Conservadorismo do consumidor e tradição dos

Versão intermediária Momentum traz tecnologia e pacote de itens de série recheado


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Lukas Kenji
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A tradição dos rivais é o maior adversário do Volvo S60 em busca do reconhecimento de seu público-alvo. Embora seja mais performático, o sedã de entrada da marca sueca passa quase imperceptível na briga contra os consagrados BMW Série 3 e o Mercedes-Benz Classe C, além do bom de vendas Audi A3 Sedan.

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Esse motivo explica por que é tão difícil esbarrar com o S60 nas ruas – somente 134 unidades foram emplacadas no acumulado do ano até julho, segundo dados da Fenabrave (Fcaptionação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Mas a marca quer virar o jogo e “entrar no quintal das alemãs”, conforme afirmou o diretor de marketing Leandro Teixeira. Não que a Volvo pretenda disputar a liderança do mercado, o que seria uma missão impossível até para Tom Cruise e sua trupe, uma vez que os concorrentes são ou serão fabricados no Brasil. A ideia é fincar a marca no imaginário do cliente e mostrar que existem alternativas aos caminhos germânicos.

Pois a montadora tratou de importar versões mais em conta do modelo como opção à topo de linha R-Design. Chegaram em junho as configurações Kinetic e Momentum, sendo que a segunda foi avaliada pela WebMotors.

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Tabelada atualmente em R$ 147.950, a versão traz uma lista de série de itens obrigatórios para um carro de tal preço e vai além. Oferece direção elétrica, ar-condicionado digital de duas zonas, padle shifts, seis airbags, faróis de xenon direcionais, sensor de chuva, rodas de liga leve de 18 polegadas, bancos dianteiros com suporte lombar elétrico, sistema start/stop, controle de cruziero, teto solar, além de central multimídia que carrega diversos aplicativos de entretenimento e permite acesso à internet por meio de roteamento do celular.

Outros equipamentos que agregam qualidade ao carro e são de exclusividade da grife sueca são as tecnologias Volvo On Call e City Safety. A primeira carrega rastreamento, imobilização remota e assistência 24 horas para emergência, além de gerenciamento do ar-condicionado via aplicativo no celular. Já o segundo sistema freia automaticamente o sedã caso haja inatividade do motorista em até 50 km/h.

A oferta de tais componentes, por si só, mostra que o S60 deveria ser cogitado por mais compradores de sedãs de luxo. E quando chegamos ao quesito trem de força, o modelo escandinavo também vai bem.

O propulsor de quatro cilindros turbo mais moderno, com injeção direta de combustível. É 23% mais leve e 20% mais econômico em relação ao motor anterior fabricado pela Ford. O resultado foi alterar sensivelmente o desempenho do carro, que cumpre a distância 0 a 100 km/h em 6,3 segundos, isto é, 1,2 s mais rápido comparado ao bloco antecessor.

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A performance é consequência de um motor 2.0 calibrado para entregar 245 cv a 5.600 rpm e 35,7 kgf.m a 1.500 rpm. Ele é acoplado a uma transmissão automática de oito velocidades que traciona as rodas dianteiras.

Os números são bem mais expressivos do que os motores mais potentes presentes no A3 Sedan (1.8 de 180 cv) e no Classe C (2.0 de 211 cv). Somente o BMW 328i (2.0 de 245 cv) possui dados semelhantes, porém, é bem mais caro ao custar R$ 203.950.

Mas os dados empolgantes na teoria não aparecem na prática. O arranque da máquina de 1.664 quilos e 4,63 metros de comprimento é moroso e o desenrolar das marchas é um pouco impreciso de forma que o carro é mais alinhado ao conforto do que ao prazer de uma direção mais apetitosa.

Um pouco desta sensação pode ser explicado tomando como exemplo o design do carro. A parte frontal empolgante, com linhas fluidas e modernas parece apresentar um veículo que tira o fôlego dos ocupantes. Mas, no fim das contas, o término do veículo nos traz um desenho conservador com formas sem ousadia.

A parte interna do veículo também carrega tais contrastes. Se o painel é digital e dinâmico ao mostrar diversas informações sobre o veículo de maneira moderna, o console central dispõe dos botões antiquados e desnecessários de um telefone.

Mas se o desenho interno é, digamos, fora de moda, não dá para colocar defeito nos materiais e no acabamento que foram desenvolvidos cuidadosamente.

O mesmo cuidado deveria ter o interessado em um sedã de luxo confortável e tecnológico. Pode ser que o logo de uma marca alemã carregue mais status, mas em questão de produto, o S60 merece muito respeito.

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