Comparativo: Lifan 530 X Chevrolet Prisma LT 1.4

Custo-benefício chinês encara confiabilidade de um modelo consolidado


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Lukas Kenji
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Sabe aquele sujeito que vai ao supermercado e economiza até nos centavos? Ele é o perfil de um possível comprador do Lifan 530. Como não ficar tentado com um carro que entrega tudo quanto é item de série por R$ 38.990? “A resposta é confiabilidade”, diria o consumidor que leva a marca do produto a sério e que faz parte do público-alvo do Chevrolet Prisma.

Mas tamanha confiança é capaz de bancar os R$ 8.830 a mais que o líder dos sedãs compactos de novembro pede (levando em consideração a versão LT 1.4)? Indo um pouco além, será que tal valor dá a segurança de um produto melhor, mesmo que ele entregue quantidade de equipamentos inferior ao concorrente desconhecido e bem mais barato?

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Como este comparativo propõe ajudar a sanar dúvidas e não criar ainda mais perguntas, vamos começar a destrinchar os dois veículos.

O Lifan 530 se apresentou ao mercado no mês passado com ingredientes tradicionais das montadoras de origem chinesa: preço pequeno e oferta de equipamentos vasta. São itens de série direção elétrica, ar-condicionado, rádio, volante e banco do motorista com regulagem, freios ABS com EBD (antitravamento com distribuição de força entre as rodas), sensor de estacionamento, vidros elétricos, rodas de alumínio de 15 polegadas, luz diurna em LED e faróis com máscara negra.

Como se sabe, no quesito custo-benefício não tem para ninguém. Os chineses são imbatíveis. No Prisma a direção é hidráulica, os vidros são elétricos somente nas portas dianteiras, os freios não têm EBD e o rádio é opcional. Ressalta-se que estamos falando da versão LT 1.4 de R$ 47.820.

Se adicionarmos a central multimídia MyLink – com rádio, CD Player, sincronização com aplicativos do celular, conectividade bluetooth e USB  e tela sensível ao toque, o valor sobe para R$ 49.420. O 530 também oferece sistema de entretenimento que adiciona GPS, DVD Player e câmera de ré que faz o veículo custar R$ 42.490.

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Mas como também já é de sabedoria popular, o que sobra de equipamentos em carros chineses falta em qualidade. Tal afirmação é facilmente comprovada ao entrar no Lifan 530 e tocar nos materiais de acabamento mal encaixados entre si. Na parte interna, o lado positivo está no bagageiro de 475 litros e na boa distância entre-eixos de 2,55 metros do comprimento de 4,30 m da carroceria.

O interior do Prisma não é um primor, mas transfere muito mais conforto aos ocupantes.  Os materiais são bons e há mais cuidado em seus encaixes. O Chevrolet tem carroceria um pouco menor (são 4,53 metros), mas leva boa vantagem no porta-malas de 500 litros.

ÀS CLARAS

Se a parte interna mostra diferença de qualidade entre os concorrentes, tudo fica às claras ao acionar a ignição. Os dados de motorização do Lifan 530 são vistosos, porém, enganosos. O veículo deveria entregar mais eficiência diante de um propulsor 1.5 16V (somente a gasolina) de 103 cv a 6.000 rpm e 13,6 kgf.m  de torque entre 3.500 e 4.500 giros. A entrega de força total é entregue um pouco tarde e não conta com ajuda do câmbio manual de cinco marchas mal ajustadas.

Pouco menor, o bloco 1.4 8V do Prisma entrega números também inferiores. São 98/ 106 cv a 6.000 rpm e 13/ 13,9 kgf.m a 4.800 rpm sempre na ordem gasolina e etanol. Mesmo assim, o conjunto é bem acertado com a transmissão manual de cinco velocidades de encaixes justos. Enfim, o trem de força não é uma maravilha, mas não faz o condutor passar vergonha.

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BONS PARA OS OLHOS

Esteticamente falando, nenhum dos rivais faz feio. O Prisma tem linhas modernas e tem seu trunfo na linha de porta-malas com altura elevada e comprimento encurtado, que passam ar de esportividade. Já o Lifan ganha o cliente por sua dianteira. Além da grade com linha fluidas, passa boa sensação os LEDs localizados na parte baixa do para-choque.

FIM DAS CONTAS

Para não ficar em cima do muro, a vitória do comparativo é dada ao Chevrolet Prisma LT 1.4. Apesar de R$ 8.830 mais caro, o conjunto é mais bem acertado em todos os aspectos. O puxão de orelha fica no custo-benefício. Ter um sedã compacto completo beirando os R$ 50 mil não é algo totalmente plausível.

Por ter diversos defeitos de acabamento e não entregar o desempenho que se espera de um veículo 1.5, o Lifan 530 perde essa disputa. No entanto, pode ser uma opção interessante para quem está com o orçamento apertado. Fica a expectativa para que a marca chinesa faça os ajustes necessários para que o modelo fique melhor acertado em uma nova geração.

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