Porsche Velocitta

Diversão: aceleramos os carros da Porsche na pista

Dos lendários 911 ao novíssimo Porsche 718 Cayman GT4 RS: veja como foi passar o dia com as máquinas da marca alemã


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Uma das coisas mais empolgantes da vida de jornalista automotivo é a possibilidade de dirigir máquinas únicas e ter experiências que dificilmente estariam ao nosso alcance em outras áreas ou profissões. Como a possibilidade de guiar em um autódromo boa parte dos carros da gama atual da Porsche.

Eu tive essa oportunidade na última quarta-feira (5), durante o Porsche World Road Show 2022, um evento organizado anualmente pela marca alemã para clientes, convidados e... jornalistas! E exatamente nesta data o universo resolveu conspirar a meu favor e garantir um dia ensolarado e de céu limpo no autódromo Velocittá, em Mogi Guaçu (SP).

O Porsche World Road Show 2022 reuniu quase todos os modelos da linha atual da marca alemã
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Não era a primeira vez que eu andava nos carros da Porsche. Já havia somado uma boa centena de quilômetros com modelos como os 911, 718, Cayenne e Macan.

Mas a possibilidade de poder acelerar essas máquinas de mais de 300 cv sem precisar se preocupar com os radares (e o nível de combustível) faz dessa experiência em um autódromo um bicho completamente diferente.

Comecei o meu dia com os 718 e 911 "civis". São carros que entregam uma belíssima combinação de luxo e diversão e facilmente poderiam ser automóveis de uso diário naquele mundo ideal de contas bancárias recheadas e ruas com asfalto impecável.

Vale destacar que essas voltas no Velocittá foram feitas com um instrutor puxando a fila. Mas a experiência esteve longe de ser um passeio sobre trilhos, com a possibilidade libertadora de pisar fundo no acelerador em vários trechos da pista.

Dos cupês e do belíssimo conversível 911 Targa (minha escolha pessoal entre os 911 de rua) partimos para os Taycan. O cupê de quatro portas é um daqueles exemplos de que os carros elétricos podem ser sustentáveis e, ao mesmo tempo, extremamente divertidos para acelerar.

Com motor 4.0 boxer de seis cilindros, o 718 GT4 RS tem 500 cv e acelera de zero a 100 km/h em 3,4 segundos
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O 718 GT4 RS

Mas a grande atração do dia eram os modelos da linha RS. É aquela que reúne os Porsche pensados para uso em pista, mas que podem ser licenciados para rodar também em vias públicas. E a marca aproveitou o evento deste ano para apresentar o 718 Cayman GT4 RS, uma máquina de R$ 1,157 milhão capaz de atingir 315 km/h.

Recheado de componentes da linha 911 e equipado com o mesmo motor 4.0 boxer de seis cilindros do GT3 (mas em uma configuração de 500 cv), digo, sem medo de errar, que o GT4 RS oferece uma relação "diversão por R$" superior até à do GT3 RS, que custa quase R$ 1,8 milhão.

Com bancos esportivos e feito para as pistas, o esportivo da Porsche tem luxos como ar-condicionado digital e central multimídia
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Com peso de 1.415 kg (ou 35 kg a menos que o 718 GT4), o RS tem vários componentes em fibra de carbono na carroceria - que recebeu ainda várias alterações para melhorar a aerodinâmica e o funcionamento do motor e de sistemas como os freios.

Por dentro, os bancos do tipo concha com cintos de segurança de competição completam a aura de competição da máquina, que mesmo assim tem itens de carros de rua como ar-condicionado automático digital e central multimídia.

Depois de experimentar o brutal 911 GT3, chegou a vez de me acomodar ao volante do GT4 RS. Antes mesmo de sair dos boxes, a marcha lenta do GT4 RS já impressiona e o ruído do motor invade bem a cabine graças ao uso de menos material de isolamento acústico. Foi uma medida necessária para aliviar o peso do conjunto.

O pacote aerodinâmico do 718 Cayman GT4 RS tem diversos elementos feitos em fibra de carbono
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O banco, do tipo concha, tem laterais altas e torna a tarefa de entrar e sair do carro mais complicada para alguém mais acostumado aos automóveis convencionais. Achei que a ausência do ajuste de inclinação do assento iria atrapalhar ainda mais a minha vida. Mas foi fácil achar uma posição ideal de pilotagem.

Devidamente instalado, foi hora de seguir com o esportivo para a pista. Com o motor instalado em posição central-traseira, o 718 sempre sobressaiu pelo bom equilíbrio nas suas versões mais mansas. Supreendentemente, mesmo com essa pegada de pista, o GT4 RS é um carro extremamente "na mão".

Falando no motor - com faixa vermelha em 9.000 rpm - basta pisar mais fundo no acelerador para o urro invadir a cabine e impedir qualquer conversa não gritada. Já o câmbio automatizado PDK, de sete marchas e dupla embreagem, cumpre a sua função com aquela costumeira eficiência germânica.

Apesar da ausência dos discos de cerâmica (de série em todos os exemplares vendidos no Brasil, mas indisponíveis no carro da frota da Porsche), ficou a impressão de que mesmo os freios com discos metálicos são capazes de parar a máquina com uma margem para a tomada de curva superior àquela que a minha coragem de dono de carro compacto me permitiu.

Várias voltas em um autódromo acabam deixando você mais confiante a acelerar. E a cometer erros. Pisei fundo na hora errada e o 718 GT4 RS respondeu com uma saída de traseira - que (para minha sorte) consegui corrigir com facilidade. Foi a forma que o Porsche encontrou para me exigir respeito, depois de ouvir tantos palavrões de empolgação.

É claro que a vida de um jornalista automotivo não é feita só de esportivos. Há muitos populares nesse meio do caminho. E também aquele choque de passar de uma máquina luxuosa para o transporte público em um mesmo dia.

Mas, mesmo depois de alguns anos de estrada, algumas máquinas ainda me impressionam. Como o novo membro da família RS. Na saída do Velocittá, o meu choque só não foi maior porque eu estava ao volante de um Volvo XC60 Polestar. Mas este SUV sueco é história para outro dia...

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