Busca um carro familiar e que entregue uma boa dose de emoção ao volante? Então o Commander não é para você. Ou será que não era? Explico: não foi só o Compass que mudou na linha 2025. A Jeep aproveitou para mexer também no SUV de sete lugares, que agora pode ser equipado com o motor Hurricane de 272 cv.
A melhoria chegou em boa hora. Afinal, até os fãs mais apaixonados do Commander vão concordar que o desempenho do modelo era, no máximo, adequado. Isso mesmo nas versões equipadas com o propulsor 1.3 turbo flex de 185 cv (que vai bem no Compass e Renegade).
Mas será que a nova motorização realmente fez diferença no comportamento do Jeep Commander 2025? Confira as minhas primeiras impressões a seguir.
Mas, antes de contar como foi guiar o novo Commander Hurricane, preciso falar das poucas novidades estéticas da linha 2025.
Uma delas é que as versões equipadas com o novo motor Hurricane têm grade frontal exclusiva, com aletas horizontais no lugar da padronagem de colmeia. As versões flex e diesel continuam com a mesma cara do ano/modelo 2024. Por outro lado, a Jeep mexeu bastante na gama de configurações.
A opção de entrada Longitude passa a ter os assentos adicionais no porta-malas como opcional, abrindo espaço para um amplo porta-malas de 660 litros. Já a versão Limited TD380 sai de cena e a Overland TD380 agora é a única opção diesel da linha.
A versão Overland Hurricane estreia na linha como a mais acessível com o novo motor, se diferenciando dos Overland flex e diesel pelas novas rodas de 19 polegadas e pelo escape duplo. No topo da gama Commander 2025 está o Blackhawk Hurricane, que tem um visual escurecido, rodas exclusivas de 19 polegadas e pinças de freio na cor vermelha.
As mudanças do Commander 2025 foram um pouco mais profundas na lista de equipamentos. Agora, o banco do motorista com ajustes elétricos e memória de posições é de série a partir da configuração Overland TD380.
Assim como o Compass 2025, o SUV de sete lugares da Jeep também estreia um sistema de direção semiautônomo aprimorado e agora disponível como equipamento padrão na linha.
O pacote, que já incluía funções como o aviso de mudança de faixa, frenagem autônoma e controlador adaptativo de velocidade, agora tem o centralizador em faixa e o assistente ativo de direção, que permite ao Commander fazer curvas de forma autônoma.
Item de série a partir da versão Overland flex, o sistema de som premium Harman Kardon, com nove alto-falantes e 450 Watts, chega como equipamento especial de lançamento também para as configurações Longitude e Limited.
Mas vou me concentrar, a partir de agora, na versão Blackhawk, que eu pude testar em um percurso de cerca de 100 quilômetros pelas estradas do Uruguai.
O visual externo escurecido deste topo de linha se repete no interior. Um dos itens que agradam é o aplique em suede preto no painel. Parece um detalhe bem pequeno. Mas ajuda a dar uma cara ainda melhor para a cabine do SUV, que já era bem acabada.
Nesta versão, o painel de 10,25 polegadas ganhou a opção de mostradores "Performance Pages", que exibem informações como a utilização de torque e potência, pressão do turbo e força G. Só acho que a tela poderia ter uma resolução mais alta, para exibir os dados com mais clareza.
A multimídia, com tela de 10,1 polegadas, é a mesma de sempre. Mas com a inclusão das funções hotspot wi-fi e da assistente virtual Alexa in-Vehicle, que estarão disponíveis gratuitamente por um ano.
O Commander Blackhawk 2025 tem ar-condicionado automático de duas zonas, bancos com forração parcial em couro, ajustes elétricos nos assentos dianteiros e memória de posição para o motorista, teto solar panorâmico, retrovisores externos com rebatimento automático, carregador de celular por indução, chave presencial e tampa do porta-malas com acionamento por sensor.
Já o pacote tecnológico e de segurança inclui sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), monitores de pontos cegos e de tráfego cruzado na traseira, sistema de estacionamento semiautônomo, faróis de LED com facho alto automático e o sistema de direção semiautônomo.
O Commander Blackhawk usa o motor Hurricane, um 2.0 turbo a gasolina com injeção direta de combustível, que desenvolve 272 cv de potência e 40,8 kgf.m de torque. É exatamente o mesmo motor do Compass Blackhawk, e também é usado no Jeep Grand Cherokee e na picape RAM Rampage R/T.
Com câmbio automático de nove marchas e tração integral, o Commander Blackhawk acelera de zero a 100 km/h em sete segundos e atinge 220 km/h de velocidade máxima. São números de desempenho bem próximos aos do antigo (e cultuado) Volkswagen Tiguan R-Line de 220 cv.
Já os números oficiais de consumo são bem comedidos: médias de 8,2 km/l (cidade) e 10,2 km/l (estrada). Mas são boas marcas para um carro com quase 1,9 tonelada.
Aqueles com mais de 30 anos, como eu, certamente vão se lembrar do "Super Trunfo". Para quem não é do meu tempo, era um jogo de cartas em que levava a melhor quem tinha os carros com os números mais vistosos. Bom, mas como isso se encaixa aqui no Commander Blackhawk?
A questão é que o mundo real não é uma partida de Super Trunfo. Veja só o exemplo do SUV de sete lugares da Jeep. O Commander é 166 quilos mais pesado que o Compass Blackhawk e, por isso mesmo, tem números inferiores de desempenho.
Mesmo assim, é mais divertido de guiar. Já na saída deu para perceber que o Commander Hurricane é mais esperto que o Compass com o mesmo motor.
O carro exibe respostas ligeiras aos comandos de acelerador e câmbio e parece que estou dirigindo um automóvel mais leve. Ficaria mais legal ainda se a Jeep tivesse investido em um escape com sonoridade mais empolgante.
Até por conta do belo rendimento desse motor aqui, que trabalha sempre cheio. E bota cheio nisso. A Jeep também mexeu no acerto da suspensão e investiu em freios mais poderosos que os da versão flex. Não espere a maciez de um Grand Cherokee. Mas dá para chamar o Commander de carro confortável.
Fiquei com a impressão de que o Commander tem até mais chão que o Compass. Mesmo com os quase 40 cm a mais de carroceria, o SUV não inclina de maneira exagerada nas curvas.
A Jeep mexeu bastante na linha 2025 do Commander para abrir espaço para as novas versões. Inclusive nos preços, que foram reajustados - para baixo - entre R$ 18 mil e R$ 40 mil.
Agora, são três configurações com o motor 1.3 turbo, tração 4x2 e câmbio de seis marchas (Longitude, Limited e Overland) e uma com o 2.0 turbo diesel de 170 cv, 4x4 e transmissão de nove velocidades (Overland TD350), além das duas com o novo motor Hurricane.
Confira os preços abaixo.
Enquanto rodava com o Commander Blackhawk, foi inevitável fazer a comparação com o antigo Tiguan R-Line. Parece que a Jeep mirou no antigo concorrente para acertar esse carro aqui.
Afinal, o Commander com o novo motor Hurricane é um canhão em linha reta, mas também é divertidíssimo para pegar uma estradinha mais sinuosa. E não deixa de ser um carro de sete lugares. Dá para dividir a diversão com (literalmente) toda a família.