Briga entre sedãs coloca o Symbol de frente para o Siena

O Symbol tem motor Renault 1,6-litro e o Siena usa um GM-Fiat 1,8-litro. Qual é o melhor carro? No geral, empatam...


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Oficina Brasil
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- Nos últimos anos, a oferta por sedans tem crescido no país, e o que era privilégio apenas de consumidores mais abastados, agora pode ser encontrado por preços mais acessíveis.

Menores no tamanho, e também com motores populares, os sedans compactos tiveram tão boa aceitação no mercado que as montadoras criaram uma nova categoria, a dos compactos Premium, para oferecer uma certa exclusividade ao consumidor que busca um carro com bom espaço no porta malas e acabamento mais requintado.

Quem reina absoluto nessa categoria é o Volkswagen Polo Sedan, alvo do nosso comparativo na edição passada, contra do novo sedan da Peugeot, o 207 Passion, oficialmente lançado em outubro, no Salão do Automóvel de São Paulo. E, mais recentemente, a também francesa Renault apresentou ao mercado o Symbol, que faz uma ponte entre o Clio Sedan e o Mégane.

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Assim, escolhemos para este comparativo outro sedan da velha guarda, o Fiat Siena, que nasceu derivado do Palio, em 1997, e, de lá para cá, tem se reinventado constantemente. A última atualização, no final de 2007, trouxe mais estilo ao carro, que é o único a desfilar também na categoria dos sedans compactos populares nas versões 1.0L e 1.4L, concorre com Renault Logan, Chevrolet Prisma, Classic e Corsa Sedan, Volkswagen Voyage e Ford Fiesta Sedan.

Apresentação

Com duas opções de motor, ambos 1.6L, com 8 ou 16 válvulas, o Renault Symbol é o novo xodó da marca francesa e, como dito anteriormente, foi posicionado entre o Clio Sedan e o Mégane. A versão avaliada é a topo de linha, Privilège, que pela tabela Fipe custa R$ 45.344 com desconto do IPI. Já o Fiat Siena deste comparativo também é o topo de linha, HLX, 1.8L, 8 válvulas, cotado a R$ 43.953 tabela Fipe, também com desconto do IPI. Ambos com câmbio manual.

O Symbol é uma mistura de Clio com Mégane. Esteticamente lembra o irmão maior, porém o tamanho, acabamento interno e a mecânica remetem ao irmão mais pobre, apesar de ser bem equipado, com rodas de liga leve de 15 polegadas e pneus 185/55, ar-condicionado digital, airbags duplos de série e sistema de som com comando satélite na coluna de direção.

O Siena, mesmo na versão topo de linha, apresenta condicionador de ar analógico, sendo que o equipamento digital não é disponível nem como opcional, e air bags duplos como opcionais, em kit que inclui também o sistema de freios ABS.

Porém, o Renault peca em alguns itens de conforto, que revelam a avançada idade do projeto do carro, que apesar de ser novo por fora, herdou muitos ‘defeitos’ do Clio. Um deles é o acionamento dos vidros traseiros, localizados no console central, posicionados de forma tal que o acionamento fica difícil tanto para o motorista quanto para os passageiros. Além disso, somente o motorista conta com sistema de acionamento automático com um único toque, que funciona apenas para descer o vidro. Para erguer, é necessário manter o botão apertado.

Outro detalhe que podia ser cuidado com mais atenção é o para-sol. Até carros menos sofisticados apresentam espelho do lado do motorista. O Siena tem e, no Symbol, o item é inexistente.

Mecânica

Sem carroceria, o Symbol pode ser chamado de Clio, literalmente. “Não mudou nada”, confirma o consultor técnico do jornal Oficina Brasil e proprietário da CobeioCar, em São Paulo, Cláudio Cobeio, ao erguer o carro no elevador da oficina.

Isso significa que, assim como ocorreu no acabamento interno, o Symbol herdou alguns componentes que poderiam e deveriam ter sido melhorados, como o varão que liga o trambulador à caixa de câmbio, que transmite boa parte do movimento e vibração do motor para a alavanca do câmbio.

Outro ponto que merecia atenção especial, por se tratar de um carro novo, eram os coxins do motor superior e do câmbio inferior. “São peças que substituímos com frequência nos Clios”, afirma o consultor técnico do jornal Oficina Brasil, Paulo Aguiar, proprietário da Engin Engenharia Automotiva, localizada em São Paulo.

De forma semelhante, o Fiat Siena apresenta também projeto antigo, que mecanicamente evoluiu bem, porém não representa grandes desafios para os reparadores, o que pode ser considerado uma boa notícia.

Opinião do especilialista

“O Siena se mostra um carro mais adequado para o trânsito do dia a dia, pelos regimes de torque em baixa rotação”, avalia o consultor técnico do jornal Oficina Brasil e especialista em preparação de motores, Antonio “Tonicão” Marconato, proprietário da Esther Turbo www.estherturbo.com.br - 11 2942-9441. “Porém, na estrada, as oito válvulas a mais do motor 16v do Symbol fazem diferença”, conclui após avaliar os resultados das medições de torque e potência extraídos no dinamômetro.

Com certa dificuldade, o Symbol quase atingiu a potência máxima anunciada pela fábrica. Ficou cerca de 2 cv abaixo do nominal, de 115 cv quando abastecido com álcool. Por outro lado, o Siena também apresentou resultado menor do que o anunciado pela Fiat, porém no torque. “Pode ser influência da qualidade do combustível”, arrisca Tonicão. De qualquer forma, os valores podem ser considerados dentro de um limite de tolerância.

Tonicão chama atenção para a relação de marchas do Symbol. “As marchas do Siena tem seu escalonamento melhor projetado para seu motor enquanto a 1ª marcha, do Symbol se revela mais curta por causa do deslocamento do carro em regimes de baixa rotação rpm “Além disso, no Symbol há uma grande diferença entre a 1ª e 2ª marchas, proporcionando um pequeno vazio em sua passagem o que aumenta o tempo de retomada em 2ª marcha.”, diz o especialista.

Motor

Assim, o velho propulsor de oito válvulas que equipa o Fiat Siena garante todos os 114 cv de potência que a fábrica diz ter. Já o também conhecido K4M do Renault Symbol, com 16 válvulas apresenta todos os 15 kgfm de torque prometidos pela montadora.

Porém, na potência, o motor Renault quase fura a tabela 113 cv medido contra 115 cv divulgado, e o mesmo ocorre com o Fiat, no torque 16,38 kgmf medido contra 18,5 kgmf divulgado. Ambos medidos com álcool no tanque. leia mais detalhes no quadro Opinião do Especialista.

Em ambos, no entanto, a manutenção é considerada fácil pelos reparadores do conselho editorial do jornal Oficina Brasil. “Não tem segredo”, afirma Cobeio, da CobeioCar. “São motores conhecidos, que o reparador já está acostumado a receber na oficina”, diz Aguiar, da Engin.

Undercar

Tanto a suspensão dianteira quanto a traseira dos dois carros são bastante parecidas. Na frente, são independentes, do tipo MacPherson, com amortecedores hidráulicos telescópicos e barra estabilizadora, com bieletas bem curtas.

Já na traseira apresentam eixo de torção e barra estabilizadora, com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos montados separadamente. Em ambos, a direção é hidráulica, com pinhão e cremalheira.

Os modelos avaliados possuíam sistema de freios ABS, com discos ventilados na dianteira e tambor na traseira.

Ao volante

Um item não encontrado em ambos veículos e que fizeram falta, principalmente por serem tratados como Premium pelas montadoras, foi o ajuste de profundidade do volante. Este é um dos recursos mais importantes para a correta acomodação do motorista, que complementa as regulagens de altura e distância do banco, assim como a altura do volante. Poderia, ao menos, ser oferecido como opcional.

Chamou atenção o acionamento elétrico de regulagem de altura do banco do motorista do Siena, item opcional neste tipo de veículo. Já o ajuste de altura do volante, em ambos os carros, apresenta curso curto e, assim, não fazem muita diferença. No entanto é melhor do que nada.

Mecanicamente, vimos que os carros são bastante parecidos, inclusive nas dimensões, apesar de o Symbol ser um pouco mais comprido 11 cm, o que reflete em maior entre-eixos 10 cm. É também mais largo 3 cm, porém é 1 cm mais baixo.

No entanto, nem por isso o Renault é mais confortável, pois ao volante, o Fiat transmite maior sensação de maciez, por conta do ajuste de suspensão. Neste ponto, os dois carros são bastante diferentes. O Symbol é mais firme e passa impressão maior de segurança para entrar em curvas com maior velocidade. Já o Siena privilegia o conforto.

Até mesmo na troca de marchas o francês se apresentou mais justo, apesar do sistema de acionamento por varão. Ocorre que com o tempo e desgaste natural do veículo o varão tende a se tornar impreciso na mudança de marchas.

Em relação ao acelerador, ambos os carros apresentam bom comportamento, sendo o Siena um pouco mais vigoroso e silencioso, graças ao forro acústico do capô, peça inexistente no Symbol. Uma pena, pois um dos pontos fortes dos carros da Renault são os motores. O 1.6L 16 válvulas Hi-Flex desenvolve muito bem e é bastante robusto, apesar de áspero. Para se ter idéia, a potência anunciada é 1 cv superior à do 1.8L 8 válvulas da Fiat respectivamente 115 cv/114 cv quando abastecido com álcool.

Um fator que ajuda muito o bom desempenho dos sedans é o peso deles. O Fiat é um pouco mais obeso menor e mais pesado 1.080 kg, contra 1.045 kg do esbelto Symbol. A soma dessas informações levam, então, a uma dúvida: por que o Siena anda mais se é mais pesado e o motor oferece tanta potência quanto o do Symbol?

Relações de marchas

É aqui que os carros se separam. Em uma rápida análise, descobrimos que no Fiat, as marchas obedecem uma escala mais suave, apesar de a primeira ser bem curta 3,909:1. Já no Symbol, há uma depreciação muito grande entre primeira e segunda de 3,36:1 para 1,86:1 e, apesar de a quinta marcha ser bem longa 0,82:1, o diferencial é curto 4,07:1. Em outras palavras, o Fiat anda mais, com menos esforço.

ManutençãoO custo de manutenção dos veículos são equivalentes, apesar de as peças do Symbol serem um pouco mais caras. A diferença, na média, é de aproximadamente 10%. Há, no entanto, algumas diferenças consideráveis, em ambos os lados.

Contra o Fiat, conspiram a correia poly V R$ 245,16 e as pastilhas de freios R$ 239,06, respectivamente 165% e 92,5% mais caras do que as do Symbol R$ 92,59 e R$ 124,15. Os valores foram fornecidos pelas concessionárias Fiat Amazonas Lapa e Renault Grand Brasil Aricanduva.

Por outro lado, os filtros de ar R$ 43,09, combustível R$ 24,49 e óleo R$ 27,82 do Renault são 110%, 85% e 60% mais caros que do Siena respectivamente R$ 20,44, R$ 13,12 e R$ 17,48, além do jogo de correia dentada e tensionador R$ 490,63, disco de freio dianteiro R$ 450,57 e as lonas de freios R$ 280,91 apresentarem custos mais elevados em 50%, 97% e 172% respectivamente. No Siena custam R$ 326,67, R$ 228,16 e R$ 103,23.

A Fiat recomenda a troca de óleo e filtro a cada 12 meses ou 15 mil Km 7,5 mil Km em casos de uso severo, já a Renault a cada 5 mil Km ou 6 meses. Porém, o prazo de revisão do Symbol é a cada 20 mil Km, enquanto o Siena deve passar por manutenção a cada 15 mil Km. No final das contas, os custos ficam bastante próximos.

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