metros de entre-eixos, o modelo tem um estilo um tanto "esticado" e exibe linhas bastante arrojadas. Por dentro, o Linea possui muitas semelhanças com o hatch Punto – a começar pelo painel central. Como opcionais, a versão Absolute do sedã da Fiat oferece apenas rodas de liga leve 17 polegadas por R$ 2.038, som hi-fi com subwoofer por R$ 492, airbags laterais e do tipo cortina por R$ 2.855 e kit com sensor de chuva, sensor crepuscular e espelho retrovisor interno eletrocrômico por R$ 717. Completo com tudo, como o modelo avaliado, o Linea chega a R$ 73.723.
Mas o modelo da marca italiana ainda tem um longo caminho a percorrer. Mesmo com todos seus atributos e com rivais do seu porte, o Linea ainda está distante das vendas de seus principais concorrentes. Honda City, Volkswagen Polo sedã e Kia Cerato têm médias mensais de respectivas 2.678, 1.291 e 1.177 unidades/mês. Enquanto isso, o modelo saído da fábrica de Betim, Minas Gerais, vende 946 unidades em média por mês no ano, o que já esboça uma reação, já que desde o lançamento, em 2008, o sedã patinava nas 600 unidades/mês.
Instantâneas
# O Linea é feito sobre uma plataforma alongada do hatch Punto. # Desde janeiro deste ano, o sedã conseguiu emplacar 9.647 unidades. No mesmo período do ano passado, o modelo acumulava 11.639 unidades vendidas. # O Linea foi projetado pelo Centro de Estilo da Fiat na Itália em colaboração com o fabricante turco Tofas, parceiro da marca italiana. O seu mercado de lançamento foi da Turquia. # O modelo já levou dois prêmios na Índia. Foi eleito o Carro do Ano, concedido pela revista "Autocar" e Carro Médio do Ano, da revista "Overdrive". # O Linea foi o primeiro automóvel do Brasil com opção de sistema de navegação GPS integrado ao painel. # Na Europa Ocidental, o modelo é vendido apenas na Espanha, Alemanha e Portugal. Os seus principais mercados são o Leste Europeu e o Oriente Médio. # O sistema Blue&Me foi desenvolvido pela Microsoft em parceria com a fabricante italiana.
Ponto a ponto Desempenho – A robustez do Linea está presente mais no design que na força do propulsor 1.8 16V de 132 cv. A aceleração não é das mais avassaladoras: o modelo leva 11,9 segundos para ir de zero a 100 km/h. Nas retomadas, o Linea é um pouco melhor e recupera o fôlego de 60 km/h a 100 km/h em 9,7 s – em quarta marcha. Os 18,4 kgfm de torque máximo do motor são liberados aos 4.500 giros e não favorecem a retomada. Ainda assim, a reação ao acelerador é boa. E até que o câmbio automatizado Dualogic parece funcionar melhor com o E.torQ do que com o aposentado propulsor 1.9 16V, com trocas mais ágeis. As frenagens, de modo geral, são eficientes. Nota 7.
Estabilidade – O equilíbrio do Linea é muito bom tanto em curvas em baixa quanto em alta. No geral, há bastante serenidade nas frenagens, que contam ainda com o auxílio do sistema de freios ABS e EBD. A seu favor, o sedã da Fiat mostra também uma precisa comunicação entre rodas e volante. Nota 8.
Interatividade – É um dos pontos altos do Linea. Todos os comandos ficam bem posicionados e têm acesso fácil. A visibilidade é auxiliada pelos sensores de estacionamento e pelos espelhos retrovisores laterais largos. Os botões de acionamento do ar-condicionado e do rádio são grandes e fáceis de operar. O banco do motorista tem ajuste de altura e o volante multifunção – também ajustável em altura e profundidade – tem botões embutidos do som e do controle de cruzeiro. No painel, uma pequeno visor ao centro informa dados como distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso, tudo fornecido pelo computador de bordo. A visualização do GPS por setas em um display no quadro de instrumentos, porém, é mais complicada. Nota 8.
Consumo – O Linea fez média de 6,3 km/l com etanol, rodando 2/3 na cidade e 1/3 na estrada. Nota 6.
Conforto – O espaço no habitáculo do Linea é apenas razoável para quem está no banco traseiro. Apesar dos 2,60 metros de entre-eixos, o banco traseiro foi avançado para reservar maior espaço no porta-malas. Além disso, o acentuado caimento do teto prejudica o vão para cabeças. Já na parte dianteira, pernas e cabeça encontram mais sobras. O isolamento acústico também merece elogios, já que abafa com eficiência o barulho do motor e ruídos externos. Já a suspensão é bem calibrada e absorve com eficiência os impactos. Nota 7.
Tecnologia – Na parte mecânica, o destaque fica para o recém-lançado motor 1.8 litro 16V E.TorQ de 130/132 cv. Entre os equipamentos de conforto estão ar-condicionado digital, rádio/CD com MP3. Na parte de segurança, airbags duplos frontais e freios ABS e EBD. Nota 8.
Habitabilidade – Os acessos são largos, a iluminação interna é bem distribuída e todos os cintos são de três pontos. Há uma oferta boa de porta-objetos e o porta-malas acomoda bons 500 litros. Nota 8.
Acabamento – Embora traga bancos revestidos parcialmente em couro, o Linea tem acabamento feito com materiais simples, como plástico – que são rígidos demais para portas e painel de um veículo que custa R$ 67.030. A Fiat até tenta emprestar requinte com a aplicação de um material preto brilhante no painel central – assim como acontece no Punto. Nota 6.
Design – O Linea tem linhas bastante arrojadas, muito semelhantes às do Punto. A linha de cintura em cunha e o design alongado dão a impressão que o sedã é maior do que realmente parece ser. Nota 8.
Custo/Benefício – O Linea é vendido atualmente por R$ 55.480 na versão de entrada. A configuração testada surge por R$ 67.030 e concorre com as versões mais equipadas do Honda City, Kia Cerato e Volkswagen Polo sedã. O modelo da marca japonesa na versão ELX com câmbio automático sai por R$ 72.625, enquanto o sedã sul-coreano surge por R$ 61.900 em sua versão topo de linha com motor automático de quatro velocidades. O Polo sedã "corre por fora" na concorrência e é oferecido por R$ 55.280 com motor 1.6 e câmbio automatizado i-Motion. O modelo da Fiat ganha pela quantidade de equipamentos de conforto e segurança de série e pela motorização mais potente. Mas perde para Kia e Honda em termos de acabamento interno e na comparação com o câmbio automático, superior ao Dualogic. Nota 7.
Total – O Fiat Linea 1.8 Absolute somou 73 pontos em 100 possíveis
Impressões ao dirigir - Uma segunda chance
Com o reposicionamento do Linea, a Fiat espera seduzir pelas linhas fluidas do modelo, movidas com agilidade pelo bom motor 1.8 16V, e que fazem do modelo um veículo interessante em seu nicho. Em termos de motorização, são 132 cv de potência atingidos aos 5.250 rpm e 18,9 kgfm de torque máximo despejados nas rodas aos 4.500 giros do motor para mover os 1.320 quilos do sedã. As acelerações, no entanto, desapontam. Isso porque são necessários 11,9 segundos para o Linea ir de zero a 100 km/h. Já nas retomadas, o sedã compacto é menos lento e leva 9,7 segundos para ir dos 60 km/h aos 100 km/h em quarta marcha.A fabricante italiana fala em uma máxima de 192 km/h. De qualquer forma, o casamento da nova unidade de força E.TorQ com o câmbio automatizado parece ter dado certo – mesmo não tendo agilidade como deveria ao eliminar os trancos. De qualquer foram, oferece boa dirigibilidade e o Linea conta com assistentes de freios ABS e EBD para situações mais "exigentes". Há ainda outros equipamentos interessantes a bordo, como os airbags duplos frontais – além dos laterais e de cortina, como opcionais. A suspensão bem acertada consegue absorver as imperfeições do solo e garantir o conforto dos passageiros a bordo.
Outros aspectos interessantes no Linea são a interatividade e a lista de equipamentos de conforto. Na versão Absolute estão disponíveis ar-condicionado digital, bancos revestidos parcialmente em couro, comando viva-voz, Bluetooth, volante em couro com comandos do rádio, porta USB, chave canivete, computador de bordo, direção hidráulica, faróis de neblina, retrovisores, travas e vidros elétricos, rodas de liga leve de 16 polegadas, sensor de estacionamento traseiro e volante com regulagem de altura e profundidade e CD Player com MP3. O porta-malas carrega até 500 litros de bagagem, 870 litros com os bancos rebatidos.
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