Citroën aposta suas fichas no Citroën C4 Pallas

Versão de entrada inclui bom pacote de equipamentos, bom espaço interno e preço que vai fazer a concorrência se mexer


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Gustavo Ruffo
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- O Ford Fusion tem 4,83 m de comprimento, entreeixos de 2,73 m, porta-malas de 530 l e é hoje apontado como um dos carros mais desejáveis do mercado. O que restringe o acesso de muitos a ele é o preço: R$ 82,79 mil, sem nenhum opcional. Nem precisa, porque ele já vem bastante completo. Mesmo custando o que custa, cerca de 1.000 unidades novas saem das concessionárias da Ford por mês. Imagine, então, um carro de 4,77 m, 2,71 m de entreeixos e 580 l de porta-malas. Deve ter o preço parecido, certo? E se ele custar quase R$ 20 mil a menos? A lógica diz que vai vender muito. É nisso que a Citroën aposta com o novo C4 Pallas.

Mostrado à imprensa ontem, apesar de seu lançamento oficial ser apenas no dia 1º de setembro, o Pallas tem motor 2-litros de 143 cv, freios a disco nas quatro rodas com ABS antitravamento, EBD distribuição de frenagem e AFU assistência à frenagem, rodas de liga-leve de 16”, fixação ISOFIX para cadeiras de crianças nas laterais dos bancos traseiros, airbags frontais, toca-CD com MP3, computador de bordo, retrovisores, travas e vidros elétricos, limitador e regulador de velocidade e direção com assistência elétrica desde a versão mais “simples, a “GLX”. E custará exatos R$ 64,99 mil.

Deve ser feio, dirá o leitor. Gosto, como sempre, é algo muito relativo, mas dificilmente uma qualificação tão pesada poderá ser usada para o C4 Pallas. O carro, ao vivo, tem linhas muito agradáveis e um desenho sólido, integrado, de bastante bom gosto. Apesar de grande, seus cantos arredondados dão a sensação de que o Pallas cabe em qualquer lugar e que é um veículo amigável, sem arestas. Contribuem para isso as belas rodas de aro 16” e os pneus 215/55.

O WebMotors teve a chance de avaliar o novo sedã em sua versão mais sofisticada, a Exclusive BVA, que, além de todos aqueles equipamentos já citados, tem também sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, sensores de luminosidade, sensor de chuva, com a velocidade dos limpadores vinculada à velocidade do carro, bancos de couro, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos rebatíveis eletricamente, ar-condicionado digital com regulagem independente, faróis de neblina, ponteira do escapamento cromada, soleira cromada e revestimento da alavanca do câmbio e do volante em couro. Tudo por R$ 76,99 mil.

E como se comporta este sedã? No curto trecho em que foi possível avaliá-lo, pelas ruas do Guarujá, no litoral de São Paulo, pode-se dizer pouca coisa, tanto pelo tempo curto quanto pelas referências escassas de comparação. No nível do mar e em terreno plano, qualquer veículo tende a parecer suficiente, mas é difícil imaginar que o bom motor de 2 litros e 143 cv a 6.000 rpm, com torque de 20 kgfm a 4.000 rpm e sistema de abertura de válvulas variável VVT, não vá dar conta dos 1.409 kg do Pallas.

Sair da imobilidade com o sedã, até pelo uso do câmbio automático, é rápido. O bom torque do motor, ainda que a altos 4.000 rpm, também ajudam, ainda mais em um motor que gosta de girar alto, como esse. O problema são as quatro marchas da caixa automática, insuficientes para dar ao carro a agilidade que seria de esperar.

O Fusion, além do motor maior 2,3 litros, tem excelente câmbio automático de cinco marchas, disponível também em modelos mais baratos, como o Honda Civic. O Chevrolet Vectra, apesar de ter um câmbio de apenas quatro marchas, consegue ser mais espertinho.

O que acontece, no Pallas, é que a reação do câmbio é lenta. Quando se pede uma redução de marchas, seja na alavanca de câmbio, por meio do sistema Tiptronic, seja com um pisão mais forte no acelerador, que aciona o sistema kick-down, o câmbio parece pensar no que o motorista quer para depois entregar. É algo a que o câmbio manual certamente não sujeita o condutor, ainda que em prejuízo de seu conforto, especialmente nas engarrafadas cidades grandes brasileiras.

Fora essa reação, mais fácil de comprovar, não foi possível avaliar o comportamento dinâmico do C4 Pallas, até por conta do trajeto escolhido pela marca, eminentemente urbano. Mesmo que a prefeitura do Guarujá não fosse extremamente zelosa com seus limites de velocidade, espalhando radares em distâncias bastante curtas, não seria prudente acelerar numa região como aquela.

De todo modo, algumas ruas sem calçamento e bastante irregulares, por conta da má conservação e das chuvas permitiram notar um acerto de suspensão bastante voltado para o conforto. Mal se nota buracos e valetas no interior ou ao volante do C4 Pallas.

Regulado para um motorista de mais de 1,80 m, o espaço para um passageiro da mesma estatura atrás é apenas razoável. As pernas não chegam a encostar no banco dianteiro, mas o desenho da cabine, mais caído atrás, e os encostos de cabeça traseiros, que ficam muito projetados para a frente, passam uma sensação de restrição de espaço. Pode não ser real ou comprovável por medidas objetivas, mas que fica um sabor leve de aperto, fica.

O mesmo não acontece na frente, onde o espaço disponível e a área envidraçada dão uma excelente sensação de espaço. A visibilidade é boa mesmo para trás, algo normalmente difícil em sedãs.

O volante de centro fixo, apesar de ser um recurso visualmente chamativo, como o painel em dois níveis do Honda Civic, não é exatamente prático. Melhor seria que os comandos girassem junto com o raio do volante, permitindo, assim, que o motorista sempre soubesse onde estão os botões de cada comando, mesmo em curvas.

E o carro vem bem fornido de comandos: pode-se regular ou limitar a velocidade, ouvir um CD inteirinho de MP3, pedir informações ao computador de bordo do carro ou mesmo ligar a recirculação de ar, tudo apenas com os botões presos no centro do volante.

Se tudo isso não for suficiente, há também o Pack Tecnologique, que oferece mais quatro airbags dois laterais dianteiros e dois do tipo cortina, alarme, ESP, ASR, faróis de xenônio direcionais de dupla função e banco do motorista com regulagem elétrica por R$ 4.000 a mais, ou seja, R$ 80,99 mil.

Aguarde uma avaliação mais completa deste carro próximo de seu lançamento, em setembro.


FICHA TÉCNICA – Citroën C4 Pallas


MOTOR Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal,quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, 1.997 cm³
POTÊNCIA143 cv a 6.000 rpm
TORQUE 20 kgm a 4.100 rpm
CÂMBIO Manual de cinco velocidades ou automático de quatro
TRANSMISSÃO Dianteira
DIREÇÃO Com assistência elétrica, por pinhão e cremalheira
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 16”, de liga-leve ou de aço
PNEUS Dianteiros e traseiros 215/55 R16
COMPRIMENTO 4,77 m
ALTURA 1,51 m
LARGURA 1,77 m
ENTREEIXOS 2,71 m
PORTA-MALAS 580 l
PESO em ordem de marcha 1.366 kg a 1.409 kg
TANQUE60 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, tipo McPherson; traseira por eixo de torção
FREIOS Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
PREÇO De R$ 64,99 mil GLX a R$ 80,99 mil Exclusive BVA Pack Technologique


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