Chevrolet Vectra Next Edition dá um passo à frente

Mais do que se equiparar à concorrência, sedã mostra o quanto o modelo anterior estava defasado


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Gustavo Ruffo
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Florianópolis, SC - O objetivo de todo produto automotivo é ser líder em seu segmento. Alguns conseguem fazer isso por anos, como o VW Gol. Outros fazem isso apenas no início de suas vendas. Foi isso que aconteceu com o Chevrolet Vectra brasileiro. Ele acabou caindo diante de concorrentes mais modernos, como Toyota Corolla e Honda Civic. Com a Next Edition, nova versão do sedã, a Chevrolet pode não pretender a liderança, como mostra sua estimativa de vendas, mas quer que o consumidor considere seu veículo antes de tomar uma decisão. E, com o Next Edition, pode-se dizer que ela conseguiu o intento.

A previsão de vendas da GM para o novo sedã é de mais de 26 mil unidades por ano. Considerando que o Civic vende uma média de 4.000 carros por mês, ou 48 mil unidades ao ano, o Vectra teria de vender bem mais do que isso para ameaçar o líder. De todo modo, as 26 mil unidades, segundo a montadora, já são mais do que o Vectra vende atualmente. O objetivo, mais do que realista, tende a ser facilmente superado pelas qualidades com que o novo modelo pretende seduzir os consumidores.

Para começar, a aparência está muito melhor. A grade mundial da Chevrolet, com a gravatinha dourada sobre uma faixa central, deu ao carro um ar contemporâneo, atualizado com o que se faz no restante do mundo e também na linha mais recente da marca no Brasil. A tendência é que todos os modelos abandonem a gravata vazado dentro de um círculo, que era um indicador da proximidade dos modelos brasileiros com a Opel.

Os novos faróis, maiores, ainda que os refletores tenham se mantido muito semelhantes aos do anterior, permitiram inverter o vinco no capô. Agora, a parte central fica mais no fundo, com as laterais um pouco mais altas. No Vectra que sai de linha, é a parte central que está em posição mais alta e destacada.

A parte inferior do pára-choque também ficou mais encorpada, robustez essa que, curiosamente, ajudou o carro a ficar pouca coisa mais curto que o modelo anterior. De 4,61 m, ele passou a 4,59 m. Nada mudou no porta-malas, que continua com 526 l, nem no interior do carro em termos de espaço. O entreeixos se manteve nos 2,70 m.

Na lateral, a mudança do friso cromado do borrachão para a parte inferior das janelas deu ao carro a sensação de uma linha de cintura mais alta, típica de modelos mais caros e sofisticados. No mais, a parte estética se limitou a isso. Os efeitos foram benéficos e os gastos não tão altos quanto os de uma renovação total. Considerando que beleza no mercado brasileiro é o que mais conta, ponto para o Chevrolet.

Por dentro, há diversos novos porta-objetos e um sistema de som mais rico, com entrada para iPod, capacidade de reproduzir MP3 e Bluetooth. Os padrões de cores também estão mais moderninhos, para agradar àqueles que querem um carro discreto, mas não necessariamente sisudo. No mais, não se pode dizer que sair de um Vectra antigo e entrar em um novo seja algo chocante. As mudanças são sutis, ainda que bem-vindas.

Mecânica

Como já dissemos na apresentação do carro, o Vectra não tem mais o motor 2,4-litros, que deu lugar a uma versão mais forte do 2-litros.
Agora ele desenvolve 140 cv a 5.600 rpm com álcool e 133 cv com gasolina na mesma rotação. O torque está em 193 Nm com o combustível vegetal e 185 Nm com o fóssil a 2.600 rpm. Este motor se tornou a única opção para o sedã médio da Chevrolet.

Um motor mais interessante, como o do Captiva Sport Ecotec, o 2,4-litros Ecotec de 171 cv, não chegará ao Vectra. Até porque as versões mais caras do modelo, a Elegance e a Elite, tendem a desaparecer com a chegada do Chevrolet Cruze. Com isso, o Vectra passaria a ocupar o mesmo espaço que ocupa na Europa, o do Astra Sedan. Aliás, é assim que ele se chama por lá.

A marca apresenta números que mostram que ele é bem mais econômico que o motor anterior. Com álcool, ele agora roda 7,6 km/l em circuito urbano e 11,2 km/l em rodoviário. Antes, ele rodava 7,1 km/l na cidade e 8,5 km/l na estrada.

Com gasolina, a situação ficou ainda melhor. Se antes ele andava 10,1 km/l em vias urbanas e 12,3 km/l em estradas, agora ele percorre 10,8 km/l e 16,1 km/l, respectivamente. Vale lembrar que esses dados foram obtidos de acordo com a norma NBR 7024, que é a mesma para todos os fabricantes e obtida em ambiente de laboratório, com dinamômetro. Ela serve para que o consumidor possa comparar os automóveis de maneira justa. Nas ruas, a média pode ser tanto melhor quanto pior que essa, dependendo do pé do motorista e das condições das vias.

Além do motor mais bem disposto e econômico, o Vectra também está com uma suspensão recalibrada. No percurso em que rodamos com ele, o que se nota é a maciez de rodagem, o que não significa que ele aderne em curvas. Pelo contrário: o Vectra continua bom de curva como antes. Quando pega buracos, também se mostra sólida e resistente. A mudança foi sutil. Se foi para melhor ou não, só poderemos dizer quando o avaliarmos de um modo mais completo, com mais tempo.

Além da suspensão, os freios também melhoraram. Estão maiores do que os anteriores. O diâmetro dos dianteiros passou de 240 mm para 280 mm e o modelo Expression abandonou os tambores em favor de discos de 230 mm. Tambores num carro de mais de R$ 50 mil soavam realmente estranhos.

Ao volante

No Next Edition, o primeiro contato com o interior não surpreende em nada, só para quem olha mais para o interior do que para a pista e os mostradores. Eles, aliás, estão mais esportivos, com um grafismo mais ousado. E só.

A regulagem do volante em altura e distância permite ao motorista encontrar uma excelente posição de dirigir, assim como o banco com regulagem de altura. Os retrovisores, grandes, tornam a visibilidade muito boa. Eles agora trazem repetidores de direção e iluminação do solo, para facilitar o acesso ao carro em lugares escuros.

Com o motor ligado, o que primeiro se nota é o quanto o Vectra não precisa fazer força para se movimentar. Ele anda sem preguiça desde as menores rotações. Pisar fundo no acelerador só é necessário se o motorista quiser ouvir o motor gritar. E ele grita, se for preciso, mas prefere um vigor silencioso. Há torque de sobra à disposição.

O câmbio, de engates macios e precisos, está muito bem escalonado. A primeira não é longa demais, a segunda não é curta... enfim, cada marcha sabe exatamente o papel que deve desempenhar, o que aumenta o prazer de dirigir.

A esse bom casamento entre transmissão e propulsor se aliam a boa suspensão do carro e os freios mais potentes. Em todo o percurso que fizemos com ele, o modelo se comportou de modo exemplar, sempre na mão. Não foi possível avaliá-lo em alta velocidade devido ao trecho urbano em que o avaliamos. Até pegamos uma rodovia, mas o limite de 80 km/h nos impediu de acelerar mais. Cá entre nós, a 80 km/h o Vectra parece estar em marcha lenta.

A verdade é que o carro continua bastante interessante de dirigir, ainda que continue a ser fabricado sobre uma plataforma desatualizada, a mesma da Chevrolet Zafira, com algumas modificações. Bom seria se tivéssemos um modelo construído sobre plataformas mais atuais, em consonância com o que é oferecido em outros mercados.

Se nos serve de consolo, o que podemos dizer é que a engenharia da GM fez bonito com os recursos com que pôde trabalhar e criou um carro gostoso de dirigir e muito honesto nos valores que cobra em relação à concorrência: R$ 54.098 para o Expression contra R$ 54.348 do modelo anterior, R$ 60.718 para a Elegance que custava R$ 60.868 e R$ 70.664 para a Elite que saía por R$ 72.814.

Resta saber como os consumidores reagirão ao novo carro. Em nosso passeio por Florianópolis, ele não chamou a atenção. Ou os catarinenses não ligam muito para carro, uma hipótese fraca, ou as mudanças realmente são muito sutis. Se isso ajuda ou atrapalha o Vectra é algo que só o tempo dirá.FICHA TÉCNICA – Chevrolet Vectra Next Edition

MOTOR Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, duas válvulas por cilindro, comando simples no cabeçote SOHC e refrigeração a ar, 1.998 cm³
POTÊNCIA133 cv com gasolina e 140 cv com álcool a 5.600 rpm
TORQUE185 Nm com gasolinae 193 Nm com álcool a 2.600 rpm
CÂMBIOManual de cinco velocidades ou automático de quatro velocidades
TRANSMISSÃO Dianteira
DIREÇÃO Hidráulica, por pinhão e cremalheira
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 15”, de aço estampado Expression, em aro 16”, de liga-leve Elegance e em aro 17”, de liga-leve Elite
PNEUS Dianteiros e traseiros 195/60 R15 Expression, 205/55 R16 Elegance e 215/45 R17 Elite
COMPRIMENTO 4,59 m
ALTURA 1,44 m
LARGURA 1,73 m
ENTREEIXOS 2,70 m
PORTA-MALAS 526 l
PESO em ordem de marcha 1.268 kg
TANQUE58 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, tipo McPherson; traseira com eixo de torção
FREIOSDianteiro com disco de 280 mm de diâmetro e pinça de pistão duplo; traseiro com disco de 230 mm de diâmetro Expression ou 270 mm de diâmetro Elegance e Elite
CONSUMO 10,8 km/l na cidade e 16,1 km/l na estrada, com gasolina, e 7,6 km/l na cidade e 11,2 km/l na estrada com álcool dados de fábrica
PREÇOR$ 54.098 Expression, R$ 60.718 Elegance e R$ 70.664 Elite



Gustavo Henrique Ruffo viajou a Florianópolis a convite da GM do Brasil


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