Fiat Doblò 1.4 concentra seus méritos no espaço

A bela Maceió foi generosa com o multivan e não o colocou em situações desafiadoras, como subidas


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Gustavo Ruffo
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Maceió, AL - Em termos de mercado, como já dissemos na apresentação do Fiat Doblò 2010, o modelo renovado, mesmo já tendo sido mostrado na Europa há três anos e prestes a sair de linha por lá em favor de uma nova geração, bem mais interessante, há de fazer sucesso por aqui. O estilo está bem melhor que o do Doblò original, qualificado pela própria Fiat como esquisito. Mas e em termos dinâmicos, como o novo velho Doblò se comporta? Foi o que fomos verificar em Maceió, a bela capital de Alagoas.

Bela e generosa, diga-se de passagem. No trecho de avaliação escolhido pela Fiat para mostrar seu novo multivan, não havia subidas, descidas, pisos ruins, morros, valetas ou qualquer outro elemento que pudesse comprometer a avaliação do novo Doblò 1.4, equipado, como o nome diz, apenas com o motor 1,4-litro que já está na família Palio e no Punto. A avaliação, que contou com apenas mais uma pessoa no carro além do motorista, também não permitiu ver como o multivan anda carregado, algo que ficará reservado à avaliação de longo prazo, dentro de algumas semanas.

Para começar a falar da versão 1.4, a mais barata da linha, é preciso fazer um pedido de desculpas aos leitores. No material fotográfico que a Fiat ofereceu à imprensa não havia nenhuma foto da versão mais barata da linha. Do modelo ELX, pouca coisa superior ao 1.4, havia apenas uma imagem, a que abre essa reportagem. As do modelo prata, por exemplo, são da versão HLX, equipada com motor 1,8-litro, mas são as únicas de um Doblò remotamente parecido com o 1.4 em movimento. Como diz o ditado, “quem não tem cão, caça com gato”.

Apesar de serem as únicas imagens de que dispomos do Doblò sem estilo aventureiro, cabe a ressalva: o Doblò 1.4 não tem faróis de neblina nem rodas de liga-leve.

Feito o aparte, o carro tem muitos detalhes diferentes em relação ao Doblò anterior, como o painel e alguns itens de acabamento, coisa pouca, mas que mostra que o novo multivan passou por mudanças, mas também por alguns empobrecimentos.

Equipamentos

O novo conjunto óptico do Doblò está bem mais agradável, mas veio incompleto. Note, nos para-lamas dianteiros, emblemas com o tamanho do motor do carro. Não se trata de melhoria, mas sim de um tapa-buracos, buracos estes feitos para os repetidores de direção do modelo europeu. É verdade que menos fiação e lâmpadas diminuem os custos de um veículo, mas é de questionar quanto a menos o consumidor vai pagar pela supressão. Mais certo é perguntar quanto a Fiat vai ganhar a mais com isso. Colocando os números em escala, deve ser um montante expressivo.

O acabamento também poderia ser melhor. As peças em plástico ainda apresentam rebarbas e os encaixes da forração do teto deixam visualizar as camadas inferiores do revestimento. Seja qual for a desculpa para a falha, ela não deveria acontecer em um automóvel nessa faixa de valor.

De série, o Doblò vem com direção hidráulica, travas elétricas, vidros elétricos dianteiros, computador de bordo e outros itens menos importantes. Para contar com ar-condicionado de série, é melhor pensar na versão ELX, que vem também com o sexto banco de série. Por R$ 52,54 mil, ou R$ 3.590 a mais. É um investimento que compensa mais pela revenda. Afinal, quem comprar um 1.4 e equipá-lo ao nível de um ELX nunca conseguirá vendê-lo pelo mesmo preço.

Ergonomia

Para um veículo de quase R$ 50 mil, seria bom o Doblò ter regulagem de altura do banco do motorista e pelo menos de altura do volante, mas não é isso que acontece. A posição do volante lembra muito a de furgões antigos, como a Kombi, ou de minivans, como a Renault Scénic. É meio horizontal, o que causa algum estranhamento na hora de conduzir.

Com posição de dirigir alta e portas de cintura baixa, o Doblò oferece boa visibilidade, mas ao preço de uma certa falta de privacidade. A sensação é que o carro está inteiramente exposto e que as portas são quase inteiramente de vidro. Não é o caso, mas a sensação conta um bocado.

A proposta de todo multivan é a oferta de muito espaço e, nisso, o Doblò é impecável. Além dos bancos com ponto “H” alto, o entre-eixos de 2,57 m e a largura de 1,72 m garantem espaço para os ocupantes dos bancos traseiros. Na versão ELX, há, de série, o sexto banco, no compartimento de bagagens. Reservado a crianças: qualquer adulto que se atreva a viajar ali vai passar maus bocados.

Com o banco, o porta-malas cai de aproveitamento. Passa de 750 l para 665 l, o que, convenhamos, ainda é mais do que qualquer carro nacional oferece.

Antes de colocar o carro em marcha, procuramos encontrar uma estação de rádio para nos acompanhar no trajeto até a Praia do Francês. Sem opção de entrada USB, a única alternativa realmente era uma boa programação musical, mas esbarramos em

target="_blank">Stefhany Absoluta cantando o poder que o VW CrossFox supostamente lhe dá. Demais... Desligamos o rádio. Era um desrespeito com o Doblò.

Os motores da Fiat têm a capacidade de crescer de giro de forma bastante agradável, o que deve facilitar a vida do multivan nas subidas e quando ele estiver carregado. Vazio, ele reagiu bem aos comandos do acelerador e a boa posição da alavanca de câmbio tornou a vida do condutor mais fácil. Em todo caso, acreditamos que ele deva ter dificuldades em terrenos acidentados. A conferir.

No que se refere à estabilidade, é bom não esperar demais. Além de ter 1,86 m de altura, o multivan tem eixo rígido na traseira. Para a carga e os passageiros, essa pode ser uma boa notícia. Afinal de contas, quem estiver atrás do volante há sempre de ser mais cuidadoso, se tiver amor ao que transporta.

A frenagem também carecia de outras condições para uma avaliação mais apurada. Bom seria testá-la com carga total, para ver se os pneus, proporcionalmente pequenos em relação ao carro, dão conta de pará-lo. O que se pode dizer é que ele não falhou em nenhuma das vezes em que precisamos dele, o que não deixa de ser um alento.

Há uma série de respostas que só poderemos dar na avaliação futura do Doblò, mas uma delas já está na ponta da língua: se você está procurando um veículo espaçoso, sem pretensões esportivas, na faixa dos R$ 50 mil, o Doblò ELX pode ser uma boa pedida. O 1.4, não. Ele é um modelo no qual nem a Fiat aposta basta ver a falta de fotos, mas que oferece para conquistar aqueles que pensam apenas em preço.

Gustavo Henrique Ruffo viajou a Maceió a convite da Fiat


FICHA TÉCNICA – Fiat Doblò 1.4

MOTORQuatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal, duas válvulas por cilindro, refrigeração a água, 1.368 cm³
POTÊNCIA85 cv gasolina e 86 cv etanol a 5.750 rpm
TORQUE 122 Nm gasolina e 123 Nm etanol a 3.500 rpm
CÂMBIOManual de cinco velocidades
TRAÇÃO Dianteira
DIREÇÃO Por pinhão e cremalheira, com assistência hidráulica
RODAS Dianteiras e traseiras em aro 14”, de aço
PNEUS Dianteiros e traseiros 175/70 R14
COMPRIMENTO 4,25 m
ALTURA 1,86 m
LARGURA 1,72 m
ENTRE-EIXOS 2,57 m
PORTA-MALAS 750 l
PESO em ordem de marcha1.250 kg
TANQUE60 l
SUSPENSÃO Dianteira independente, do tipo McPherson; traseira com eixo rígido e barra estabilizadora
FREIOS Discos ventilados na dianteira e tambores na traseira
CORES Azul Búzios, Branco Banchisa, Vermelho Alpine, Azul Trindad, Cinza Cromo, Cinza Scandium, Cinza Tellurium, Prata Bari, Preto Vesúvio, Verde Creta e Vermelho Magma
PREÇO R$ 48,95 mil


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