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Chevrolet Cobalt 2017 quer ser o Rei do pedaço

Sedã recebe novo motor 1.8L e fica mais ágil e econômico. Preço chega nos R$ 70 mil

por Rodrigo Ferreira

O Chevrolet Cobalt é um típico exemplo daquele cara que chega tímido no grupo, na humildade, fazendo de tudo para não ser visto, mas que ganha confiança com o tempo, começa a colocar as manguinhas de fora e, quando ninguém espera, domina o pedaço. O sedã foi apresentado em 2011 com um desenho simples, um motor 1.4L nada empolgante e espaço interno enorme (principalmente no porta-malas, são 563 litros). De cara despertou mais a atenção dos choferes de praça do que dos pais de família.


Porém aos poucos o sedã ganhou requinte, ficou classudo, no fim de 2016 encarnou um visual moderninho e mais recentemente, já para a linha 2017, trocou a alma, ou melhor, tirou de linha o beberrão e antiquado 1.8L Econoflex para receber um eficiente propulsor 1.8L SPE/4 Eco (que também passou a ser usado na minivan Spin). O tempo fez bem ao Cobalt e hoje ele se apresenta como uma das referências do seu segmento.


Meu último contato com o Cobalt havia sido na época do seu lançamento. A primeira sensível mudança de lá para cá foi no preço. No teste do WM1, avaliei a versão Elite, que não traz opcionais e custa na tabela R$ 68.990. A pintura, caso ela não seja a branca ou azul, sairá por mais R$ 1.400. Fatura total de R$ 70.390.


O Honda City, por exemplo, na versão mais básica com câmbio CVT sai por R$ 66.400, mas chega aos R$ 81.400, na EXL, a mais completa. Já o Ford Fiesta sedan Titanium, com câmbio PowerShift, sai por R$ 74.190. Ou seja, apesar do preço salgado, o Cobalt ainda se mantém bem em relação a concorrência.



Um casamento, 580 km e 24 horas


Um bate e volta entre São Paulo e Ubatuba em menos de 24 horas para uma festa de casamento, numa viagem de 580 km, foi o pretexto para eu entender mais sobre a proposta do Cobalt 2017. Além do motor, a Chevrolet informou que 64 outros pontos foram alterados no sedã, da aerodinâmica ao peso (o modelo ficou 36 quilos mais leve). De cara, um deles está na direção elétrica que tomou lugar da antiga hidráulica. O conjunto ficou leve e preciso, além de ajudar no consumo de combustível.


Outra alteração foi no sistema multimídia. O serviço OnStar, que já estava presente no sedã desde o fim do ano passado, teve algumas funções incorporadas. Agora é possível utilizar o serviço de concierge para exibir mapas na tela do sitema Multilink, que também foi atualizado. Além disso, é possível fazer espelhamento com o Apple Car play e Android Auto.



É interessante ter a disposição uma babá eletrônica que te dá orientações das mais banais, como saber o resultado de um jogo até o endereço de um restaurante mais próximo. Os contatos foram sempre amigáveis, mas algumas vezes o Cobalt teimou em não querer receber o comando de mapa enviado pela simpática atendente. Já o funcionamento do mapa é diferente de outros sistemas do mercado. Não é possível, por exemplo, ter uma visão ampla do mapa, o conjunto foca nas próximas ações e só.


O acabamento também melhorou. Apesar de ainda contar com bastante plástico, o toque é suave. A versão testada trazia bancos forrados em couro marrom escuro com o nome da versão (Elite) bordada na parte superior do encosto. Há couro, por exemplo, em parte do acabamento das portas. Como pontos a melhorar estão os ajustes do banco do motorista, de acesso ruim, e o assento dianteiro curto para as pernas.




Motor novo, ânimo renovado


Na comparação com o Econoflex que equipava o Cobalt, o propulsor 1.8L SPE/4 Eco ficou 21% mais econômico que o antecessor. Segundo dados da montadora, com câmbio automático o motor chega a registrar 15,1 km/l na estrada abastecido com gasolina e 12,1 km/l na cidade, nas mesmas condições, no caso do sedã. Com etanol, as marcas são de 10,4 km/l e 8,3 km/l, respectivamente. Durante o nosso teste as marcas não foram tão expressivas. A média entre o ciclo urbano e estrada (mais neste último) ficou em 12,2 km/l. Um valor bom, considerando-se que no meio o Cobalt encarou a truncada serra entre Taubaté e Ubatuba duas vezes.


Além de mais eficiente, o novo propulsor ficou também mais potente. O torque máximo subiu de 17,1 kgf.m para 17,7 kgf.m, numa rotação menor (3.200 rpm para 2.600 rpm). Além disso, a potência máxima subiu de 108 cavalos para 111 cv.



Em relação a desempenho, o novo propulsor deixou o sedã 0,3 segundo mais ágil no 0 a 100 km/h e 0,8 segundo mais rápido nas retomadas entre 80 e 120 km/h.  Não parece muito, mas foi o suficiente para deixar o sedã espero para fazer ultrapassagens em rodovias via sinais.


O novo motor se deu bem com o câmbio automático de seis marchas, que também recebeu algumas melhorias (entre elas, a opção de trocas manuais por meio de teclas na alavanca de câmbio). Não espere esportividade no Cobalt, a proposta do modelo nunca foi e nunca será esta. Tanto o conjunto mecânico quanto a suspensão privilegiam o conforto e a segurança. E pronto. Bem racional e eficiente.



Bom de seguro e manutenção


A Chevrolet fez um bom trabalho nos custos de revisão. Até os 60 mil quilômetros o comprador gastará pouco mais de R$ 3,2 mil na concessionária, uma média de R$ 540 a cada 10 mil quilômetros. O seguro também ficou bom para o segmento. Fazendo uma cotação para um condutor homem de 38 anos, casado, em São Paulo, a reportagem obteve no site AutoCompara um valor médio de R$ 2.293,36.


Revisões

10 mil km

R$ 220

20 mil km

R$ 500

30 mil km

R$ 656

40 mil km

R$ 480

50 mil km

R$ 424

60 mil km

R$ 992

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Resumo


O tempo fez bem ao sedã da Chevrolet. Para a linha 2017, o Cobalt deixou a timidez de lado para se tornar um forte candidato a referência do segmento. Mesmo custando praticamente R$ 70 mil, o modelo apresenta um bom custo-benefício frente a concorrência. O tapa no visual deixou o modelo mais atual e refinado, mas o maior ganho está sob o capô. Se você precisa de espaço para a família e não é fanático por uma tocada esportiva, talvez esta seja uma boa alternativa para ser o seu próximo carro.

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