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Honda Accord reúne diversas personalidades

Com conjunto mecânico moderno e muita tecnologia embarcada, Honda Accord vai da eficiência à performance

por Marcelo Monegato

Apesar da idade avançada e a memória não funcionar tão bem como há alguns anos, lembro com total nitidez a primeira vez que acelerei um Honda Accord. Era um modelo de oitava geração, que acabava de ser lançado no Brasil com um motorzão 3.5 V6 aspirado de 278 cv de potência e 30,5 kgf.m de torque, transmissão automática e um acerto de suspensão primoroso. Um tesão socar o pé no pedal da direita! Agora volto a ter a missão de avaliar o Honda em sua 10ª geração e, com agradável nostalgia, revivo aquele prazer de estar atrás do volante do Accord (R$ 198.500).
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Só que entre esses anos, o mundo mudou. As normas e leis ambientais ficaram mais rígidas. E a Honda teve que se adaptar. Por isso, a filosofia mecânica do Accord também é outra. Sai os seis ‘canecos em V’ – que tinham a tecnologia de desligar alguns cilindros em busca de economia de combustível e, consequentemente, diminuir as emissões – e entra um motor 2.0 16V Turbo de quatro cilindros em linha e injeção direta de combustível de 256 cv a 6.500 rpm e 37,7 kgf.m de força entre 1.500 e 4.000 giros. Sai também o câmbio automático de seis marchas e entra uma moderna transmissão de dez velocidades.
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O resultado dessa combinação é um Accord extremamente vivo nas mãos. Com a força máxima à disposição entre 1.500 e 4.000 giros, o Honda impressiona nas acelerações e chama uma retomada com a rapidez de um estalar de dedos. A vivacidade é tamanha que nem parece que estamos falando de 1.547 kg distribuídos sobre quatro rodas de alguém que mede longos 4,89 metros de comprimento.
E o interessante é que o Accord consegue transitar em dois mundos completamente opostos para um carro 100% a combustão: o da esportividade e o da eficiência energética.

O Honda disponibiliza três modos de condução. Além de um ‘Normal’, que deixa o setup do modelo importado do Japão com suas configurações de acelerador, direção com assistência elétrica, transmissão e ar-condicionado no modo standard, há o ‘ECON’, que faz o Accord ter respostas mais tardias de aceleração, o volante fica um pouco mais anestesiado e o câmbio trabalha em rotações mais baixas – tudo em busca de uma maior economia de combustível – e o Sport, que deixa todos os parâmetros mais intensos. A transmissão trabalha em marchas mais baixas e faz o motor atuar em rotações mais altas, a direção fica direta e o acelerador mais aguçado (relou no pedal, o Accord responde). Estes modos de condução podem ser selecionados por meio de dois botões no console central.
Apenas para ter uma ideia da mudança de comportamento do Honda, a 120 km/h no modo ECON, o câmbio está em 10ª marcha e o motor funciona a 1.600 rpm. Modo Sport ativado, rodando nos mesmos 120 km/h a transmissão passa a rodar em 7ª marcha e o ponteiro do conta-giros trava a 2.600 rotações, deixando o Accord ‘engatilhado’ para proporcionar uma retomada mais vigorosa.

E nesse modo Sport, o Honda, você pode até não acreditar, mas se transforma em uma deliciosa máquina de ‘rabiscar’ sequência de curvas. Trata-se de um sedã de tração dianteira, mas que entrega um equilíbrio digno de modelos menores, como o próprio irmão Civic. Os controles de tração e estabilidade estão presentes e atuam quando necessário, especialmente quando o piso está molhado, com a aderência baixa. A tecnologia de vetorização de torque também é de série, trazendo para a rota ideal quando o Accord começa a dar sinais de que a frente está escapando.

No entanto, o que mais me agrada no equilíbrio do Honda é o ajuste da suspensão, que é independente nas quatro rodas, trabalhando com filosofia McPherson na dianteira e Multi-link na traseira. O setup é voltado para o firme – algo que remete ao primeiro Accord que dirigi –, mas os amortecedores conseguem absorver muito bem as imperfeições do asfalto, sem dar batidas secas. O resultado é um carro que oscila muito pouco a carroceria, mesmo em mudanças repentinas de direção, transmitindo muita segurança. E as frenagens também – com freios a disco nas quatro rodas e sistemas ABS (antitravamento das rodas) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) – são muito equilibradas.
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SEGURANÇA

Por falar em freios, o Honda Accord tem sistema de frenagem de emergência autônoma. Por meio de sensores e um radar posicionado na dianteira do veículo, o veículo identifica um pedestre ou outro veículo que tenha entrado repentinamente na via e, entendendo a iminência de um atropelamento ou colisão, atua no pedal e freia o carro. Dependendo da velocidade, o Accord para completamente ou atenua os estragos de um possível acidente.
Junto a esse sistema está o alerta de colisão. Ao se aproximar com uma velocidade acima da média de um veículo à frete, alertas sonoro e luminoso (projeto no painel de instrumentos o no head-up display) são disparados.

O Accord ainda é equipado com alerta de saída de faixa de rolagem e controle adaptativo de cruzeiro (ACC), que permite definir a velocidade que o carro deve rodar e a distância do veículo à frente deve manter. Um diferencial é que o sistema inclui tecnologia de permanência na faixa – para funcionar, porém, as faixas na via devem estar nítidas. Um ponto importante: quando estes dois recursos – ACC e permanência na faixa – estão acionados, o motorista deve manter as mãos no volante para que o carro entenda que, em caso de emergência, o motorista está atento para assumir o comando do veículo. Caso não mantenha as mãos, o sistema manda um sinal e desabilita, voltando a deixar o controle do Accord 100% com o condutor.
O Honda ainda tem o alerta de saída de faixa, que emite sinais sonoro e visual no painel de instrumentos, além de tremer o volante, para avisar que o carro está saindo de sua trajetória correta. Neste momento, é muito comum aparecer um alerta de fadiga ao volante, um aviso que na verdade é um toque para o motorista, caso esteja dirigindo há muitas horas seguidas, parar, tomar um café ou mesmo dormir para depois continuar viagem com segurança.

Outra tecnologia voltada para segurança, e que em uma combinação de tração dianteira e motor turbo ‘torcudo’ cai como uma luva, é o sistema de vetorização de torque. Ao identificar que o carro está saindo da rota por conta de a frente estar ‘arrastando’, o sistema passa a jogar mais torque para a roda do lado externo da curva e pinça o frio da roda interna, trazendo o carro para sua trajetória normal. Claro que se o motorista estiver disposto a fazer a frente ir embora, não tem tecnologia que corrija.

E para fechar, que tal oito airbags? Além do duplo frontal, dos laterais e tipo cortina, o ‘executivo japonês’ ostenta bolsas infláveis para os joelhos do motorista e também do passageiro do banco dianteiro, o que é um diferencial mesmo diante de seus concorrentes diretos.

ESPAÇO

Um dos pontos positivos do Honda Accord – e eu não precisaria estar falando isso – é o espaço interno. Além dos 4,89 metros de comprimento, o sedã oferece 2,83 metros de distância entre os eixos. Isso é sinônimo de muito espaço para motorista e, principalmente, passageiros. Ninguém passa aperto e todos podem levar todas as tralhas que achar necessário, pois estamos falando de um porta-malas com uma capacidade absurda de 574 litros.

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O elevado nível de conforto do Accord não se deve apenas ao espaço. O banco do motorista, por exemplo, tem ajustes elétricos de altura, longitudinal, de inclinação do encosto e também da lombar. Os revestimentos são de alta qualidade. Bancos, volante, painel das portas e manopla do câmbio, por exemplo, são em couro. Há black piano e os cromados são trabalhados sem exageros. Um aplique de madeira atravessando o painel de ponta a ponta garante o requinte. Não sou muito fã, mas tem quem goste.

COMODIDADE

O volante do Accord é multifuncional. Por ele é possível controlar todas as funções do painel de instrumentos, que é 100% digital e configurável. Além de mexer, por exemplo, no layout de velocímetro e conta-giros, é possível selecionar a informação que pretende visualizar no computador de bordo. E para não tirar os olhos da estrada, o Head-up Display está disponível com algumas informações.
A central multimídia também é um ponto forte do carro, com tela de oito polegadas sensível ao toque, colorida, e compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Tem fácil manuseio e é extremamente intuitiva, além de rápida. Há sistema de navegação, é possível também ter acesso a algumas informações do computador de bordo e até mesmo configurá-la, arrastando, por exemplo, os recursos que o motorista pretende ter na primeira tela. É uma excelente central multimídia, principalmente quando comparada às centrais de outros modelos da própria Honda, como a atual utilizada pelo HR-V.

CONCLUSÃO

Como automóvel, o Honda Accord merece elogios. Consegue entregar performance, conforto e eficiência energética. Tem um conjunto mecânico refinado – destaque para o casamento harmônico entre motor 2.0 turbo e câmbio automático de dez marchas –, para o excelente pacote de itens tecnológicos voltados para segurança e comodidade, e também para o espaço interno. O valor de R$ 200 mil é alto, já que Ford Fusion e Volkswagen Passat, mesmo em suas configurações todo de linha, custam consideravelmente menos. Mas, convenhamos, quem tem a ‘agradável dor de cabeça’ de ter R$ 200 mil para colocar em um sedã, talvez dinheiro não seja realmente o principal problema – mas a melhor solução!

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