Fiat Toro tem na praticidade o seu trunfo. Consegue ir bem tanto na cidade quanto na estrada. Mesmo que ela seja de terra, no caso da versão diesel.
É de praxe: todo fim de ano as marcas deixam seus carros para um contato mais íntimo. Na virada de 2019 para 2020, tive a companhia da Fiat Toro, na versão Freedom com motor a diesel. E é sobre ela que irei dissertar um pouco.
Vou começar pela importância do carro no segmento automotivo. A Toro representa um andar intermediário entre as picapes compactas (VW Saveiro e Fiat Strada) e as picapes médias (Chevrolet S10, Ford Ranger, Toyota Hilux, entre outras).
O crescimento populacional fez com que os municípios ficassem ainda mais apertadas do que já eram. E é nisso que a Toro sobressai. Seu tamanho permite que seja a picape ideal para a cidade, pois trafega bem em ambientes extremamente urbanos, como a cidade do Rio de Janeiro, por exemplo.
Nas ruas apertadas da cidade maravilhosa, a Toro vai bem. Muito melhor do que as grandes picapes, que acabam sendo um tanto desengonçadas e abrutalhadas. Em vagas de shoppings e supermercados, ela cabe "na conta", enquanto maiores ficam com parte da caçamba ou da dianteira fora dos limites.
O mesmo acontece em vagas residenciais. A Toro estaciona em locais que as picapes grandes nem entram. É a conta ideal para quem precisa transportar mais de duas pessoas e precisa de espaço na caçamba para carregar algo.
Nossa Toro, como dito no começo do texto, era da versão Freedom, equipada com motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgf.m de torque (R$ 146.990). O câmbio é automático de nove velocidades e há opção de tração 4x4 com acionamento por botão.
O conjunto dá e sobra para o trânsito urbano. O desempenho é acima da média, graças à pegada do turbo antes das 2 mil rpm. Nas acelerações, o corpo chega a colar no banco. Durante os testes, o consumo ficou cravado em 10 km/l, em percursos exclusivamente urbanos, alternando pista livre e congestionamento.
A média é honesta e, por se tratar de um carro a diesel, a diferença no bolso é considerável. No Rio, o litro da gasolina beira os R$ 5, enquanto o diesel está na faixa de R$ 3,80.
Dinamicamente, a Toro se comporta como um SUV. Nas curvas mais acentuadas a carroceria tende a rolar um pouco, mas nada absurdo.
A direção tem boa resposta e o comportamento da suspensão também é semelhante ao de um utilitário. O conforto é muito superior ao de picape médias e equipadas com feixe de molas na traseira.
Como opcional, a Toro era equipada com o pack S-Design (R$ 4.500) - recentemente disponível também para Argo e Cronos. O kit incorpora logos Fiat e de identificação de versão/motor escurecidos no exterior, pintura cinza na capa dos retrovisores externos e faixas adesivas no capô e tampa traseira da caçamba.
As rodas também recebem pintura escurecida. Na carroceria, badge "S-Design" nas portas dianteiras. Completam o pacote santantônio e estribos laterais pretos, interior escurecido (teto e colunas), bancos de couro e tecido, painel das portas dianteiras revestidos de couro, costuras pretas e descansa-braços traseiro com porta-copo.
Com cerca de 4 mil quilômetros rodados, contudo, chamou atenção o fato dos adesivos da carroceria já apresentarem aspecto surrado - como pode-se ver nas fotos.
Outro fato que incomodou durante a avaliação foi a sensibilidade do sensor de presença do banco do carona. Uma mochila era suficiente para enganar o sistema e acionar o chato alarme para atar o cinto de segurança.
O acabamento tem um toque positivo da Jeep. Os plásticos são de boa qualidade e estão bem encaixados.
O único inconveniente fica para a falta de porta-trecos no console central. Há apenas um porta-copos além do baú no descanso de braço. Apesar de espaçoso, ele não é tão prático no dia a dia para guardar um celular, por exemplo.
A central multimídia UConnect tem bom funcionamento, apesar de não ser tão intuitiva. O Bluetooth conecta com velocidade impressionante. Basta apenas o tempo de colocar o cinto de segurança para receber a notificação de que tudo já está emparelhado.
Por R$ 153.990 (R$ 146.990 + R$ 4.500 + R$ 2.500 da pintura metálica), a Toro avaliada custa caro. Mas é a opção mais viável para quem precisa de espaço para passageiros e para carga.
Seu tamanho mais compacto é ideal para locais apertados, tanto para estacionar quanto para manobrar. Com 1 tonelada de capacidade de carga, as versões a diesel dão conta até de trabalhos mais pesados.
Resta saber se a nova Strada, prevista para chegar este ano com cabine dupla e espaço para mais passageiros, irá acabar com a praticidade da Toro - lembrando que a picape maior também ganhará face-lift em 2020.
FIAT - TORO - 2019 |
2.0 16V TURBO DIESEL FREEDOM 4WD AT9 |
R$ 138990 |
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