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Crossover, Dodge Journey é mais minivan e menos SUV

Importado do México, modelo mostra estilo mais voltado ao gosto norte-americano

por Gustavo Henrique Ruffo

- Na apresentação do novo Dodge Journey, que chegou este mês ao Brasil por R$ 98,9 mil, a Chrysler ressaltou que o modelo seria um legítimo crossover por mesclar características de uma minivan e de utilitário esportivo. Entretanto, por mais que ele tenha altura e porte de utilitário, a herança das minivans é a que fala mais alto.
A primeira explicação para esse peso todo é a genética. O Journey herdou a plataforma da Dodge Caravan, que não é mais fabricada. Com isso, consegue oferecer um interior extremamente modulável e capaz de transportar dois passageiros extras no compartimento do porta-malas daí ele ser chamado de um 5+2, mas não oferece tração nas quatro rodas, por exemplo.
A segunda é que, por mais que tenha sido concebido para agradar ao mundo inteiro, com uma suspensão mais firme do que a normalmente apreciada pelos norte-americanos, com um câmbio de seis velocidades e trocas mais rápidas, o principal alvo do Journey são as vendas para o maior mercado de automóveis do mundo. Como esse público adora uma minivan, suspensão mole e câmbio tranqüilo, é natural que o Journey, em alguma medida, tenha esses elementos.
A Chrysler, que controla a Dodge e a Jeep, ressaltava o comportamento dinâmico como um diferencial do Journey, assim como o conforto acústico e o câmbio de seis marchas AutoStick. O consumo também seria um ponto forte. A empresa alega que, com o tanque de 78 l, o crossover conseguiria percorrer até 670 km, o que dá uma média de consumo de 8,6 km/l. A conferir em uma avaliação mais detida. A que realizamos, em um trajeto de ida e volta a Campos do Jordão, estância turística de São Paulo, nos permitiu mensurar outras coisas sobre o modelo.
Ao volante
Em primeiro lugar, o Journey é grande. Tem quase 5 m de comprimento 4,89 m, para ser mais exato. Em suma, não é qualquer garagem que poderá comportar esse veículo. Isso se reflete em um espaço interno generoso. Os passageiros que vão alojados no porta-malas, se não têm muito conforto, pelo menos viajam bem. O acesso a esses bancos sobressalentes não é dos mais simples, mas os bancos da segunda fileira deslizam para facilitar o acesso.
Quando o motorista se coloca atrás do volante, tem à disposição bancos com ajuste do assento elétrico. A inclinação do encosto é manual. Se há algum híbrido no mercado brasileiro, pode-se dizer que é esse tipo de banco meio elétrico, meio manual. Para um carro dessa faixa de preço, melhor seria oferecer um banco inteiramente elétrico, como o que vem no Chevrolet Captiva Sport, que tem motor mais forte e custa menos.
Ajustado o banco, chega a hora de acertar o volante, que só tem ajuste de altura. Distância não está incluída entre as regulagens. O painel, apesar de chamativo lembra um pouco o do Honda Civic, não oferece a melhor leitura.
Hora de colocar esse bicho de quase duas toneladas em movimento. O motor V6 2,7-litro de 185 cv é suficiente para seu peso, mas suficiente não é o adjetivo que o dono de um modelo assim gostaria de usar. Quem vê o Journey certamente gostaria de um motor que sobrasse, mas o preço, neste caso, provavelmente ficaria muito mais alto. E preço, mesmo em segmentos mais luxuosos, é importante ninguém ficou ou manteve sua riqueza fazendo maus negócios.
Sobra para o câmbio automático de seis marchas a missão de administrar a força suficiente do motor. Pena a velocidade desta transmissão não ser a necessária para a tarefa. Quando se chama uma redução de marcha no pedal, por meio do sistema de kick-down, a resposta tarda. Não chega a comprometer a segurança do modelo, mas é uma resposta tão inferior à que a Chrysler Town & Country apresenta que é inevitável perguntar quanto custaria ter o motor V6 3,8-litros de 193 cv neste crossover.
Para o público que almeja, mais familiar que esportivo, o Journey tem muitos atrativos, especialmente em termos de segurança, acabamento e aparência, mas quem quiser um desempenho mais interessante, com uma suspensão mais firme e respostas mais ágeis, pode se decepcionar um pouco com a diferença entre o que o estilo do crossover promete e o que o carro entrega.
Gustavo Henrique Ruffo viajou a Campos do Jordão a convite da Chrysler

FICHA TÉCNICA – Dodge Journey
MOTORQuatro tempos, seis cilindros em “V”, quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, a gasolina, 2.736 cm³
POTÊNCIA185 cv a 5.500 rpm
TORQUE256 Nm a 4.000 rpm
CÂMBIOAutomático de seis velocidades
TRAÇÃODianteira
DIREÇÃO Por pinhão e cremalheira; hidráulica
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 17”,de liga-leve
PNEUS Dianteiros e traseiros 225/65 R17
COMPRIMENTO 4,89 m
ALTURA 1,75 m
LARGURA 1,88 m
ENTREEIXOS 2,89 m
PORTA-MALAS 758 l com a 3ª fileira rebatida e 1.461 l com todos os bancos rebatidos até o teto
PESO em ordem de marcha 1.940 kg
TANQUE78 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, tipo McPherson; traseira independentes, com braços articulados
FREIOS Discos ventilados de 302 mm na dianteira e sólidos de 305 mm na traseira
CORESVermelho, preto, cinza, prata, branco, bege, verde e azul
PREÇO R$ 98,9 mil

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