Espaçoso e bem equipado, o BYD Song Plus é uma boa pedida para quem busca um SUV eletrificado confortável, mas não liga tanto para o desempenho
A principal vantagem dos carros híbridos plug-in é a possibilidade de carregar a bateria motriz na tomada, reduzindo a demanda de uso do motor a combustão nessa tarefa. Mas o que acontece se ignorarmos essa capacidade e usarmos o modelo plugado da mesma maneira que um convencional?
Aproveitei a oportunidade de testar o BYD Song Plus 2026 para botar em prática esse teste de vida real com o SUV da marca chinesa.
Foram 10 dias a bordo do SUV híbrido plug-in. E sem parar o SUV para carregar na tomada. Mas será que fiquei "na mão" com a bateria motriz zerada? Ficou curioso? Então confira nas próximas linhas como foi essa experiência.
A BYD aproveitou o lançamento da linha 2026 para atualizar o visual do Song Plus. O SUV híbrido plug-in agora tem as mesmas linhas externas do Song Plus Premium, lançado no mercado brasileiro no final de 2024.
Isso quer dizer que o SUV estreou uma dianteira reestilizada, com visual mais limpo e frisos horizontais. No mesmo estilo visto no sedã elétrico Seal. Já na traseira, a BYD tirou a placa do para-choque e passou para a tampa do porta-malas. Mudaram também as lanternas e o logo do fabricante, que deixou de ser o "Build Your Dreams" escrito por extenso. As novas rodas, de 19 polegadas, agora também são as mesmas do SUV topo de linha.
Por dentro, o Song Plus também herdou o console central do Song Plus Premium, com comandos reposicionados e uma alavanca de câmbio menor e mais discreta, do tipo eletrônica.
As mudanças estéticas deram uma atualizada - e deixaram mais elegante - o visual do SUV, que foi lançado na China em 2020 e chegou três anos depois ao mercado brasileiro.
O BYD Song Plus tem 4,78 m de comprimento, 1,89 m de largura e 1,67 m de altura, com um entre-eixos de 2,77 m. É aquele típico SUV médio feito para quem gosta ou precisa de carros espaçosos.
O espaço para as pernas no banco traseiro é bastante generoso e é possível levar três pessoas com uma boa dose de conforto. O acabamento também é bem refinado para um SUV médio generalista, com direito a materiais macios ao toque em várias superfícies e iluminação decorativa em LED com coloração personalizável.
A BYD claramente privilegiou o espaço para os passageiros na cabine, já que o porta-malas não é tão amplo assim: tem capacidade para 425 litros - menor que os de alguns SUVs compactos do mercado brasileiro.
E como fica a ergonomia? O Song Plus 2026 ainda é um típico chinês e concentra quase todos os comandos na tela central - e giratória - de 15,6 polegadas. Mas confesso que estou me acostumando com essa lógica chinesa e essa característica me incomoda - um pouco - menos do que já me incomodou.
Se você já está iniciado nos carros chineses, certamente não vai se perturbar. E tem outro ponto bacana: o comando de voz dos BYD é bem eficiente e aceita pedidos mesmo com frases bem fora do padrão. Por exemplo: é possível alterar a temperatura do ar-condicionado dizendo que você está com frio ou calor.
A lista de itens de conforto do BYD Song Plus 2026 inclui teto solar panorâmico, tampa do porta-malas com abertura e fechamento elétricos, faróis de LED com acionamento automático, luz decorativa da cabine, painel tela de 12,3 polegadas, multimídia com tela de 15,6 polegadas e som com dez alto-falantes, carregador de celular por indução, bancos dianteiros com ajustes elétricos, aquecimento e ventilação, ar-condicionado de duas zonas e chave presencial.
Já o conjunto tecnológico e de segurança tem seis airbags, pacote ADAS, monitor de pontos cegos, seletor de modos de condução com três opções de acerto (Eco, Normal e Sport), freio de estacionamento eletrônico e câmera 360°.
E agora chegou a hora de falar do teste. O BYD Song Plus 2026 é equipado com um propulsor 1.5 aspirado e um propulsor elétrico. Esse conjunto desenvolve a potência combinada de 235 cv e permite ao SUV de 1.830 quilos acelerar de zero a 100 km/h em 7,9 segundos.
Com uma bateria de 18,3 kWh - que pode ser totalmente carregada em três horas com um carregador Wallbox -, o alcance teórico é de 63 quilômetros no modo 100% elétrico (ciclo PBEV), embora o real seja maior que isso. Segundo a BYD, somando a bateria motriz e o tanque de gasolina, dá para rodar incríveis 1.200 quilômetros antes do carro parar sem carga e sem combustível.
E como eu falei no início desse texto, o segredo para aproveitar ao máximo um híbrido plug-in é manter a bateria motriz sempre com carga máxima, o que só é possível na tomada. É só assim que você consegue extrair o melhor desses eletrificados, como a possibilidade de rodar por longos períodos no modo 100% elétrico.
Mas um carro é feito para ser usado e pode acontecer de você viajar para o meio do nada, quilômetros distante do Wallbox mais próximo. Ou simplesmente ficar sem tempo para carregar o carro na tomada. Nesses casos, será que eu vou ficar na mão só com o motor a combustão?
No caso do BYD Song Plus 2026, é possível conviver tranquilamente sem um carregador por perto. O lance é tirar o carro do automático, que privilegia a eficiência na rodagem em detrimento à carga da bateria motriz.
Aliás, tirar do automático é no movimento literal. Na aba "Energia" da multimídia, você desativa o gerenciamento inteligente de energia ao ativar a função "Save" e botar o "SOC Alvo" para o valor máximo.
Traduzindo para o português, esse "Save" significa que você quer usar o motor a combustão para carregar a bateria motriz, enquanto o "SOC Alvo" representa o percentual de carga que você pretende atingir.
Usando o motor 1.5 aspirado como gerador, é possível carregar o bateria motriz até os 70%. Embora essa escolha implique em uma renúncia, já que o carro passa a beber mais gasolina para manter o motor elétrico com energia suficiente.
Nesses mais de 600 quilômetros que eu rodei com o Song Plus em 10 dias, 1/3 do trajeto foi em uso rodoviário. E foi na estrada que eu aproveitei para abusar do modo Save, deixando o carro no modo automático praticamente apenas na cidade.
A carga da bateria motriz até chegou a ficar abaixo dos 30% em vários momentos. Mas como o motor a combustão é mais requisitado em velocidades mais altas, enquanto o elétrico não entra em cena com tanta frequência, não demora tanto para que a bateria motriz atinja os 70% de carga.
Segundo o contador de autonomia no painel, esses 70% de carga são o suficiente para rodar 55 quilômetros no modo elétrico. Então é possível manter essa dinâmica de acionar o modo Save na estrada e depois deixar o carro no automático no uso urbano, para poder rodar o máximo possível sem gastar gasolina.
Com o modo "Save" acionado, não notei variação no desempenho do SUV. Que é relativamente ágil, levando em consideração o fato do Song Plus ser uma máquina de mais de 1.800 quilos. O acerto de suspensão - bem macio - é mais adequado para uma tocada mais pacata.
Por outro lado, como o motor a gasolina é mais requisitado, você vai ouvir o ruído do 1.5 aspirado com uma frequência maior que a esperada para um híbrido plug-in.
Na estrada, foi possível testar o funcionamento do pacote ADAS do Song Plus. E aqui, o SUV da BYD não difere muito dos outros chineses. Os auxílios eletrônicos funcionam de maneira excessivamente conservadora, se assustando com frequência, por exemplo, com motos trafegando no corredor.
Já o assistente de manutenção em faixa não entrega uma condução exatamente suave. Optei por desativar o assistente de faixa e manter apenas o controlador adaptativo de velocidade nos momentos em que preferi dar folga ao pé direito.
E nesse teste do plug-in desplugado, rodei 633,9 quilômetros com o BYD Song Plus e gastei um total de 32,2 litros de gasolina. O combustível no tanque era suficiente para mais 504 quilômetros de rodagem, enquanto a carga da bateria permitiria rodar até 47 quilômetros no modo elétrico.
Rodei sem pensar em bater recorde de eficiência. Mantive o ar-condicionado ligado 100% do tempo, enquanto o seletor de condução permaneceu quase todo o tempo no modo Sport. Outro detalhe é que eu praticamente não usei o modo "EV", que força o SUV a rodar como um elétrico pleno.
No final das contas, a média de consumo no meu teste foi de 19,7 km/l. Uma bela marca, considerando a forma como conduzi o Song Plus. Mas, certamente, teria atingido resultados muito melhores mantendo a bateria motriz carregada na tomada.
A BYD prevê revisões periódicas a cada um ano ou 10 mil quilômetros para o Song Plus.
Apenas com as manutenções obrigatórias até os 50 mil quilômetros, o proprietário terá que desembolsar R$ 6.310. É o valor que aparece na tabela divulgada no site da BYD. A garantia é de seis anos, com oito anos de cobertura para a bateria motriz.
E o seguro no Auto Compara? Fiz uma cotação para um perfil de homem, casado, com 38 anos e morador de São Paulo. O valor da proteção completa oscilou entre R$ 3.685,20 e R$ 15.792,10.
O BYD Song Plus é comercializado em versão única, com preço de tabela de R$ 249.990. Os concorrentes diretos - e também híbridos plug-in - são o Caoa Chery Tiggo 7 Pro PHEV (R$ 219.990), o GWM Haval H6 PHEV19 (R$ 245 mil) e o Jaecoo 7 Prestige (R$ 249.990).
Frente a esses concorrentes, o SUV da BYD fica atrás em desempenho e supera apenas o Caoa Chery no alcance 100% elétrico. Por outro lado, é bem equipado, espaçoso e confortável. Além do visual ter sido atualizado recentemente.
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BYD - SONG PLUS - 2023 |
1.5 DM-I HÍBRIDO AUTOMÁTICO |
R$ 229800 |
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