Citroën C4 Picasso vem bem equipada, mas bebe bem

Qualidades dinâmicas e de conteúdo pesam a favor da nova geração de minivans médias da marca francesa


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Gustavo Ruffo
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- Que veículo atual oferece para-brisa panorâmico, pacote completo de itens de série e ótimo espaço interno por R$ 83,3 mil? Que nós conheçamos, só a Citroën C4 Picasso, que chega ao luxo de oferecer ar-condicionado quadrizone. Tudo bem que é opcional o único, a R$ 1.500, mas esse é um elemento que apenas carros de altíssimo luxo, como o novo Porsche Panamera, ousam oferecer a seus felizes ocupantes. O porém, no caso da minivan, é seu alto consumo de combustível, uma ressalva que não chega a tirar o brilho da C4 Picasso.

Indo direto para a parte ruim, pegamos a C4 Picasso de tanque cheio e rodamos quase até ele ficar completamente vazio. Colocamos 53,3 l no tanque, o que dá uma média bastante alta, mesmo para um carro com motor 2-litros e câmbio automático: 3,9 km/l.

Em defesa da minivan, pode-se dizer que ela rodou o tempo todo com seu ar-condicionado de quatro zonas ligado. Só para deixar claro o que isso significa, motorista, passageiro e os passageiros do lado direito e esquerdo do banco traseiro têm regulagens individuais de temperatura e velocidade.

Ela também não andou de modo suave, até pela disposição que seu motor 2-litros demonstra e por seu bom casamento com o câmbio manual de quatro marchas. Outro agravante, esse ainda pior do que os outros, foi o trânsito de São Paulo, suficiente para esgotar o tanque e a paciência de qualquer um.

Diz um ditado popular que cavalo que anda, bebe. E a C4 Picasso, apesar de não ser cavalo, tem muitos deles sob o capô. E todos os 143 cv atendem aos comandos do acelerador de forma vigorosa, ainda que dócil. A preocupação deles em agradar é tanta que eles realmente chegam lá.

Não há uma situação em que o câmbio automático de quatro marchas do C4 Picasso tenha feito feio. As trocas de marchas são ágeis, sem trancos ou delongas.

Ao volante

Dirigir a C4 Picasso contraria a expectativa que normalmente se tem com minivans. A posição de dirigir alta pode se tornar quase esportiva com a regulagem do banco, que fica baixo o suficiente para o motorista não se sentir balançando como um joão-bobo em qualquer curva um pouco mais fechada.

Encontrar a melhor posição de dirigir é tarefa simples. Todas as regulagens indispensáveis a um carro estão ali: ajuste de altura do cinto, de altura do banco e de altura e distância do banco. Não bastasse tudo isso, o para-brisa ainda avança sobre o teto, dando uma visão privilegiada aos ocupantes dos bancos dianteiros. Chamado de VisioSpace, ele deve custar uma bela grana para repor, mas vale cada centavo, especialmente para motoristas altos e já cansados de ter de abaixar a cabeça para enxergar os semáforos.

A alavanca de câmbio é parecida com a de antigos veículos automáticos nacionais, como o Chevrolet Opala. Ela fica na coluna de direção, mas, ao contrário dos veículos de outros tempos, não tem nenhuma ligação mecânica com o sistema de trocas de marchas. É tudo eletrônico e cada comando deve obedecer a um ritual, comum em veículos automáticos. Exemplo: o carro só liga se o pedal do freio estiver pressionado e com a alavanca em P.

Atrás do volante também estão borboletas para trocas de marchas manuais. Pena é elas ficarem um bocado próximas dos comandos dos limpadores de para-brisa e dos faróis. Até pegar prática e se acostumar com elas, é comum o motorista esbarrar sem querer nos outros comandos.

Além de a C4 Picasso oferecer uma boa posição de dirigir, ela também se comporta bem no péssimo piso brasileiro. A dianteira é grande, mas raspa menos no chão que a de veículos fabricados por aqui, como o Fiat Stilo. As suspensões, firmes na medida certa, absorvem os impactos sem tornar a minivan mole demais em curvas.

Espaçosa, versátil, bem equipada e boa de dirigir, a C4 Picasso também tem preço competitivo. Sempre seria melhor que os carros, especialmente os vendidos no Brasil, pudessem custar menos, mas não se pode dizer que a minivan da Citroën fuja do razoável em termos de valor. Para ser melhor, ela só poderia trazer sensores de estacionamento e motor flex. Se tivesse esses dois itens, seria difícil recomendar qualquer outro veículo, nessa faixa de preço, para quem quer um automóvel versátil, completo e de boa dirigibilidade.

FICHA TÉCNICA – C4 Picasso

MOTORQuatro tempos, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, 1.997 cm³
POTÊNCIA 143 cv a 6.000 rpm
TORQUE 200 Nm a 4.000 rpm
CÂMBIOAutomático sequencial de quatro velocidades
TRAÇÃO Dianteira
DIREÇÃOHidráulica de assistência variável
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 16”, de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 215/55 R16
COMPRIMENTO 4,47 m
ALTURA 1,68 m
LARGURA1,83 m
ENTREEIXOS 2,74 m
PORTA-MALAS490 l
PESO vazio 1.511 kg
TANQUE60 l
SUSPENSÃO Dianteira com rodas independentes, eixo tipo McPherson com braços inferiores triangulares, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora; traseira com molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra estabilizadora
FREIOS Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
CORESGris Aluminiun prata, Noir Onyx preto, Nocciola castanho, Gris Fer cinza e Rouge vermelho
PREÇOSDe R$ 83,3 mil conforme avaliado


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