Basalt Shine é a versão topo de linha do SUV da Citroën que se destaca pelo bom espaço interno, lista de equipamentos, conjunto mecânico e preço.
O Citroën Basalt tem conquistado espaço nas rodas de conversa por ser o SUV mais barato do Brasil. No entanto, o modelo da marca francesa, que é fabricado em Porto Real, no Rio de Janeiro, tem qualidades que vão além do valor e que, sim, o tornam uma boa opção de compra. Eu tive a oportunidade de testar a opção topo de linha Shine Turbo 200 AT (automático) por mais de duas semanas e a impressão que tive foi muito boa.
O Basalt me conquistou pelo pacote completo e por entregar o que se propõe: bom custo-benefício. Dentro da faixa de preço na qual atua e diante de seus adversários diretos - Fiat Pulse e Renault Kardian -, o Citroën se destaca tanto pelo valor hoje muito mais em conta, pelo bom espaço interno (especialmente o porta-malas) e pelo conjunto mecânico eficiente, equilibrando performance e consumo de combustível.
O Citroën Basalt custa R$ 100.490 na versão de entrada Feel 1.0 MT (câmbio manual), mas atualmente é aplicado um desconto que faz com que o preço despenque para R$ 92.990. Já a versão intermediária Feel Turbo 200 AT parte de R$ 119.290, mas com o descontão da Citroën pode ser adquirido por R$ 104.490. Por fim, a topo de linha Shine Turbo 200 AT, exatamente a que avaliei, tem preço oficial de R$ 120.900, mas sai de uma concessionária por bem mais interessantes R$ 109.490
Fui atrás dos preços dos concorrentes da configuração topo do Basalt e fiquei ainda mais impressionado com os valores cobrados pela marca francesa. O Pulse Drive 1.3 AT (automático), por exemplo, não sai de uma concessionária Fiat por menos de R$ 116.990. Já o Renault Kardian Evoluiton 1.0 Turbo AT (também automático) parte de R$ 124.190.
De acordo com o site oficial da Citroën, o custo total das seis primeiras revisões, que acontecem a cada 10 mil quilômetros ou 12 meses (o que acontecer primeiro), sai por R$ 5.266.
O Citroën Basalt Shine Turbo 200 AT não tem uma lista gigante. Mas é bem racional e formada por equipamentos que são realmente usados, e não perfumarias que acabam aumentando o preço do carro. Poderia ter mais equipamentos, como por exemplo um carregador de smartphone sem fio (wireless charger)? Sim, mas é o tipo de item que não necessariamente encanta a todos - mas que deixa o preço final mais alto.
Dos itens oferecidos vale mencionar a central multimídia com tela de 10 polegadas compatível com Android Auto e Apple CarPlay sem necessidade de cabo, quatro airbags, controles de tração e estabilidade, ar-condicionado, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, rodas de liga leve de 16 polegadas, travas, espelhos retrovisores externos e vidros (quatro portas) elétricos, direção elétrica e painel de instrumentos digital de sete polegadas, entre outros.
Avaliar um carro não é simples. Não é apenas sentar no banco, pisar fundo no acelerador, ver a qualidade do acabamento e se a galera toda cabe no banco traseiro sem raspar os joelhos no banco dianteiro ou a cabeça no teto. Entender a proposta do veículo e onde ele se encaixa é fundamental para entender se a compra é positiva ou não. E no caso do Basalt, sim, a compra é boa.
Trata-se de um SUV de entrada. Boa parte dos seus compradores - ou interessados - vem de outros segmentos, como dos hatches e sedãs de entrada. E, sim, o Citroën acaba entregando o que essas pessoas buscam: porte mais avantajado, mais espaço interno, porta-malas amplo e posição mais elevada ao volante. Claro que em um formato mais simples que os dos utilitários esportivos de segmentos superiores.
Logo de cara, o Basalt se mostrou imponente visto ao vivo. Pelas fotos, admito, não conseguia ter dimensão correta do porte. Claro que a queda cupê da traseira é o ponto alto e o traço que garante personalidade ao modelo - e aqui não estou dizendo que é bonito ou feio, pois gosto é algo totalmente subjetivo. O ponto negativo, porém, é a área envidraçada reduzida, o que limita um pouco a visão pelo espelho retrovisor.
As luzes de rodagem diurnas (DRLs) de LED são um ponto positivo, mas os faróis com lâmpadas halógenas amareladas denotam que, para ter preço competitivo, alguns pontos precisaram ser sacrificados. As lanternas também têm lâmpadas halógenas.
Por dentro, porém, o bom espaço interno não surpreendeu, pois o C3 que serve de base para o Basalt já tem essa característica, especialmente ao comparar o hatch da Citroën com seus concorrentes Fiat Mobi e Renault Kwid.
E o segredo não está somente na distância entre os eixos de 2,64 metros (4 centímetros maior que a do Kardian e 11 centímetros superior à do Pulse, seus rivais diretos), mas também na largura de 1,82 metro. O Basalt realmente transmite uma sensação de amplitude.
O ponto de atenção, que merece melhoria, é o acabamento. Não por conta do encaixe das peças ou qualidade de construção, que são boas, mas nos materiais. O excesso de plástico é evidente e salta aos olhos. Uma possibilidade interessante que muitas marcas utilizam - entre elas a própria Fiat, irmã italiana de Stellantis - é usar plásticos de diferentes texturas e cores, o que já causa um efeito inicial de requinte superior.
Rodando, o Basalt é um carro agradável. E não vou começar pelo óbvio, destacando conjunto motor e câmbio, mas exaltar o ajuste da suspensão. Assim como no C3, a regulagem de molas e amortecedores do SUV da Citroën é boa.
É firme o suficiente para evitar inclinações desconfortáveis da carroceria em frenagens bruscas (aquele efeito mergulho) ou em curvas acentuadas com velocidades mais elevadas, porém macia dentro do necessário para absorver as imperfeições do asfalto.
Gostei também da altura em relação ao solo e dos ângulos de entrada e saída. Em alguns momentos abusei na entrada de lombadas e valetas, mas o Basalt não raspa, cumprindo bem sua missão de utilitário esportivo.
O motor 1.0 turbo de três cilindros também casa bem com a proposta do Basalt. Aliás, dos três Citroën, o SUV cupê é o que melhor se adapta a esse propulsor de até 130 cv de potência máxima, quando abastecido com etanol.
O utilitário esportivo é muito esperto nas saídas graças aos 20,4 kgf.m de torque, que aparecem logo a 1.750 rpm. O câmbio automático do tipo continuamente variável (CVT) diminuiu um pouco ímpeto nas retomadas, mas nada que comprometa a performance.
Aliás, essa transmissão para o dia a dia acaba sendo muito confortável e eficiente em velocidades constantes, gerando um consumo de combustível interessante para o bolso do proprietário. De acordo com dados oficiais da fabricante de origem francesa, o consumo na cidade é de 8,3 km/l no álcool e de 11,9 km/l na gasolina. Já na estrada, os números saltam para 9,6 km/l com o derivado de cana-de-açúcar e para 13,7 km/l com o combustível a base de petróleo.
Rodando no etanol, no entanto, conseguimos fazer números mais eficientes, passando dos 8,6 km/l no perímetro urbano e dos 12,2 km/l no rodoviária. Não cabem reclamações...
A direção elétrica está bem calibrada, e totalmente focada para o conforto. Leve em manobras de estacionamento, como deve ser. Falta, porém, o ajuste de profundidade da coluna de direção para melhor "vestir" o carro. Para encontrar a melhor posição é preciso mexer na altura do assento do motorista, mas sempre tive a sensação de estar em uma posição elevada - o que pode ser algo induzido pela Citroën, já que o Basalt é um SUV por definição.
Mas sabe o que realmente me incomodou na posição ao volante? A falta de uma regulagem de altura do cinto de segurança. Parece um detalhe bobo, mas para quem passa horas ao volante todos os dias esse é o tipo de coisa que irrita.
Sim. O Citroën Basalt é uma boa compra. E, mais do que isso, o modelo é uma compra muito racional. Isso porque entrega o espaço interno e o excelente porta-malas de um SUV - segmento que caiu no gosto dos brasileiros e hoje é responsável por mais de 50% dos emplacamentos de carros novos, segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) - com preço competitivo e lista de equipamentos que fazem a diferença (não são apenas perfumaria).
Pensando em quem está querendo deixar o universo dos hatches de entrada ou mesmo de um sedã compacto para entrar no universo dos SUVs sem gastar muito (ou além do que pode), o Basalt surge, sim, como uma das melhores opções do mercado brasileiro.
CITROËN - BASALT - 2025 |
1.0 TURBO 200 FLEX SHINE CVT |
R$ 120900 |
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