Para começar, vale fazer uma observação curiosa. Na apresentação do Stilo Dualogic, um carro cuja maior novidade, o câmbio manual automatizado, não primava pela esportividade, mas pelo conforto, ressaltamos a contradição que havia em apresentá-lo no autódromo de Interlagos. Agora, com o Punto T-JET, que poderia ser testado em uma pista, a apresentação foi nas ruas de Belo Horizonte.
Apesar de não ser ali o melhor lugar para testar as qualidades de comportamento do carro, pode-se dizer que a primeira impressão ao volante, especialmente quando se está saindo com ele do lugar, é que existe uma demora razoável para que o turbo entre em ação. Foi algo que notamos na primeira avaliação que fizemos com o carro. Até que o turbo comece a atuar, por volta das 1.800 rpm do motor, o Punto reage como se fosse um 1,4-litro qualquer.
Basta passar desta rotação para que o carro se transforme completamente. O motor, nessa situação, mostra toda a força de seus 152 cv e 207 Nm de torque. É um caso de dupla personalidade, com manifestações não muito evidentes do ser fraquinho e do forte.
Essa esquizofrenia acaba causando alguns embaraços, como o carro morrer em saídas ou lombadas. Isso porque nelas não se acelera muito, mas o carro havia se comportado tão bem antes que parecia mais forte, com uma necessidade mínima de pisar no acelerador. Como se sabe, não é bem assim.
Em baixa rotação, o acelerador precisa ser pisado com mais vontade. Quando ela aumenta, não é preciso provocar muito este pedal para que o carro entregue toda a sua força. Em qualquer faixa de giro, o que impressiona positivamente. Tanto faz a marcha selecionada ou a condição do terreno. Quando o carro é chamado a reagir, ele faz isso com excelente disposição.
Ao volante
A receita que a Fiat adotou no Punto T-JET teria garantido ao carro uma velocidade máxima de 203/km/h, com um 0 a 100 km/h em 8,4 s. O consumo de combustível apenas gasolina, por ora fica em 12,3 km/l na cidade e 16,4 km na estrada.
No breve contato que tivemos com o carro, não foi possível estabelecer uma média de consumo, mas sim suas qualidades dinâmicas. E são muitas, com uma suspensão mais firme que a encontrada no Punto comum. Firme, mas ainda mais confortável do que se poderia esperar de um esportivo, ainda que capaz de uma aceleração lateral de quase 1 g 0,9 g.
Não chegamos a forçar o Punto tanto assim em curvas, mas foi fácil notar que os bancos oferecem ótimo apoio lateral, mantendo o corpo do motorista e do passageiro dianteiro sempre firme e confortavelmente no lugar.
Quem conhece muito de carro achou que os pneus 205/50 R17 acabaram amarrando o desempenho do Punto. Pneus mais finos talvez o ajudassem a atingir uma velocidade máxima maior, algo importante para uma versão esportiva, ainda que impraticável e ilegal para o dia-a-dia.
Silencioso, o Punto T-Jet tem um ronco grave que invade a cabine de modo suave, sem se fazer notar a não ser para quem queira deixar o som desligado. É um toque de suavidade que também se nota no funcionamento do turbo, que atua de modo uniforme e sem trancos. Do jeito que gostamos que um turbo seja: discreto.
Não há porradas contra os bancos a cada aceleração, mas sim uma presença constante do torque, disponível sempre que for solicitado, em qualquer rotação.
Com tudo isso, o que se pode dizer do Punto T-JET é que, mais do que um esportivo, ele poderia ser apenas a versão topo de linha do Punto. Isso evitaria o ônus, inclusive financeiro, que existe em ter uma versão agressiva de qualquer carro. O valor do seguro tende a ser muito alto, especialmente pelo perfil de quem comprará o veículo.
A maioria pode ser composta de gente que não necessariamente sente que tem um carro forte nas mãos, mas que precisa provar que tem para os amigos. É nessas situações que acidentes graves acontecem, o que encarece o seguro. O carro pode até nunca bater, mas tende a estar malhado ou mexido. Se fosse um veículo luxuoso e potente, sem a pecha de esportivo, o Punto T-JET representaria uma excelente escolha para quem procura um veículo potente e completo.
FICHA TÉCNICA – Fiat Punto T-JET
| MOTOR | Quatro tempos, quatro cilindros em linha, transversal dianteiro, quatro válvulas por cilindro, refrigeração a água, turbinado, 1.368 cm³ |
| POTÊNCIA | 152 cv a 5.500 rpm |
| TORQUE | 207 Nm de 2.250 rpm a 4.500 rpm |
| CÂMBIO | Manual de cinco velocidades |
| TRAÇÃO | Dianteira |
| DIREÇÃO | Hidráulica, por pinhão e cremalheira |
| RODAS | Dianteiras e traseiras em aro 17”, em liga-leve |
| PNEUS | Dianteiros e traseiros 205/50 R17 |
| COMPRIMENTO | 4,03 m |
| ALTURA | 1,51 m |
| LARGURA | 1,69 m |
| ENTREEIXOS | 2,51 m |
| PORTA-MALAS | 280 l |
| PESO em ordem de marcha | 1.230 kg |
| TANQUE | 60 l |
| SUSPENSÃO | Dianteira independente, do tipo McPherson; traseira por eixo de torção |
| FREIOS | Dianteiros com discos ventilados e traseiros com discos sólidos |
| CORES | Branco Banquisa, Amarelo Indianápolis, Vermelho Modena e Preto Vesúvio |
| PREÇOS | R$ 59,5 mil |
Gustavo Henrique Ruffo viajou a Belo Horizonte a convite da Fiat Automóveis
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