Em time que está ganhando não se mexe, correto? Errado, entende a GM. Atual líder de vendas do segmento de SUVs, o novo Chevrolet Tracker ganhou uma atualização após sete meses de seu lançamento. Agora, o motor 1.2 turbo fica restrito à versão topo de linha Premier, enquanto as outras cinco versões utilizam a opção 1.0, também turbinada. Será que o motor menor fica muito atrás do maior?
Para sanar a dúvida, testamos a versão 1.0 Premier, a mais completa equipada com o motor de 116 cv de potência. Nessa configuração, a Tracker custa R$ 115.690. Em termos de equipamentos, só não tem teto solar, item restrito à versão 1.2, que sai por R$ 122.490.
São itens de série do modelo os faróis de LED com acendimento automático, além de luzes diurnas e lanternas em LED. Há também sensores de estacionamento frontais e traseiros, raque de teto, rodas de alumínio de 17 polegadas, ar-condicionado digital, carregador de celular por indução, direção com ajustes de altura e profundidade e volante multifuncional revestido em couro.
O Chevrolet Tracker 1.0 Premier entrega ainda revestimento em couro nos bancos, trio elétrico, chave presencial com partida por botão e controle de cruzeiro. Também é de série a central multimídia de oito polegadas com câmera de ré e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay, além de Wi-Fi.
Um dos segredos para o sucesso do SUV, que emplacou mais de 6 mil unidades nos últimos dois meses, segundo a Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores), é a boa oferta também em relação a equipamentos de segurança. Há seis airbags, alerta de colisão, controles de estabilidade e tração, alerta de ponto cego, monitoramento da pressão dos pneus e freios ABS com EBD (antitravamento com distribuição da força de frenagem nas quatro rodas).
No que se refere a equipamentos básicos, as ausências mais sentidas ficam por conta de saídas de ar-condicionado e entradas USB para quem viaja no banco traseiro. Já itens mais sofisticados seriam o ACC, presente no Volkswagen Nivus, e câmeras 360°, que equipam Nissan Kicks e Renault Duster.
Antes de partirmos para desempenho, vamos falar sobre outro ponto importante, especialmente quando o assunto é SUV: espaço. O Tracker tem 4,27 metros de comprimento, mesma medida do Nivus. Já o entre-eixos é de 2,57 m. Ele garante espaço suficiente para que passageiros com estatura mediana viajem tranquilamente. Mas o destaque vai para a largura de 1,79 m, o que torna possível abrigar três pessoas com razoável conforto no banco traseiro.
Também é plausível o volume de 393 litros do porta-malas. O carro vem com um forro emborrachado que protege o bagageiro de sujeiras. No entanto, o compartimento é inferior, por exemplo, ao do ‘primo’ Onix Plus, que entrega 469 litros de volume.
Agora que esmiuçamos as propriedades do Tracker, bora falar de performance: o motor 1.0 de 116 cv fica muito atrás do 1.2 de 133 cv? É preciso destacar, antes de qualquer coisa, que falamos de dois propulsores turboflex com características semelhantes de construção e de comportamento.
Ambos têm três cilindros e entregam boa margem de torque em baixas rotações (2.000 rpm). O motor maior desenvolve 21,4 kgf.m, contra 16,8 kgf.m do 1.0. Desta forma, o 1.2 tem acelerações mais satisfatórias, com progressões mais vigorosas.
A opção mais potente apresenta aceleração de 0 a 100 km/l em 9,4 segundos. É, portanto, 1,1 s mais rápido do que o motor 1.0, que cumpre com a tarefa é 10,5 s.
Em contrapartida, o 1.0 não fica muito atrás quando o assunto é retomada. O motor, que também equipa a linha Onix, é competente tanto na estrada, quanto nas ladeiras da cidade.
Se vai bem em desempenho, é ainda melhor em consumo de combustível. Segundo o Inmetro, o Tracker 1.0 é o mais econômico da categoria rodando na cidade com gasolina, com índice de 11,9 km/l. No mesmo cenário, com etanol no tanque, a média é de 8,2 km/l.
Nas rodovias, o utilitário esportivo desenvolve 13,7 km/l com combustível de origem mineral, e 9,6 km/l, com o insumo vegetal.
O problema é que o tanque do Tracker não ajuda muito. Ele tem 44 litros. Na categoria, só não é menor do que o do Nissan Kicks, que tem 41 litros. Isso prejudica a autonomia do veículo. Dá até falsa impressão de que o carro bebe além da conta.
Ainda sobre dinâmica de direção, vale destacar que o Tracker tem posição alta de guiar, mas com suspensão estável e confortável. A única ressalva é que o modelo apresenta um pequeno gargalo em algumas acelerações a partir da inércia. Isto é, a transmissão de seis velocidades demora um pouco para engrenar as marchas iniciais. Mas isso é um pormenor que não tira do Tracker a qualidade de ser um veículo prazeroso de dirigir.
Além disso, o sucesso do modelo também é explicado pela oferta de conectividade, segurança e bom pacote de equipamentos.
Embora tenham desempenho semelhante, porém, esperava-se que as versões 1.0 tivessem diferença mais expressiva de preço na comparação com as antigas configurações 1.2 equivalentes. O “desconto” não ultrapassa os R$ 1.000.
Também chama atenção o valor de seguro do modelo. A apólice mais vantajosa encontrada no AutoCompara é de R$ 6.227,42. Levamos em consideração o perfil de homem, 45 anos, residente na Zona Sul de São Paulo.
Já a tabela de revisões com preço fixo está na média do mercado. A soma dos seis primeiros serviços (60.000 quilômetros rodados) é de R$ 3.248.
CHEVROLET - TRACKER - 2021 |
1.0 TURBO FLEX PREMIER AUTOMÁTICO |
R$ 121070 |
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