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Chevrolet Onix Joy é o ‘basicão’ de R$ 40.290

Modelo de entrada tem conjunto mecânico eficiente, mas poderia entregar mais itens de série e custar menos

por Marcelo Monegato

Atenção: antes de continuar lendo esta avaliação, por favor, abandone todo e qualquer capricho ou gosto pessoal. Coloque o seu lado raciona’ no ‘modo on’ e, se possível, selecione o nível ‘hard’. Afinal, o protagonista desta matéria é o Onix Joy, modelo de entrada da Chevrolet, que parte de R$ 40.290.



Durante uma semana, rodei com o modelo que carinhosamente apelidei de ‘basicão’. Claro que não achei fantástico – anos luz de ser a melhor experiência da minha vida –, mas devo admitir que não fiquei nem um pouco decepcionado com o hatch compacto. O Joy cumpre o que promete. Entrega o que propõe: boa economia para o dia a dia com o mínimo do mínimo de conforto.



O design é do velho Onix e as rodas de aço trazem calotinhas - no modelo avaliado, as rodas eram de liga leve de 14 polegadas escurecidas. De série, ar-condicionado, vidros elétricos nas portas dianteiras com acionamento no console central e direção elétrica progressiva – ideal para quem busca eficiência.


Motor 1.0 8V bicombustível tem 80 cv de potência máxima e 9,8 kgf.m de torque, quando abastecido com etanol


Falta trava elétrica nas portas, o que me fez deixar o Joy quase que todos os dias com pelo menos uma porta (são quatro, no total) destravada no estacionamento da Webmotors. Confesso que é meio (muito) ultrapassado abrir a porta de um modelo 2017 espetando a chave na maçaneta. É possível instalar o equipamento como acessório nas concessionárias da Chevrolet por R$ 510 (menor valor encontrado), já que não é opcional de fábrica.


De série também vem o pacote básico do OnStar, que engloba os serviços de recuperação veicular em caso de roubou ou furto, e diagnóstico de itens do carro por meio de um aplicativo para smartphone. A central multimídia MyLink não está à disposição, mas a Chevrolet oferece um kit alternativo com tela de 7 polegadas sensível ao toque e funções de TV, DVD, entrada USB, Bluetooth e projeção para smartphones por R$ 2.800 (menor valor encontrado).



Interior


O acabamento foi algo que me surpreendeu no Joy. Não pelo requinte, que é totalmente inexistente (meio que óbvio), mas pelo ‘simples’ ser bem feito. Tem plástico por todos os lados, mas as peças estão bem encaixadas, sem apresentar folgas ou rebarbas. Os bancos são em tecido e o cinto de segurança tem regulagem de altura. Atrás, o passageiro central não tem cinto de segurança de três pontos nem encosto de cabeça. Já o ISOFIX para ancorar cadeirinha infantil é inexistente. Segurança nunca é gasto, é investimento.


A posição de dirigir para motoristas como eu, com 1,72 metro de altura, é ok. No entanto, os mais altos sofrerão, já que a coluna de direção não tem qualquer tipo de regulagem, assim como o banco não oferece ajuste de altura. O volante tem boa empunhadura, mas não é multifuncional. Ponto positivo para a manopla do câmbio com material emborrachado.


Falta trava elétrica nas portas, o que me fez deixar o Joy quase que todos os dias com pelo menos uma das portas destravada no estacionamento da Webmotors


O painel de instrumentos tem velocímetro digital e conta-giros analógico. Ficou faltando computador de bordo com informações, por exemplo, do consumo médio – quem compra um Joy gosta mais da sigla km/l do que a km/h. O indicador de mudança de marcha para ajudar em uma condução mais econômica e o alerta de pressão dos pneus estão lá, mas o leitor de temperatura do motor, não.



Rodando


O Onix Joy é sóbrio rodando. Dentre os motores aspirados 1.0 de quatro cilindros, este da Chevrolet me agradou, devo admitir. Não pela voluntariedade, afinal, 9,8 kgf.m de torque a elevados 5.200 rpm e 80 cv de potência máxima a ‘estratosféricos’ 6.400 giros não impressionam ninguém, mas pela eficiência e suavidade. Incrível o bom trabalho de isolamento acústico e vibrações no habitáculo – melhor que qualquer três cilindros nestes dois aspectos.


De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO, o Joy atinge 12,9 km/l (cidade) e 15,3 km/l (estrada), quando abastecido com gasolina. Com etanol, os números são de 9,1 km/l (cidade) e 10,8 km/l (estrada). Índices que fazem os olhos de todo motorista de carro popular brilhar intensamente.



As acelerações e retomadas são ok para a proposta do ‘basicão’. E isso não se deve ao motor, mas ao bom escalonamento das quatro primeiras marchas da transmissão manual de seis velocidades, que consegue extrair 'ânimo' do propulsor. Os engates deste câmbio, aliás, também merecem elogios. São curtos e precisos.


O setup da suspensão está bem equilibrado, com uma personalidade mais focada na rigidez. Independente tipo McPherson na dianteira e semi independente com eixo de torção na traseira, os buracos são bem absorvidos pelo conjunto. Nas frenagens e curvas acentuadas, a inclinação é suave. Os freios têm disco ventilado na dianteira e tambor na traseira.


E somente para matar a curiosidade de vocês, a velocidade máxima do Onix Joy é de 167 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 13,4 segundos, segundo o fabricante.


Custos


Em termos de manutenção, o Chevrolet Onix Joy tem preços competitivos, mas nada impressionante ou que o faça ganhar destaque perante a concorrência. Nas revisões até 60.000 km serão investidos R$ 2.948. Já o valor do seguro médio ficou em R$ 2.320, e da franquia, R$ 2.790, para um homem de 35 anos, casado, morador de São Paulo.


Preços das Revisões Programadas

10.000 km ou 12 meses

R$ 220,00

20.000 km ou 24 meses

R$ 440,00

30.000 km ou 36 meses

R$ 592,00

40.000 km pu 48 meses

R$ 420,00

50.000 km ou 60 meses

R$ 364,00

60.000 km ou 72 meses

R$ 912,00

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Conclusão


Como disse anteriormente, o Chevrolet Onix Joy “entrega o que propõe: boa economia para o dia a dia com o mínimo do mínimo de conforto”. O problema é que o consumidor aprecia a boa economia, mas até mesmo o extremamente racional quer algo além do “mínimo do mínimo conforto”. Ainda não consegui assimilar, por exemplo, o fato de não ter trava elétrica de série. E custar R$ 40.290 é alto, tendo em vista que o Onix LT já com frente nova – e trava elétrica de fábrica – custa R$ 5.300 a mais, diferença que ao parcelar a compra em 36 ou 48 prestações acaba doendo menos no bolso. 



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