Chevrolet Meriva Easytronic traz conforto com desempenho

Pioneira em transmissão manual automatizada no Brasil mostra os benefícios e desvantagens do novo sistema


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Gustavo Ruffo
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- A disputa pela primazia foi acirrada. De um lado, a Fiat, vendendo horrores e com problemas para aumentar a produção, testava o câmbio manual automatizado em uma infinidade de produtos, como o Stilo 2008 e o sedã do Punto, o Linea. Ambos eram esperados ainda para este ano; ambos ficaram para 2008. A Volks também foi flagrada testando a novidade, mas deve adotá-la apenas no novo Gol, que chega ainda no primeiro semestre do ano que vem. Por fim, a Chevrolet também avaliou o sistema e, como o exportava para a Argentina e o México, ficou mais fácil para ela ser a pioneira brasileira no sistema e a mundial a adotá-lo em um veículo flexível em combustível. A escolhida para a estréia foi a Meriva, que ganhou o emblema Easytronic.

De todo modo, o equipamento não está à disposição em qualquer versão da minivan. Claramente a GM adotou uma estratégia de teste, limitando o produto à mais sofisticada, a Premium. Se ela tiver uma boa procura, o sistema poderá ser oferecido em versões mais em conta, como a Joy, a única que é oferecida a taxistas, os maiores beneficiários deste tipo de transmissão, que oferece o conforto de um automático com os mesmos custos de manutenção de uma caixa manual.

No lançamento do veículo, a marca divulgou um adicional de preço de R$ 2.000, bem mais do que se previa para o sistema, algo na casa dos R$ 900. Só que, no final das contas, não há adicional nenhum. Não há mais uma versão Premium independente do sistema Easytronic. Tanto que ela, agora, se chama Premium Easytronic, o que, para o consumidor, é uma boa.

O preço básico do carro, já com ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, banco com regulagem de altura, rodas de liga-leve de aro 15”, alarme com controle remoto e o sistema Easytronic, é de R$ 54.314. Esse é o valor que servirá para compor a tabela do carro, quando ele entrar no mercado de usados.

Se o motorista quiser equipar a minivan com ABS, airbags e pintura metálica, o que eleva seu preço para R$ 58.732, esse será, provavelmente, um valor perdido, que não entrará na composição de preço do modelo usado. Como os opcionais são poucos, e de segurança, é um investimento que vale a pena, ainda que se perca depois.

Ao volante

Mas, afinal de contas, como é andar na Meriva com câmbio automatizado? Para todos os efeitos práticos, é quase a mesma coisa que andar com um veículo automático, com a diferença de que as perdas de desempenho são muito menores. Quem já andou com um Civic de motor 1,6-litro e câmbio automático de quatro marchas sentiu, na pele, que propulsores pequenos não casam bem com esse tipo de transmissão, com honrosas exceções caso do Mazda Protegé. Como não tem conversor de torque, o sistema Easytronic se comporta como um carro com câmbio manual o que, no final das contas, é exatamente o que ele é.

Outra diferença em relação aos automáticos é que a alavanca segue um curso em L invertido ¬; acompanhe pelas fotos ao lado. No vértice do “L” fica a posição “N”, de Neutro, que é onde a alavanca deve estar para o carro dar a partida. Isso também só acontece se o motorista estiver pressionando o freio. Todas as posições são indicadas por um mostrador no painel.

Com o carro ligado, leva-se a alavanca para baixo, onde está o R ré, se for preciso manobrar, ou direto para a esquerda, em A automático, para a minivan se colocar em marcha.

Nessa ponta do “L” há três pequenas extensões. A mais à esquerda serve para mudar o modo de trocas de marcha, de automático para manual. Basta um leve toque para que isso aconteça. No mostrador do painel, a letra A muda para o número da marcha que está engatada no momento.

Aí é que, teoricamente, as outras duas extensões entram em ação. Para cima as marchas aumentam e, para baixo, obviamente, reduzem. Teoricamente porque, mesmo em modo automático é possível reduzir ou aumentar as marchas.

Acelerando de leve, as trocas de marcha são quase imperceptíveis. Quando se pisa com mais vontade, o motor sobe de giro com uma razoável disposição e o carro dá uma “cabeçada” na troca de marcha, pela queda brusca no giro e pelo desacoplamento da embreagem. Isso se repete com todas as marchas subseqüentes e fica mais intenso com a seleção do modo esportivo o botão S.

Em descidas íngremes, se o motorista não acelera, mas o giro sobe rápido, estimulado que é pela ladeira, a troca de marchas é muito perceptível. A Meriva fica solta até o engate de uma nova marcha. Dependendo da situação descida de rampas de garagem, por exemplo, o motorista pode se assustar.

Apesar do estranhamento inicial com esse novo modo de conduzir o carro, é tudo questão de adaptação e, em momento nenhum, o sistema Easytronic deixa o motorista na mão. Para trocar de marcha sem usar a alavanca, basta pisar mais fundo no acelerador e acionar o kick-down. A resposta é mais rápida do que se poderia supor e a minivan reage a contento, até melhor do que seria de esperar de um carro com proposta familiar.

O que o sistema Easytronic demonstra bem é que, assim como nos aviões, os contatos mecânicos estão com os dias contados. A alavanca de câmbio, longe de agir sobre a transmissão, apenas emite um comando eletrônico para a caixa. Assim, em vez de atuar diretamente sobre o sistema, como é no sistema manual, o motorista comunica a um intermediário o que ele quer fazer. Se esse “atravessador eletrônico” achar que está tudo certo, ele concorda. Se não achar, faz o que bem entende, o que, na maior parte das vezes, é o melhor para o carro e, consequentemente, para o condutor.

Isso já aconteceu com os faróis, com a buzina e, nos Mercedes-Benz Classe S e E, até com os freios dianteiros, que já voltaram, naquela marca, ao sistema tradicional, hidráulico. Mas é questão de tempo. Dirigir se tornará, para desgosto dos apreciadores da arte, um ato menos autoral, mais gerenciado, menos direto, intermediado, ainda mais quando os carros elétricos entrarem em cena. Façamos votos para que o futuro seja seguro, sim, mas não chato.

FICHA TÉCNICA – Chevrolet Meriva Premium Easytronic





















MOTORQuatro tempos, quatro cilindros em linha, tranversal, duas válvulas por cilindro, refrigeração a água, 1.796 cm³
POTÊNCIA114 cv com álcool e 112 cv com gasolina a 5.600 rpm
TORQUE 174 Nm com álcool ou gasolina a 2.800 rpm
CÂMBIOManual automatizado de cinco velocidades Easytronic
TRAÇÃO Dianteira
DIREÇÃO Hidráulica, por pinhão e cremalheira
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 15”, de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 185/60 R15
COMPRIMENTO 4,04 m
ALTURA1,57 m
LARGURA 1,69 m
ENTREEIXOS 2,63 m
PORTA-MALAS 390 l
PESO em ordem de marcha 1.255 kg
TANQUE52,5 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, do tipo McPherson; traseira semi-independente, com barra de torção
FREIOS Discos ventilados na dianteira; tambores na traseira; ABS opcional
CORES Branca, preta, vermelha básicas, Cinza Bluet, Cinza Larus e Prata Polaris metálicas e Azul Asthenes perolizadas
PREÇO R$ 54.314 R$ 58.732 no modelo avaliado


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