Beleza não falta ao Fiat Siena ELX 1.4, mas ele cobra por isso

Sucesso e demanda fizeram a Fiat aumentar o preço do sedã derivado do Palio


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Gustavo Ruffo
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- De todas as versões do Fiat Siena, nenhuma delas uma nova geração, uma vez que a plataforma do sedãzinho continua a mesma desde seu lançamento, essa é sem sombra de dúvidas a mais bonita. É o que o carro precisava para vender melhor, além do estímulo óbvio da versão antiga, vendida por valor mais baixo e, portanto, interessante para frotistas e taxistas.

Tanto é verdade que, quando a versão ELX foi lançada, em novembro do ano passado ,ela custava R$ 36,6 mil. Hoje a demanda que há pelo Siena já permitiu à Fiat aumentar o preço para R$ 37,89 mil, uma diferença significativa de valor.

Por esse valor o carrinho vem com pintura sólida e computador de bordo. Mais nada. Pelo mesmo preço é possível comprar carros mais equipados, como um Citroën C3 ou o novo Peugeot 207 Brasil, ainda que o porta-malas de 500 l. Equipado como a versão que avaliamos, repleta de opcionais e com pintura metálica, o Siena passa a custar R$ 52,85 mil, preço de carros bem maiores. Vale uma ampla pesquisa de mercado, mas, a princípio, é um valor que não compensa. O Siena HLX, com o mesmo nível de equipamentos e motor mais forte, sai por cerca de R$ 3.000 a mais.

Se manteve as qualidades, como o enorme porta-malas, o problema do novo modelo é também ter herdado parte dos defeitos dos modelos anteriores. Não é incomum ouvir consumidores da marca reclamando das molduras dos retrovisores do Punto, que caem, de para-sóis que descem sozinhos, porta-luvas que não se fecham direito e por aí afora.

No Siena que avaliamos, registramos um defeito que também vem sendo objeto de queixa de diversos proprietários: o marcador de combustível deixou de funcionar. Não adiantou reabastecer o carro ou usar outro combustível: o marcador continuou a indicar que não havia combustível no tanque que havia sido abastecido havia pouco tempo. A liderança tem feito a Fiat trabalhar como nunca, em Betim, mas a marca precisa dar mais atenção aos detalhes.

Ao volante

O problema com o marcador de combustível comprometeria a medição de consumo, não fosse a presença do computador de bordo e a medição cuidadosa que fizemos com o reabastecimento. Vale lembrar que os números que obtivemos não são os melhores, pois não nos preocupamos com uma condução econômica, mas sim com o uso cotidiano que faríamos do carro.

Na cidade, com álcool, o Siena faz uma média de 6 km/l; na estrada, chega a 8 km/l. Com gasolina, o consumo urbano fica na casa dos 7,5 km/l, enquanto o rodoviário sobe para cerca de 12 km/l. Deve haver quem registre números bem melhores e os que considerem nossa medição otimista, mas foi isso que registramos.

Quando se entra no Siena, nota-se um nível acima do esperado em termos de acabamento, como se o modelo pertencesse a uma categoria superior de mercado. Não fossem os plásticos com rebarbas poucas, mas estavam lá, ele passaria facilmente como o concorrente de um modelo mais luxuoso.

O volante tem regulagem de altura, assim como o banco, mas o sistema de regulagem da altura do assento, por meio de uma alavanca retrátil, é ruim. A razão é simples: a alavanca está localizada entre o banco e o porta-mapas, num lugar de difícil acesso. Para quem tiver mãos finas, que consigam passar no vão, o risco é que o retorno da alavanca ao lugar “belisque” os dedos, uma vez que a mola do sistema é bem forte.

Como o entreeixos do Siena continua o mesmo, com parcos 2,37 m, o espaço para os passageiros do banco de trás é muito pequeno, o que prejudica a utilização do sedã como táxi. Ali só viajam confortavelmente crianças ou adultos que tenham a sorte de ter um motorista bem pequeno conduzindo o veículo.

Feitos esses reparos, é fácil chegar a outro fator de sucesso do Siena: ele é um carro muito gostoso de dirigir. O motor 1,4-litro responde bem, crescendo de giro sem reclamar. A suspensão, apesar de alta, também se relaciona bem com o piso, mantendo o carro exatamente onde ele deve estar.

Com o nível de sofisticação em equipamentos que o Siena oferece, é pena apenas que todos eles aumentem o preço do carro em quase R$ 15 mil. Se equipá-lo custasse menos, ou se ele oferecesse uma versão que trouxesse o pacote completo por um valor mais baixo a melhor opção, o Siena poderia ser, além de bonito e gostoso de dirigir, um excelente negócio. Custando o que custa, o adjetivo tem de ser mais bem escolhido.

FICHA TÉCNICA – Fiat Siena ELX 1.4




















MOTORES Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, duas válvulas por cilindro, refrigeração a água, flexível em combustível álcool e gasolina, 1.368 cm³,
POTÊNCIA85 cv gasolina e 86 cv álcool a 5.750 rpm
TORQUE12,4 kgm gasolina e 12,5 kgm álcool a 3.500 rpm
CÂMBIOManual de cinco velocidades
TRAÇÃO Dianteira
DIREÇÃOPor pinhão e cremalheira hidráulica de série no HLX
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 14”; opcionais de liga-leve, também aro 14”
PNEUS185/65 R14
COMPRIMENTO 4,16 m
ALTURA 1,45 m
LARGURA 1,64 m
ENTREEIXOS 2,37 m
PORTA-MALAS 500 l
PESO em ordem de marcha1.080 kg
TANQUE48 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, tipo McPherson; traseira por eixo de torção
FREIOS Discos na dianteira e sólidos na traseira
PREÇOR$ 37,89 mil R$ 52,85 mil, conforme testado


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