Chevrolet Malibu: pronto para brigar

Modelo quer marcar presença entre sedãs médios-grandes


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A entrada de um novo veículo no mercado automotivo nacional nem sempre obedece à velha lógica formal de atender a uma demanda específica. É o caso do lançamento do Malibu no Brasil. A principal intenção da Chevrolet com a importação do modelo dos Estados Unidos é passar a participar do prestigiado segmento de sedãs médios-grandes. O objetivo, claro, é fortalecer a imagem da Chevrolet ao dar uma opção aos fãs da marca no Brasil – não são poucos – de ter acesso a um modelo moderno, que faça frente a rivais como Ford Fusion e Hyundai Azera.

Essa proposta está expressa na própria intenção da GM, de comercializar apenas 200 unidades por mês – nos primeiros 30 dias de vendas, entre 15 de junho, quando o Malibu desembarcou em sua única versão LTZ, até 15 julho, foram 294 unidades. Introduzido entre os sedãs Vectra e o Omega, o novo modelo da Chevrolet chega por R$ 89.900. Preço bem próximo do oponente coreano – o Azera começa, na tabela, em R$ 90 mil –, mas acima do rival conterrâneo, que oferece o Fusion "básico" por R$ 80.920.

O Malibu apareceu pela primeira vez no motorshow de Detroit, em 2008, com um visual que apontou a tendência de design que a fabricante americana adotaria dali em diante. Começa pela frente agressiva, com uma grade bipartida horizontalmente, com bordas cromadas, que ostenta a gravatinha da Chevrolet. Dois vincos que partem da coluna dianteira passam pelo capô, emolduram os faróis e terminam na parte inferior do para-choque. Há também uma pequena saída de ar bem abaixo da grade central, que divide os faróis de neblina. O conjunto ótico anguloso completa a composição da dianteira. De perfil, chamam a atenção as rodas de alumínio 18 polegadas e uma linha de cintura bem vincada, que corta todo o modelo. Ela parte dos faróis, cruza toda a lateral na altura das maçanetas das portas e vai até a traseira. Atrás, as lanternas são compostas por leds, têm formato irregular e invadem a tampa da mala. Abaixo do para-choque bojudo estão duas saídas de escape cromadas, uma em cada extremidade da traseira.

O motor escolhido para mover o Malibu no Brasil é o 2.4 Ecotec de quatro cilindros, já utilizado aqui pelo utilitário Captiva. A unidade de força é assistida por uma transmissão automática de seis velocidades – que pode ser manuseada também através de borboletas localizadas atrás do volante. Ao todo, são 171 cv que se manifestam completamente aos 6.400 giros, enquanto o torque de 22,1 kgfm acontece aos 4.500 rpm – os mesmos números do Captiva. Em termos de motorização, o sedã da Chevrolet é menos potente que o Ford Fusion, que tem propulsor 2.5 litros de 173 cv, e que o Hyundai Azera, que guarda sob o capô um motor 3.3 V6 de 245 cv de potência.

Para brigar de igual para igual, pelo menos em termos de conforto e tecnologia, a Chevrolet resolveu investir nos itens de série do Malibu. Estão incluídos manopla do câmbio e bancos em couro – com regulagem elétrica de altura e aquecimento –, volante multifuncional, acabamento que imitam madeira, iluminação do painel em tom azul, ar-condicionado digital, computador de bordo, direção com assistência elétrica, sensor de luminosidade, rádio/CD/MP3 com entrada USB, oito alto-falantes Bose e bússola no espelho interno, além de itens de segurança como seis airbags – entre eles, frontais, laterais e de cortina – freios ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência. Um pacote de itens de série de respeito, coerente com a função mercadológica do Malibu no país.

Instantâneas

# Nos Estados Unidos, o Malibu parte de US$ 21.825, algo em torno de R$ 40 mil.

# Em seu país de origem, a Chevrolet oferece quatro versões de acabamento. São elas a de entrada LS, o 1LT, o 2LT, e a topo de linha LTZ.

# Assim como o Chevrolet Agile, o console frontal do Malibu tem o conceito de duplo cockpit, completamente simétrico, lançado primeiramente pelo Corvette, em 1953.

# A primeira geração do Chevrolet Malibu foi fabricada pela montadora americana em 1964.

# O Malibu é produzido na fábrica de Fairfax, no Kansas. A intenção da fabricante é transferir a produção da futura geração, prevista para 2012, para a planta de Detroit-Hamtramck, a mesma que irá fabricar o Chevrolet Volt.

# Em 2009, o Malibu vendeu 161.568 unidades nos Estados Unidos. Neste ano, de janeiro a junho, foram 108.317 carros.



Ponto a ponto

Desempenho - Os 171 cv de potência do motor 2.4 Ecotec conseguem dar conta de transportar os mais de 1.500 kg do Chevrolet Malibu. As arrancadas, no entanto, não são tão eficientes. As respostas do propulsor são mais lentas do que se poderia esperar. Por outro lado, as borboletas atrás do volante permitem um comando mais “esportivo” do modelo. O câmbio de seis velocidades é bem escalonado e contribui para a performance do sedã, que faz a marca de zero a 100 km/h em 10,7 segundos. O Malibu não é um “foguete”, mas consegue alcançar os 191 km/h sem cerimônia. A GM fala em uma máxima de 194 km/h. Nota 7.

Estabilidade - O Chevrolet Malibu mostra que possui um bom equilíbrio dinâmico nas curvas, sem ameaçar sair de frente ou de traseira. Nas retas planas e em altas velocidades, o sedã americano se comporta perfeitamente. O único detalhe é em relação à direção elétrica – que, por ser leve, privilegia o conforto. Poderia se tornar um pouco mais rígida em velocidades mais acentuadas. A sensação de flutuação aparece em velocidades mais altas, em função da suspensão, macia demais. De qualquer forma, o modelo se porta bem nas freada e não mergulha a frente. Nota 7.
Interatividade - É um dos pontos altos deste sedã da Chevrolet. Os comandos são intuitivos e ao alcance do motorista. O volante tem regulagem de altura e profundidade, que privilegiam a condução. A manobrabilidade fica um tanto comprometida pela injustificável falta de um sensor de estacionamento. Bancos do motorista e carona têm regulagem elétrica além de um sistema de aquecimento. O quadro de instrumentos enxuto oferece uma visualização rápida e clara, com um grafismo de fácil leitura. A luminosidade azul dá um toque característico. O computador de bordo traz funções como velocidade média, autonomia, temperatura externa, pressão dos pneus e até aviso de vida útil do óleo. Nota 9.

Consumo - O Chevrolet Malibu cumpriu a média de 6,5 km/h em um percurso com 2/3 de cidade e 1/3 de estrada. É pouco para um modelo movido apenas a gasolina e com desempenho tão modesto. Nota 6.

Tecnologia - O Malibu tem uma plataforma bem moderna e utiliza uma unidade de força eficiente, a mesma do Captiva: o propulsor 2.4 Ecotec de 171 cv. Como itens de segurança, o sedã grande chega com freios ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência, sistema Isofix para cadeiras de criança, além de seis airbargs – frontais, laterais e de cortina. Em termos de conforto e entretenimento, é equipado com ar-condicionado digital, rádio com CD Player/MP3/USB e entrada auxiliar. Há também controle de cruzeiro e borboletas no volante. Nota 8.

Conforto - Por ser um sedã grande, espaço não falta aos passageiros. Motorista e carona têm área de sobra para esticar as pernas e o vão para cabeças é generoso para todos os ocupantes. Atrás, dois adultos viajam sem apertos. Já um terceiro ocupante deixa o ambiente apertado e ele próprio viaja mal – não tem nem apoio de cabeça, inexplicavelmente ausente. A suspensão é macia e privilegia o conforto. Mas exagera na dose: é molenga demais e chega a fazer o veículo flutuar em velocidades mais altas. O isolamento acústico é muito eficiente e bloqueia o barulho do motor mesmo em giros altos. Nota 9.

Habitabilidade - O acesso ao banco de trás é facilitado pelas portas de bom tamanho e ângulo de abertura. Já na frente, a coisa muda de figura. A coluna dianteira, muito inclinada, volta e meia se interpõe entre a cabeça do motorista ou do passageiro e o interior do veículo. Caso a entrada seja bem-sucedida, encontra-se um ambiente agradável, com uma quantidade razoável de porta-trecos e porta-copos, tanto na parte da frente como na de trás. O porta-malas é bem espaçoso, tem um acesso muito bom e comporta 428 litros. Nota 7.

Acabamento - Apesar do uso de materiais plásticos que imitam madeira, o interior do Malibu tem um ar sofisticado. Os bancos são revestidos em couro. O estranho é que o acabamento das portas não recebe a mesma forração – no local é utilizado um material plástico bem rígido, que não é tão agradável aos olhos e nem ao tato. Para incrementar o visual, há detalhes cromados nas saídas de ar, na moldura do quadro de instrumentos e no botão do ar-condicionado. A manopla do câmbio automático de seis velocidades também é revestida em couro. Encaixes e fechamentos são precisos. Nota 8.
Design - A Chevrolet estreou sua nova identidade visual no Malibu, inclusive a grade que se alastrou por toda a gama de modelos da gravatinha. O sedã tem linhas modernas e uma traseira não tão ousada, mas os traços são atraentes e resultam em um conjunto harmônico e robusto. Nota 8.

Custo/benefício - Com o lançamento do Malibu com uma única versão no Brasil, a LTZ, a Chevrolet não tem a ambição de vender milhares de unidades. E oferece o modelo por R$ 89.900, valor acima do praticado pela Ford com o Fusion e é menos completo que o Hyundai Azera. Nota 6.

Total - O Chevrolet Malibu LTZ somou 75 pontos em 100 possíveis.

Primeiras impressões – Executivo americanoA chegada do Chevrolet Malibu no Brasil não foi cercada de muita expectativa ou alarmismo. De maneira sutil e discreta, a montadora americana introduziu no mercado nacional a sétima geração do sedã médio-grande – que estreou nos Estados Unidos em 2008 –, que passou a ser o sétimo sedã oferecido pela marca no país. Mas quando desfila pelas ruas, o Malibu não consegue manter o mesmo low profile do lançamento. Com uma imponência inerente a todo sedã grande que se preze, o Malibu se destaca pelo visual avantajado e pelo porte robusto.

O que não surpreende é a vocação do modelo para o conforto e o espaço interno. A bordo do modelo da Chevrolet, condutor e passageiros desfrutam de espaço mais do que suficiente para joelhos e pernas. Além disso, o vão para cabeças é bastante generoso e ajuda a transmitir a sensação de amplitude. A interatividade é outra qualidade do novo rival do Hyundai Azera e do Ford Fusion. Praticamente todas as ferramentas estão “nas mãos” do motorista, que pode usufruir do controle de cruzeiro, das funções do áudio, da troca de marchas via paddle shift e das funções do computador de bordo no volante multifuncional.

Depois de virar a chave – que é um tanto vintage e não condiz com o estilo do carro, apesar de acionar o motor e o ar-condicionado por controle remoto – é hora de ver do que o motor 2.4 Ecotec é capaz. Para transportar os 1.526 kg do Malibu, o modelo oferece acelerações aceitáveis, sem arroubos de performance. Mas o mesmo não acontece em velocidades maiores. Pelo contrário. Parece que o sedã começa a mostrar sua real potência após os 120 km/h e desenvolve uma vontade de colocar à prova os seus potentes 171 cv, chegando faminto aos 185 km/h. Em velocidades altas, porém, surge o efeito colateral da suspensão, macia demais. O veículo flutua um pouco. Não de forma descontrolada, mas provoca a sensação de insegurança.

O interior, no entanto, tem muitas outras qualidades. Como o isolamento acústico, que deixa os ruídos de fora mesmo em velocidade e giros mais altos. A Chevrolet credita esse ponto positivo aos para-brisas e também aos vidros laterais, que foram especialmente laminados para isso. A direção elétrica privilegia o conforto, mas deveria ser progressiva, o que facilitaria a vida do motorista em altas velocidades. A troca das marchas só é sentida pelo motorista quando o pedal do acelerador é pressionado com mais vontade. Ou ainda quando é feita manualmente, através das borboletas atrás do volante. Quando se usa o modo sequencial do câmbio, porém, surge a prova de que a Chevrolet não enxerga muita esportividade no Malibu: não há um mostrador que indique em que marcha se está em cada momento.

Ficha técnica – Chevrolet Malibu LTZ

Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 2.384 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.

Transmissão: Câmbio automático com modo manual sequencial e trocas através de borboletas no volante, com seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle eletrônico de tração.

Potência máxima: 171,3 cv a 6.400 rpm.

Torque máximo: 22,1 kgfm a 4.500 rpm.

Diâmetro e curso: 88,0 mm X 98,0 mm. Taxa de compressão: 10,4:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com amortecedores telescópicos hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira independente com quatro braços articulados, molas helicoidais, amortecedores telescópicos e barra estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Freios: Discos ventilados na frente e atrás, com ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência.

Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,87 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,45 m de altura e 2,85 m de distância entre-eixos. Oferece airbags duplo frontal, laterais e de cortina.

Peso: 1.582 kg com 426 kg de carga útil.

Capacidade do porta-malas: 428 litros.

Tanque de combustível: 61,7 litros.

Produção: Fairfax, Estados Unidos.

Lançamento da atual geração: 2008 nos Estados Unidos.

Lançamento no Brasil: 2010.


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