Fiat Stilo Schumacher Season 2006

Modelo, com toque de esportividade, se sobressai pelo amplo pacote de itens de série


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Gustavo Ruffo
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- Séries especiais, quando são bem-sucedidas, têm se tornado versões de série. Isso aconteceu na Chevrolet com a série Advantage, por exemplo, que oferecia uma relação entre custo e benefício das mais atraentes. Com isso, o que era para ter uma tiragem limitada ganhou a linha de produção normal. Se a Fiat seguisse a mesma política, o modelo que mais faria jus a ter uma fabricação regular seria o Stilo Schumacher. Por sua constância, ele praticamente já tem.

Em sua segunda “fornada”, a Season 2006, o carro continua a trazer um amplo pacote de itens de série, o que é sempre muito interessante para o consumidor. Isso porque carros usados são sempre avaliados pelo que eles oferecem como padrão. Um carro de versão “pelada”, ainda que saia com todos os opcionais, dificilmente iguala o valor de um modelo que já saía da concessionária com os mesmos itens, num pacote fechado.

Por R$ 71.178, o carro traz o teto solar Sky Window, que o torna quase um conversível, ar-condicionado digital com regulagem de temperatura diferenciada para motorista e passageiro, sistema Bluetooth de viva-voz para celular, rodas de aro 17’’ com desenho exclusivo e pneus 215/50, toca-CD com MP3, controlador de velocidade, bancos de couro, freios a disco nas quatro rodas. Oferecido em duas cores fortes, vermelho e amarelo da Ferrari, o carro também tem duas opções metálicas, os conhecidos prata e preto. Fazem parte do pacote os penduricalhos estéticos, como faixas, soleiras e adesivos representativos da série.

Outros dispositivos, como o DualDrive, que deixa a direção mais leve para manobras na cidade, abertura elétrica das tampas do porta-malas e do tanque de combustível, vidros, trava e retrovisores externos elétricos, aviso de velocidade e computador de bordo já são vendidos na versão mais simples do carro, a 1.8 8V, que custa R$ 49.220 pela tabela atual julho de 2006 e é, por esse valor, já bastante completa, além de ser flexível em combustível. O motor 16V não é oferecido com essa versatilidade.

Faltam a ela, de todo modo, itens que a versão Schumacher traz e que também deveriam estar presentes em todos os Stilo, como o protetor de cárter o Fiat é baixo e costuma raspar a dianteira e vidros traseiros elétricos com sistema one-touch e antiesmagamento, considerando que, atrás, quem costuma viajar são as crianças.

Para contar com ABS e EBD, sistemas que impedem o travamento das rodas e distribuem a força da frenagem, é preciso desembolsar mais R$ 2.688. Airbags duplos e pré-tensionadores dos cintos custam mais R$ 2.300, o que eleva o valor do carro para R$ 76.168. A pintura metálica, a R$ 772, arremata o pacote: R$ 76,94 mil.

Aqui vale uma reflexão séria a respeito da melhor opção no segmento de hatchbacks médios. Ao custo de R$ 73,45 mil, o Peugeot 307 Griffe leia a avaliação desse veículo aqui traz de série um motor mais forte 2,0-litros de 143 cv, mais equipamentos ABS, airbags, faróis de neblina e sensores de chuva e de iluminação e câmbio automático, que se casa perfeitamente com o controlador de velocidade, também equipamento básico da versão.

A diferença na escolha dependerá fundamentalmente de gosto. Pessoas que gostam mais de trocar marchas optarão pelo Stilo. Quem se preocupa com conforto e com valor optará pelo Peugeot, que também consegue ter desempenho superior.

Outro item “de série” no Stilo, como a Fiat o elenca, é o motor 1,8-litro 16V de 122 cv a 5.600 rpm e torque de 17,4 kgm a 3.600 rpm, bastante razoável para o peso do carro 1.240 kg. Com isso, o Stilo Schumacher acelera bem 0 a 100 km/h em 10,3 s, segundo a Fiat, freia bem e se comportam de modo exemplar em curvas, atributo da suspensão bem acertada obtida, com competência, pela engenharia da Fiat. A máxima é de 195 km/h.

O que acaba tirando um pouco o brilho do carro é o fato de seu propulsor não negar sua origem americana ele vem da GM, apreciadora de torque em rotações mais baixas e pouco giro. A alma italiana de esportividade é mais bem defendida pelo motor 2,4-litros de 167 cv a 5.750 rpm que equipa o Stilo Abarth, mas essa versão custa R$ 89,57 mil e, surpreendentemente, tem suspensão mais mole que a do Schumacher.

Em termos de consumo, a Fiat informa que o Stilo Schumacher percorre 10,5 km com um litro de gasolina na cidade e 15,5 km na estrada, mas esse é um valor bastante otimista. Por ter duas válvulas para admissão e duas para escape em cada cilindro, o carro tende a ser mais beberrão na cidade, onde o giro tem de ser mais alto, para garantir agilidade, e econômico em ciclo rodoviário.

Em trilhos

O interior do Stilo Schumacher, assim como o de todos os carros da linha, é agradável e bastante funcional. Os comandos são acessíveis e os bancos são confortáveis, segurando bem o motorista em manobras rápidas. Interessante é que o carro tem posição de dirigir alta, que costuma transformar o motorista em um joão-bobo, balançando para lá e para cá, mas isso não acontece no Schumacher.

Atrás, o espaço para cinco passageiros é razoável, com vantagem de o teto também ser alto, o que transmite a sensação de amplitude, mesmo para motoristas e passageiros com mais de 1,80m.

Em movimento, o carro se comporta muito bem. As respostas do volante são rápidas e é possível sentir bem o asfalto sem que isso signifique desconforto ou trepidações ao volante. Quem sofreu com as tais trepidações, aliás, foi o pára-sol do passageiro, que insistia em descer “automaticamente”, mesmo à noite e sem necessidade. Claramente um defeito pequeno, mas que pode afetar outros Stilo.

Os pneus 215/50R15, baixos, dão a sensação de que se está andando sobre trilhos. Em manobras, o recurso DualDrive se mostra especialmente útil para mover “as patas” largas desse bicho bonito e agradável de dirigir. Clicando no botão “City”, o peso da direção diminui sensivelmente.

As retomadas de velocidade são tranqüilas e o silêncio interno é grande, sem escândalos do motor. O controlador de velocidade se mostra um recurso bacana, mas limitado num carro com câmbio manual, servindo apenas para situações de estrada, quando se pode engatar a quinta marcha, definir a velocidade máxima permitida pela via e seguir viagem, especialmente em estradas compridas e bem retas. Em estradas sinuosas, como as de serra, usar o recurso não compensa.

O Stilo Schumacher é, enfim, uma bela opção para os fãs do modelo, bem equipada, confortável e bonita. Resta avaliar se a proposta esportiva não pesa no valor do seguro, o que pode ser agravado sensivelmente pela idade do condutor ou condutora, mas, de resto, trata-se de uma boa escolha. Antes de fechar negócio, de todo modo, leia nosso Guia de Compra sobre o Stilo e faça uma compra consciente. Também não deixe de compará-lo com o Peugeot 307 Griffe, fazendo o test-drive em ambos.

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