Fiat 500 retoma o passado para garantir o futuro

Modelo é nostálgico, mas oferece confortos que os italianos dos anos 1950 não podiam usufruir


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Fernando Calmon
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- O renascimento do 500 Cinquecento, em italiano não foi uma operação de nostalgia, faz questão de sublinhar a Fiat. A intenção era fugir da solução fácil de projetar um carro apenas parecido com o simpático 500 conhecido como Topolino, ratinho em português e sim reproduzir os conceitos de um momento histórico de recuperação econômica pós-guerra da Itália, mas agora com forte ênfase nos confortos modernos que os italianos não podiam usufruir nos anos 1950.

Na realidade, segue uma onda de modelos que reeditaram sucessos de venda do passado. O New Beetle abriu alas em 1998, baseado no Fusca que de 1938 a 2003 vendeu cerca de 22 milhões de unidades, um recorde entre os automóveis fiéis ao desenho original. O Mini inglês chegou a 5,5 milhões entre 1959 e 2000. O 500, que tinha 56 cm a menos de entreeixos em relação ao Fusca, alcançou quase 4 milhões em 20 anos 1957-77. Sem contar o Chrysler PT Cruiser ou os Chevrolets HHR e SSR, livremente inspirados no passado.

A exemplo do New Beetle, o novo 500 precisou abandonar o motor traseiro refrigerado a ar. Ambos tiveram que se basear em arquiteturas existentes, Golf e Panda, respectivamente. A curiosidade foi que um carro-conceito, o Trepiùno, apresentado no Salão de Genebra de 2004, deu origem ao projeto.

Em 2005 ele evoluiu para a reedição do 500, desenhado pelo estilista marroquino Frank Stephenson criador do novo Mini e ex-Ferrari/Maserati, BMW e Ford. Levou apenas 19 meses, do início até o lançamento, por aproveitar os elementos estruturais disponíveis. Também servirá de base ao novo Ford Ka europeu dentro de quatro meses, ambos fabricados em Tychy, Polônia.

Várias primazias

A filosofia do projeto tinha de estar de acordo com o momento de recuperação financeira e de imagem da Fiat. Daí a festa milionária em Turim no dia 4 de julho, exatamente 50 anos depois da apresentação do modelo inspirador. A fábrica fez questão de introduzir equipamentos inéditos nessa faixa de subcompactos, antes reservados aos carros topos de linha. Várias sugestões vieram de internautas por meio de um site especialmente criado para este fim.

A Fiat afirma que, pela primeira vez, toda a gama de motores — 1,2 l/69 cv, 1,4 l/100 cv ambos Fire e o diesel 1,3 l/75 cv Multijet — já vai atender à nova fase de emissões Euro 5 para 2009. Também destaca o projeto voltado para atingir a nota mais alta no programa europeu de testes de impacto Euro Ncap, particularmente difícil num carro de apenas 3,55 m de comprimento 13 cm menos que o atual Ka.

Os sete airbags de série um para joelho do motorista impressionam, mas curiosamente os dois apoios de cabeça traseiros — capacidade total é quatro passageiros — não são de série em todas as quatro versões de acabamento: Naked, Pop, Sport e Lounge.

A gama de acessórios passa de 100. Há 12 cores externas, inclusive 6 que reproduzem as originais, 15 tipos de revestimentos incluindo os refinados tipos de couro Cordura e Frau, 6 desenhos diferentes de rodas de liga aro 14, e 15 pol, 19 adesivos de personalização, 3 fragrâncias no difusor de perfume, 9 coberturas para chaveiro e até porta-snowboard para a tampa do porta-malas.

Sem contar cobertura cromada para as carcaças dos espelhos retrovisores, teto solar de vidro fixo ou móvel, cabide adaptável aos apoios de cabeça dianteiros e até capa de proteção para a carroceria com a foto do automóvel original. No total, há exatas 549.936 combinações possíveis de montagem.

A eletrônica de bordo é avançada: Bluetooth, reconhecimento de voz, entradas USB e Ipod, tocador de MP3, navegador embutido e também portátil de última geração criado pela Marelli para se integrar ao 500 e sofisticado sistema de som Hi-Fi. O ESP, programa de correção de trajetória, é opcional, mas inclui antitravamento de rodas nas reduções de marcha do câmbio e assistência para arrancar em aclives e declives.

Ao volante

Vendo o Cinquecento de perto, é fácil constatar que a mudança para tração dianteira e a necessidade de aumentar a altura e a distância entre eixos não impediram que o desenho fosse atualizado sem se distanciar tanto do projeto dos anos 1950. Chamam a atenção o capô bem curto, as rodas nas extremidades da carroceria, os faróis e lanternas — tudo respeitando o original, inclusive seu aspecto “sorridente”. Linha de cintura levemente ascendente e lanternas traseiras bem dimensionadas são concessões à modernidade.

O coeficiente aerodinâmico Cx, 0,325 e o porta-malas de apenas 185 litros de volume são números que não se destacam pelas limitações que a silhueta do antigo 500 impõe. Da mesma maneira o formato da terceira coluna e a curvatura do teto foram adaptados para os dias atuais, na tentativa de melhorar a habitabilidade no banco traseiro. Quatro pessoas de até 1,70 m, no entanto, se acomodam bem. Acima disso, quem viaja atrás começa a sentir falta de espaço para a cabeça e pernas.

Por dentro o destaque é o painel pintado na cor da carroceria. O volante, relativamente grande, também teve de respeitar os vínculos com o passado, porém ajustável em altura. Há alguns porta-objetos, mas o porta-luvas sem tampa é minúsculo. Como opção, pode-se rebater o assento do banco do acompanhante e ganhar espaço extra. Todos os comandos ficam à mão, em especial a alavanca do câmbio manual 5 ou 6 marchas, dependendo da versão. Em breve, estará disponível o câmbio manual automatizado, chamado de Dualogic leia mais sobre esse sistema aqui.

A avaliação pelo centro de Turim e estradas vizinhas se estendeu por uma hora para cada uma das versões de 1,2 l e 1,4 l a gasolina. A distância entre eixos de apenas 2,30 m e bitolas um pouco mais largas que as do Panda tornaram o Cinquecento bastante ágil em manobras e com comportamento ótimo em curvas seqüenciais.

A estabilidade direcional, também muito boa, é ajudada por pneus 185/55-15 que equipam o carro com o motor mais potente, de 100 cv. Este pode acelerar de 0 a 100 km/h em 10,5 s 12,9 s, motor de 69 cv, segundo o fabricante.

O motor de menor potência, que deve responder por mais de 50% das vendas, beneficia-se de um peso de apenas 865 kg, mas na prática passa dos 900 kg porque há tendência de os compradores procurarem acessórios dentro de uma gama tão vasta.

Assim superequipado como o automóvel avaliado, a versão de entrada do 500 perde desempenho nas retomadas e tem pouco brilho para sair da imobilidade. A versão turbodiesel já não sofre desse mal por seus quase 15 kgm de torque, mas certamente perde em dirigibilidade porque tem 120 kg a mais, concentrados sobre o eixo dianteiro em um carro de tração dianteira.

O banco, um pouco duro, mas sem incomodar, como deve ser, destaca-se por pronunciados apoios laterais no encosto e no assento. Pessoas de corpo volumoso podem sentir algum incômodo. A direção dispõe de assistência elétrica. As suspensões possuem calibragem bastante firme, em particular na versão de 100 cv, o que deve trazer certo desconforto quando o piso não é tão liso. Há um apoio para o pé esquerdo do motorista de dimensões elogiáveis. Os freios, bem dimensionados, são a disco nas quatro rodas apenas na versão mais potente leia aqui sobre a futura versão Abarth.

Um pormenor, meio estranho: ponteiros do velocímetro e do conta-giros, no quadro de instrumentos, são concêntricos e com escalas próprias, levando a um cruzamento que às vezes confunde o motorista.

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