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Só que entre esses anos, o mundo mudou. As normas e leis ambientais ficaram mais rígidas. E a Honda teve que se adaptar. Por isso, a filosofia mecânica do Accord também é outra. Sai os seis ‘canecos em V’ – que tinham a tecnologia de desligar alguns cilindros em busca de economia de combustível e, consequentemente, diminuir as emissões – e entra um motor 2.0 16V Turbo de quatro cilindros em linha e injeção direta de combustível de 256 cv a 6.500 rpm e 37,7 kgf.m de força entre 1.500 e 4.000 giros. Sai também o câmbio automático de seis marchas e entra uma moderna transmissão de dez velocidades.
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O resultado dessa combinação é um Accord extremamente vivo nas mãos. Com a força máxima à disposição entre 1.500 e 4.000 giros, o Honda impressiona nas acelerações e chama uma retomada com a rapidez de um estalar de dedos. A vivacidade é tamanha que nem parece que estamos falando de 1.547 kg distribuídos sobre quatro rodas de alguém que mede longos 4,89 metros de comprimento.
E o interessante é que o Accord consegue transitar em dois mundos completamente opostos para um carro 100% a combustão: o da esportividade e o da eficiência energética.
O Honda disponibiliza três modos de condução. Além de um ‘Normal’, que deixa o setup do modelo importado do Japão com suas configurações de acelerador, direção com assistência elétrica, transmissão e ar-condicionado no modo standard, há o ‘ECON’, que faz o Accord ter respostas mais tardias de aceleração, o volante fica um pouco mais anestesiado e o câmbio trabalha em rotações mais baixas – tudo em busca de uma maior economia de combustível – e o Sport, que deixa todos os parâmetros mais intensos. A transmissão trabalha em marchas mais baixas e faz o motor atuar em rotações mais altas, a direção fica direta e o acelerador mais aguçado (relou no pedal, o Accord responde). Estes modos de condução podem ser selecionados por meio de dois botões no console central.
Apenas para ter uma ideia da mudança de comportamento do Honda, a 120 km/h no modo ECON, o câmbio está em 10ª marcha e o motor funciona a 1.600 rpm. Modo Sport ativado, rodando nos mesmos 120 km/h a transmissão passa a rodar em 7ª marcha e o ponteiro do conta-giros trava a 2.600 rotações, deixando o Accord ‘engatilhado’ para proporcionar uma retomada mais vigorosa.
E nesse modo Sport, o Honda, você pode até não acreditar, mas se transforma em uma deliciosa máquina de ‘rabiscar’ sequência de curvas. Trata-se de um sedã de tração dianteira, mas que entrega um equilíbrio digno de modelos menores, como o próprio irmão Civic. Os controles de tração e estabilidade estão presentes e atuam quando necessário, especialmente quando o piso está molhado, com a aderência baixa. A tecnologia de vetorização de torque também é de série, trazendo para a rota ideal quando o Accord começa a dar sinais de que a frente está escapando.
No entanto, o que mais me agrada no equilíbrio do Honda é o ajuste da suspensão, que é independente nas quatro rodas, trabalhando com filosofia McPherson na dianteira e Multi-link na traseira. O setup é voltado para o firme – algo que remete ao primeiro Accord que dirigi –, mas os amortecedores conseguem absorver muito bem as imperfeições do asfalto, sem dar batidas secas. O resultado é um carro que oscila muito pouco a carroceria, mesmo em mudanças repentinas de direção, transmitindo muita segurança. E as frenagens também – com freios a disco nas quatro rodas e sistemas ABS (antitravamento das rodas) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) – são muito equilibradas.
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SEGURANÇA
Por falar em freios, o Honda Accord tem sistema de frenagem de emergência autônoma. Por meio de sensores e um radar posicionado na dianteira do veículo, o veículo identifica um pedestre ou outro veículo que tenha entrado repentinamente na via e, entendendo a iminência de um atropelamento ou colisão, atua no pedal e freia o carro. Dependendo da velocidade, o Accord para completamente ou atenua os estragos de um possível acidente.Junto a esse sistema está o alerta de colisão. Ao se aproximar com uma velocidade acima da média de um veículo à frete, alertas sonoro e luminoso (projeto no painel de instrumentos o no head-up display) são disparados.
O Accord ainda é equipado com alerta de saída de faixa de rolagem e controle adaptativo de cruzeiro (ACC), que permite definir a velocidade que o carro deve rodar e a distância do veículo à frente deve manter. Um diferencial é que o sistema inclui tecnologia de permanência na faixa – para funcionar, porém, as faixas na via devem estar nítidas. Um ponto importante: quando estes dois recursos – ACC e permanência na faixa – estão acionados, o motorista deve manter as mãos no volante para que o carro entenda que, em caso de emergência, o motorista está atento para assumir o comando do veículo. Caso não mantenha as mãos, o sistema manda um sinal e desabilita, voltando a deixar o controle do Accord 100% com o condutor.
O Honda ainda tem o alerta de saída de faixa, que emite sinais sonoro e visual no painel de instrumentos, além de tremer o volante, para avisar que o carro está saindo de sua trajetória correta. Neste momento, é muito comum aparecer um alerta de fadiga ao volante, um aviso que na verdade é um toque para o motorista, caso esteja dirigindo há muitas horas seguidas, parar, tomar um café ou mesmo dormir para depois continuar viagem com segurança.
Outra tecnologia voltada para segurança, e que em uma combinação de tração dianteira e motor turbo ‘torcudo’ cai como uma luva, é o sistema de vetorização de torque. Ao identificar que o carro está saindo da rota por conta de a frente estar ‘arrastando’, o sistema passa a jogar mais torque para a roda do lado externo da curva e pinça o frio da roda interna, trazendo o carro para sua trajetória normal. Claro que se o motorista estiver disposto a fazer a frente ir embora, não tem tecnologia que corrija.
E para fechar, que tal oito airbags? Além do duplo frontal, dos laterais e tipo cortina, o ‘executivo japonês’ ostenta bolsas infláveis para os joelhos do motorista e também do passageiro do banco dianteiro, o que é um diferencial mesmo diante de seus concorrentes diretos.
ESPAÇO
Um dos pontos positivos do Honda Accord – e eu não precisaria estar falando isso – é o espaço interno. Além dos 4,89 metros de comprimento, o sedã oferece 2,83 metros de distância entre os eixos. Isso é sinônimo de muito espaço para motorista e, principalmente, passageiros. Ninguém passa aperto e todos podem levar todas as tralhas que achar necessário, pois estamos falando de um porta-malas com uma capacidade absurda de 574 litros.Confira todas as informações técnicas do Honda Accord no Catálogo 0km da Webmotors.
O elevado nível de conforto do Accord não se deve apenas ao espaço. O banco do motorista, por exemplo, tem ajustes elétricos de altura, longitudinal, de inclinação do encosto e também da lombar. Os revestimentos são de alta qualidade. Bancos, volante, painel das portas e manopla do câmbio, por exemplo, são em couro. Há black piano e os cromados são trabalhados sem exageros. Um aplique de madeira atravessando o painel de ponta a ponta garante o requinte. Não sou muito fã, mas tem quem goste.
COMODIDADE
O volante do Accord é multifuncional. Por ele é possível controlar todas as funções do painel de instrumentos, que é 100% digital e configurável. Além de mexer, por exemplo, no layout de velocímetro e conta-giros, é possível selecionar a informação que pretende visualizar no computador de bordo. E para não tirar os olhos da estrada, o Head-up Display está disponível com algumas informações.A central multimídia também é um ponto forte do carro, com tela de oito polegadas sensível ao toque, colorida, e compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Tem fácil manuseio e é extremamente intuitiva, além de rápida. Há sistema de navegação, é possível também ter acesso a algumas informações do computador de bordo e até mesmo configurá-la, arrastando, por exemplo, os recursos que o motorista pretende ter na primeira tela. É uma excelente central multimídia, principalmente quando comparada às centrais de outros modelos da própria Honda, como a atual utilizada pelo HR-V.
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