Com visual e pegada off-road raiz, o GWM Tank 300 também se mostrou um carro muito confortável e com ótimo desempenho para o uso no asfalto.
O GWM Tank 300 estreou em abril de 2025 com uma proposta única no mercado brasileiro: unir motorização híbrida plug-in e carroceria de porte médio com chassi e sistema de tração de um 4x4 raiz. Mas, verdade seja dita, boa parte do público dos SUVs roda a maior parte do tempo na cidade. No máximo, pega uma estradinha de terra de vez em quando.
Já tivemos a chance de rodar com o Tank 300 na lama e esse carro mostrou que é "brabo" de verdade no off-road. Mas será que ainda faz sentido para quem quer projetar uma imagem aventureira, sem botar o carro na lama? Testei o SUV no meu dia a dia - urbano - e conto para vocês como foi a experiência.
O GWM Tank 300 tem 4,76 m de comprimento, 1,93 m de largura, 1,90 m de altura e 2,75 m de entre-eixos. Estas medidas posicionam o modelo como um típico SUV médio como o BYD Song Plus e o Jeep Commander.
Ou seja: apesar da presença dos estribos laterais, dos enormes para-choques e da larga bitola - evidente nos pronunciados alargadores de para-lamas -, o Tank 300 ainda é bastante prático para navegar em ruas, avenidas e vagas de shopping.
E com um vão livre para o solo de mais de 22 cm, você nunca mais vai ter que lidar com o desconforto de raspar a ponta do para-choque todas as vezes em que for subir ou descer uma rampa de prédio - o obstáculo mais desafiador da selva urbana.
O único pênalti nessa usabilidade mais urbana do Tank 300 está na tampa do porta-malas. Com abertura horizontal e o estepe pendurado - e sem nenhum auxílio elétrico - é mais pesada de operar que a de um SUV convencional. Eu, particularmente, não achei desconfortável. Mas tem potencial para incomodar.
O que não dá para contornar é o fato dessa porteira do bagageiro ser menos prática que uma tampa com abertura vertical, já que exige uma área maior na traseira para poder ter acesso ao porta-malas. Isso pode não ser um problema no uso off-road. Mas é algo que atrapalha quando você precisa estacionar de ré na sua vaga do prédio.
E mesmo que as dimensões externas do Tank 300 sugiram que esse SUV tem espaço de sobra na cabine - como os exemplos que eu citei mais acima -, a realidade é um pouco diferente disso.
Os para-choques parrudos na dianteira e na traseira e as molduras nos arcos das rodas consomem boa parte da metragem da carroceria e, no final das contas, o espaço de cabine do Tank 300 é mais próximo ao de um SUV compacto. No máximo, ao de um SUV médio dos pequenos.
Um exemplo disso é o porta-malas, que tem capacidade para 360 litros até o topo do encosto dos bancos. Medida menor que a de boa parte dos SUVs compactos. Pelo menos o piso é plano e bem rente à "boca". Já o espaço para os passageiros não chega a incomodar. Mas também não impressiona.
Dá para levar quatro adultos com bastante conforto e cinco com um pouco mais de aperto, embora aqueles com mais de 1,80 m possam vez ou outra encostar a cabeça no teto. É que a presença do teto solar exigiu que a GWM rebaixasse bastante o forro na parte dianteira.
Mas bora falar no que eu gostei. O ponto um é a posição dos bancos. Se você curte a experiência dos 4x4 raiz, você vai se achar no Tank 300. Você encara o trânsito do alto e tendo à sua frente um para-brisa em posição bem vertical.
É quase como passear a bordo de um Jeep Willys ou um Toyota Bandeirante. Só que com muito mais sofisticação, já que o acabamento interno é outro ponto forte do SUV da GWM.
Fiel à origem chinesa, o Tank 300 é refinado. Tem materiais macios ao toque para todos os lados, iluminação decorativa com LEDs e até vidros laterais acústicos.
A impressão que eu fiquei é que a GWM se esforçou em colocar o motorista e os passageiros como se estivessem dentro de uma bolha, já que o nível de equipamentos é digno de um carro premium.
Esse SUV está equipado com teto solar, bancos de couro climatizados e com ajustes elétricos, massagem e memória de posição, volante aquecido, ar-condicionado automático de duas zonas, carregador de celular por indução, multimídia com tela de 12,3 polegadas e som com nove alto-falantes.
Já o pacote tecnológico e de segurança tem seis airbags, faróis de LED, painel digital de 12,3 polegadas, chave presencial, pacote ADAS e assistente de estacionamento.
Isso sem contar os recursos off-road, como o sistema de câmera com função chassi transparente, tração 4x4 com reduzida, controlador de velocidade de cruzeiro off-road, assistente de curva fechada e até um sistema de otimiza a refrigeração do motor a combustão na trilha.
Algo que contribui para o Tank 300 se sair bem também na cidade é a motorização híbrida plug-in. Em outras palavras, aquele tipo em que a gente consegue carregar a bateria motriz também na tomada.
O carro tem um motor 2.0 turbo a gasolina e um outro motor, elétrico, que fica posicionado entre o propulsor térmico e o câmbio automático de nove marchas. Esse conjunto desenvolve 394 cv de potência e torque combinado de 76,4 kgf.m.
O Tank 300 acelera de zero a 100 km/h em 6,8 segundos e atinge 180 km/h de velocidade máxima. Com uma bateria motriz de tamanho considerável, com 37,1 kWh, pode rodar até 75 quilômetros no modo 100% elétrico.
E também é compatível com carregadores rápidos de corrente contínua, que são aqueles dos eletropostos. Assim, é possível elevar a carga da bateria motriz de 30% a 80% em cerca de 24 minutos.
Eu tenho certeza que quando você ouve falar em carro 4x4 e com chassi de picape já imagina um automóvel bom na terra, mas desconfortável no uso urbano. Mas no caso do GWM Tank 300, você está bem distante da realidade.
Com um belíssimo isolamento acústico - que deixa boa parte dos ruídos do lado de fora - e uma suspensão com bom compromisso entre conforto e estabilidade, o SUV da marca chinesa é supreendentemente confortável no asfalto.
Roda estável e quase livre daquelas oscilações de carroceria comuns nos veículos com chassi convencional. Como uma dessas picapes mais atuais. É claro que um SUV monobloco ainda oferece um rodar mais liso no asfalto, mas o Tank 300 não fica muito atrás.
E de maneira pouco usual para um carro de origem chinesa, o Tank 300 tem vários botões físicos no painel, volante e console central. Isso facilita o acesso a funcionalidades que também podem ser comandadas na multimídia. Curti!
E como você pôde ver nos números de desempenho, o Tank 300 ainda entrega muita agilidade nas ruas, avenidas e estradas. Além da possibilidade de rodar por longos períodos sem gastar uma gota de gasolina.
Mas vale um adendo: diferentemente de outros SUVs híbridos plug-in, que conseguem conviver muito bem sem uma tomada por perto, o Tank 300 exige que o proprietário mantenha a bateria motriz sempre carregada na rede elétrica para extrair o melhor desempenho da máquina.
Até é possível usar o motor a combustão para carregar a bateria motriz. Mas esse padrão de uso faz o SUV da GWM se tornar gastão. No meu teste, consegui média rodoviária de 7,5 km/l ao botar o 2.0 turbo para funcionar como gerador. Não é uma marca ruim para um carro que pesa consideráveis 2.630 quilos. Mas em se tratando de um automóvel híbrido plug-in...
A garantia do Tank 300 é de cinco anos para o veículo e de oito anos ou 200 mil quilômetros para a bateria motriz. O plano de revisões prevê serviços a cada 12. mil quilômetros ou um ano.
Apenas para cumprir as quatro primeiras manutenções obrigatórias, o proprietário terá que desembolsar R$ 6.913,66. Valor 38,5% mais alto que o cobrado pela GWM nas quatro primeiras revisões dos modelos da linha Haval H6. Mas um acréscimo compreensível levando em consideração a maior complexidade mecânica do Tank 300.
E o seguro? Fiz uma simulação no Auto Compara - perfil de homem casado, 38 anos, morador da capital paulista - e a melhor proposta de cobertura completa ficou em R$ 4.204,72. Valor surpreendentemente baixo levando em consideração o preço e o posicionamento do modelo.
O GWM Tank 300 sai por R$ 339 mil. É um preço mais salgado que o da maioria dos SUVs médios. Porém menor que os de outros utilitários esportivos com a mesma proposta mais raiz, como o Toyota SW4 e o Mitsubishi Pajero Sport.
Mas será que vale a pena comprar o Tank 300 para rodar na cidade? Bom. Primeiramente, esse SUV da GWM surpreende pelo belo pacote de equipamentos, desempenho e nível de sofisticação, e também por oferecer uma rodagem bem confortável no asfalto.
Se você é daqueles que curtem a estética off-road raiz, no Tank 300 não será necessário abrir mão do conforto de um automóvel mais urbano para projetar a sua imagem aventureira.
Por outro lado, o SUV da GWM ainda faz muito mais sentido no uso off-road do que na cidade, já que o que não faltam são opções mais adequadas para uso urbano nessa faixa de preço do Tank 300.
Mal comparando, seria a mesma coisa que botar o Usain Bolt para correr os 100 metros rasos com botas de trilha. Tenho certeza que ele iria se sair muito bem. Mas eu e você sabemos que está longe do ideal.
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GWM - TANK 300 - 2026 |
2.0 HI4-T PHEV 4X4 9HAT |
R$ 339000 |
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