- Ele chegou com uma propaganda toda em animação digital, prometendo um consumo baixíssimo, bom desempenho e um estilo moderno, ainda que saudosista, em homenagem ao primeiro 500, ou, como dizem os italianos, o Cinquecento. Nem tudo que a pequena maravilha da Fiat promete se cumpre, mas o carrinho atende, com folga, aqueles que querem um carro que os destaque na multidão. Ainda que ele seja tão pequeno.
O Fiat 500, importado ao Brasil da Polônia ele é fabricado em Tychy, em breve será fabricado no México, de onde ele poderia vir por um preço mais camarada dos que os R$ 65,92 mil cobrados pela versão Lounge. Equipada como a versão avaliada pelo WebMotors, ela chega a R$ 73.585, valor pelo qual é possível comprar bons sedãs médios, igualmente bem equipados e bem mais espaçosos, mas não é de equipamentos e de espaço que o 500 se gaba. É de seu estilo e de sua construção impecável.
Logo que se trava contato com o carrinho e com seu interior, é possível entender os muitos prêmios que ele recebeu na Europa. Inclusive em termos de segurança. Não se engane com os 3,55 m de comprimento do veículo: ele tem ABS, dois airbags dianteiros, dois laterais, dois de cortina e um de joelho, para o motorista, além de ESP, ou controle de estabilidade. São elementos que o ajudaram a conquistar a pontuação máxima no rigoroso teste de segurança EuroNCAP: cinco estrelas. Em outras palavras, é mais seguro que muito carro grande que roda por aí. Tamanho, neste caso, não é documento mesmo.
Outra constatação, mas essa triste, é notar a diferença brutal de acabamento dos veículos Fiat fabricados no Brasil e na Europa. O 500 tem plásticos de encaixe excelente, sem rebarbas, sem falhas, com mínimas distâncias entre as peças. Em ruas mal pavimentadas, quase todas, por aqui, os plásticos mantêm a fleuma e ficam em silêncio, ao contrário dos sociais plásticos brasileiros, sempre loucos para conversar com o consumidor, que normalmente não está muito a fim de papo. Não com os painéis do carro, pelo menos.
A única desvantagem do 500, mas que pode ser sanada, é o interior em plásticos claros. Eles são bonitos, têm lá seu charme, mas refletem luz absurdamente. Em um dia típico de verão, com céu limpo, é praticamente impossível enxergar o painel do carro. E o painel merece ser admirado: os mostradores estão todos integrados, com um computador de bordo no centro. Parece com o painel do VW Fox, mas sem aquele aspecto incômodo de economia ainda que ela também esteja no 500.
Como já dissemos, não espere espaço interno do “urbanino” da Fiat. Ele só acomoda bem os passageiros da frente. Inclusive os mais altos, com mais de 1,80 m. Atrás, os bancos são apenas elemento decorativo, a não ser que os passageiros sejam crianças de 5 anos e no máximo 15 kg. É coisa de gente miúda, mesmo.
O porta-malas, de apenas 185 l, só não é menor do que o porta-luvas. Aliás, o manual de instruções do 500, cheio de dados sobre os diversos equipamentos do carro, como o sistema Blue&Me, vai instalado no porta-malas. E toma um bocado de espaço. Para uma ideia de como ele é pequeno, ele é menor que o do smart fortwo, que tem 220 l.
Já que falamos no modelo francês, um dos principais concorrentes do Fiat 500, vale dizer que o smart é menor, mas é mais amigo do motorista. Acelera melhor, freia melhor, é mais divertido de dirigir, custa menos e é mais espaçoso para as duas pessoas que carrega. O 500 leva quatro pessoas. Em teoria, ainda que criança também seja gente.
Ao volante
O que o Fiat 500 oferece a mais do que o smart fortwo é uma rede mais ampla de assistência Fiat, e melhor posição de dirigir, com volante regulável em altura e distância. Na hora de colocá-lo em movimento, a coisa muda de figura.
Não se pode dizer que o Fiat 500 seja ruim de dirigir, pelo contrário. Ele é um carro bem gostoso de conduzir, com curso de suspensão maior e, portanto, também mais confortável que um smart fortwo em pisos ruins. São os acessórios esportivos que acenam com um desempenho que o carrinho não tem.
O câmbio de seis marchas até ajuda o veículo a aproveitar melhor a força de seu motor 1,4-litro de 100 cv e 131 Nm, mas fica a sensação de que um motor mais forte seria muito bem-vindo. O motor 1,4-litro T-JET, por exemplo. Ele equipará a versão Abarth do carrinho, que deve ser lançada ainda este ano por aqui. E deve custar bem mais que as versões atualmente à venda.
A esperança de quem está interessado no 500 é que, quando ele começar a ser fabricado no México e importado ao Brasil de lá, seu preço caia e permita vender a versão Abarth pelo que a de 100 cv atualmente custa. Essa, sim, seria uma concorrente à altura de smart e até do MINI, por um preço menor. Como a Fiat é rápida em suas decisões, esse é um caminho muito provável. O azar, neste caso, seria de quem pagou a mais pela primeira leva deste excelente carrinho urbano.
FICHA TÉCNICA – Fiat 500 Lounge
MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, transversal, refrigerado a líquido, 1.368 cm³ |
POTÊNCIA | 100 cv a 6.000 rpm |
TORQUE | 131 Nm a 4.250 rpm |
CÂMBIO | Manual de seis velocidades |
TRAÇÃO | Dianteira |
DIREÇÃO | Por pinhão e cremalheira, com assistência elétrica |
RODAS | Aro 16”, de liga-leve |
PNEUS | 195/45 R16 na dianteira e na traseira |
COMPRIMENTO | 3,55 m |
ALTURA | 1,49 m |
LARGURA | 1,74 m |
ENTREEIXO | 2,30 m |
PORTA-MALAS | 185 l |
PESO em ordem de marcha | 930 kg |
TANQUE | 35 l |
SUSPENSÃO | Dianteira independente, tipo McPherson; traseira com eixo de torção |
FREIOS | Discos nas quatro rodas, com ABS e ESP |
CORES | Branco Caldo, Vermelho Sfrontato, Azul Magnetico, Cinza Sfrenato e Preto Provocatore |
PREÇO | R$ 73.585 |