Citroën C5, uma resposta à francesa

Segunda geração do sedã médio-grande deve chegar ao Brasil no final do ano por cerca de R$ 90 mil


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Fernando Calmon
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Lisboa e Óbidos - Enquadrados no segmento M2, como é chamado na Europa, os modelos médio-grandes à venda no mercado brasileiro são todos importados. No Velho Continente, representam cerca de 20% do mercado total ou mais de três milhões de unidades anuais. Aqui ocupam menos de 2% das vendas de automóveis, mas a disputa é grande. Importado do México sem imposto, o Fusion vem apresentando desempenho excepcional por seu preço bastante competitivo. É nessa faixa que a Citroën vai colocar o todo renovado C5, nas versões sedã e station, no final do ano.

Na Europa, as vendas começam esse mês, mas as primeiras unidades aportam no Brasil apenas no final do ano ou talvez no começo de 2009 porque o início de produção será lento. A fábrica em Rennes, França, terá uma linha de montagem exclusiva para o modelo. As vendas têm o objetivo de alcançar 150 mil unidades anuais, ou 5% do segmento. Principais rivais são VW Passat líder incontestável na última década, Ford Mondeo, Opel Vectra e seu sucessor, o Insignia, Peugeot 407, Renault Laguna, Honda Accord, BMW Série 3, Audi A4 e Mercedes-Benz Classe C.

A maioria dos M2 é adquirida por meio de leasing para funcionários de alta gerência de empresas européias. Em geral os compradores são do sexo masculino, na faixa etária de 50 anos sedã e 40 anos station wagon. Trata-se de um publico exigente e a marca francesa se preparou para atender os pré-requisitos para enfrentar também as marcas alemãs que dominam o segmento. Destacam-se o nível de qualidade percebida e o silêncio no habitáculo. Para isso a Citroën selecionou novos materiais agradáveis ao tato e à visão. Desceu a pormenores como couro liso de alta gama, friso de alumínio com textura e relevo e cor especiais aplicados no volante e no painel, além do isolamento triplo de borracha nas portas.

Suas linhas são modernas e esguias, com laterais esculpidas. Apesar de a frente se manter tipicamente Citroën, sob outros ângulos ela segue a escola alemã. O carro cresceu em dimensões, se comparado à geração anterior: 4,78 m de comprimento, 1,86 m de largura e 2,82 m de entreeixos, respectivamente, mais 4 cm, 8 cm e 7 cm, o que aumentou o espaço interno. Mas o porta-malas diminuiu de 471 para 439 l, possivelmente para ampliar o tanque de combustível de 66 para 71 l. A grande porta traseira foi substituída por uma tampa convencional.

Quanto aos concorrentes atuais, só perde, por pouco, para o habitáculo do Mondeo, sendo superior ao do Laguna e ao do Passat. Seu preço estimado no Brasil começa em R$ 90 mil e, com opcionais como teto solar e dois airbags extras além dos sete de série, pode chegar a R$ 98 mil. A Citroën importará apenas a versão com motor de 2 litros/143 cv, câmbio automático e suspensão hidropneumática. Na Europa, há opção de molas e amortecedores convencionais pela primeira vez no C5, para um preço mais competitivo. Lá o comprador pode escolher entre quatro motores a diesel e três a gasolina.

Entre os equipamentos se distinguem o freio de estacionamento elétrico, que trava e destrava de forma automática, aplicação autônoma dos freios por dois segundos ao partir em planos inclinados, para evitar que o carro recue, bancos elétricos com regulagem assistida do ângulo de inclinação dos encostos de cabeça este último recurso inédito na categoria, faróis direcionais de xenônio, alerta de mudança involuntária de faixa, sistema de avaliação do espaço disponível para estacionar e telefonia celular viva-voz sem fios Bluetooth.

Um pormenor cativante são os ponteiros dos três instrumentos analógicos circulares correndo pela parte externa. Como os ponteiros não possuem fixação central, isso melhora bastante a consulta às informações normalmente inseridas na parte central dos mostradores, pois se trata em geral de instrumentos combinados para monitorar diferentes funções.

Ao volante

A avaliação do C5 ocorreu em um trajeto de quase 300 km entre Lisboa e Óbidos Portugal, mesclando auto-estradas, trechos urbanos e estradas vicinais. A suspensão hidropneumática elemento elástico é um dos pontos altos do carro porque mantém inalterada a distância ao solo e permite adaptar para condição mais firme ou mais macia, por tecla no console, em razão da qualidade da pavimentação, traçado da via e o prazer do motorista. Geometricamente as suspensões são iguais às do C6, topo de linha da marca: triângulos superpostos na frente; multibraços atrás. Os bancos ajudam bastante e se pode escolher entre uma versão mais voltada ao conforto e outra mais firme e envolvente, que realça o prazer de dirigir em curvas.

Para atender os diferentes interesses dos compradores em termos de performance é possível escolher rodas de aro 16”, 17” no Brasil só esta opção, 18” e 19”. As dimensões dos pneus vão de 225/60 R 16 até 245-40 R 19. Característica marcante na Citroën: volante possui parte central fixa, permitindo que vários comandos sejam aplicados no cubo, melhorando acesso e ergonomia. Só o aro se movimenta e, ao contrário do que se poderia pensar, é muito fácil de guiar. O cubo fixo permite desenhar um airbag de formato ideal. Um dia todos os carros deveriam adotar essa solução simples e eficiente.

O desempenho é bom, mas ficou um pouco mais lento em relação ao modelo anterior porque o atual está 150 kg mais pesado e tem maior área frontal. Ideal se possuísse um câmbio automático de cinco marchas, uma a mais do que o que é oferecido. Os freios, bem dimensionados, são eficientes. Visibilidade e luminosidade interna se realçam pelas três janelas laterais, sem contar as discretas janelinhas fixas junto às colunas dianteiras – pequenas, porém úteis. Os limpadores de pára-brisas se mantêm invisíveis na posição de repouso, o que proporciona sensação agradável ao dirigir.

A versão station wagon virá só sob encomenda e, entre vários detalhes interessantes, há uma lanterna recarregável que fica embutida na lateral do compartimento de bagagem. A porta traseira abre e fecha por meio de um motor elétrico. Custará cerca de 5% a mais que o sedã com o mesmo pacote de equipamentos. No lançamento para a imprensa, nenhum C5 Tourer, nome da station wagon, estava disponível para avaliação dinâmica, apenas estática.

FICHA TÉCNICA – Citroën C5


MOTOR Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal,quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, 1.997 cm³
POTÊNCIA143 cv a 6.000 rpm
TORQUE 20 kgm a 4.100 rpm
CÂMBIO Automático de quatro marchas
TRAÇÃO Dianteira
DIREÇÃO Hidráulica, por pinhão e cremalheira
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 17”, de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 205 / 55 R16
COMPRIMENTO 4,78 m
ALTURA 1,45 m
LARGURA 1,86 m
ENTREEIXOS 2,82 m
PORTA-MALAS439 l
PESO em ordem de marcha 1.585 kg
TANQUE71 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, com braços triangulares superpostos; traseira independente, do tipo multibraços
FREIOS Discos ventilados na dianteira e discos simples na traseira
PREÇO R$ 90 mil estimado


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