Sem ter muitas novidades para mostrar e ofuscado pelas chegadas ‘barulhentas’ do novo Fit, da segunda geração do City e da sua versão mais ‘apimentada’ Si, o Honda Civic 2015 estreou de maneira discreta no mercado brasileiro. De novo, somente detalhes no visual – especificamente na dianteira e nas rodas de liga leve de 17 polegadas – que, aliás, limitaram-se apenas à versão intermediária LXR (R$ 75.900), que o WebMotors avaliou durante uma semana.
De frente, o Civic ganhou em esportividade. Não tanto pelo arrojo de suas novas linhas, mas principalmente pelo fato de os traços anteriores serem recatados. O para-choque dianteiro tem novos faróis de neblina e ganhou discreto friso cromado na entrada de ar inferior. No entanto, a principal alteração está na grade frontal, agora com texto em colmeia e com grande friso cromado arqueado para baixo – antes, o friso era reto e junto ao capô.
Outro ponto são as rodas de liga leve de 17 polegadas, que trazem novo desenho e utilizam pneus 205 / 50R17 93W.
Em todo resto – laterais e traseira -, o Civic continua idêntico ao 2014.
ACELERANDO
Rodando, o Honda continua o velho e bom Civic, o que já não é tão bom assim como antes. Seu motor 2.0 16V bicombustível entrega 155 cv de potência máxima a 6.300 rpm e 19,5 kgf.m de torque a 4.800 giros. Comparado ao 2.0 16V de seu arquirrival, o Toyota Corolla (153 cv e 20,7 kgf.m), o Honda vai bem, entregando boas acelerações e excelentes respostas – muito graças ao equilibrado escalonamento da transmissão automática de cinco marchas (opção de trocas manuais pelas aletas atrás do volante).
No entanto, quando pensamos em outros concorrentes, como os turbinados Volkswagen Jetta TSI de 200 cv e o agora também flex Citroën C4 Lounge THP de até 173 cv, e mesmo o com injeção direta – e também bicombustível – Ford Focus Sedan de 175 cv de potência máxima, o Civic mostra estar defasado. Além de mais potentes, estes carros entregam torque maior em uma faixa mais ampla de rotações, o que amplia (e muito) o desempenho frente ao Honda. Talvez tenha chegado a hora de a marca japonesa arriscar um turbo aqui no Brasil – 2015? Quem sabe...
Com as novas rodas e pneus, o sedã fabricado em Sumaré, interior de São Paulo, ficou mais dinâmico nas respostas do volante, agregando certo ‘tempero’ ao volante, que tem aletas atrás, possibilitando as trocas manuais – um plus para quem gosta de ter mais o controle do carro nas mãos. Ponto positivo para o ajuste firme da suspensão, que não sofreu qualquer tipo de alteração com a adoção.
Um ponto que o Civic fica devendo é na ausência total de controles de estabilidade e tração, que muitos de seus concorrentes já oferecem de série. Freios com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) são de fábrica, mas não são diferenciais.
Algo importante a ser destacado é a função Econ. A partir do acionamento de um botão do lado esquerdo ao volante, o motorista opta por um funcionamento do conjunto mecânico que prima pela economia de combustível. De acordo com dados da própria Honda, o nível de consumo urbano é de 6,4 km/l com etanol e 9,7 km/l com gasolina. Na estrada os índices ficam em 9,4 km/l (etanol) e 13,8 km/l (g).
CONFORTO OK
O Civic é um sedã médio racional. Não entrega qualquer tipo de fru-fru para agradar clientes mais exigentes. Assim sendo, seu acabamento é extremamente correto – materiais de boa qualidade e peças perfeitamente encaixadas. Os bancos e o volante multifuncional são revestidos em couro.
Ainda chama a atenção – e agrada – o painel de instrumentos em dois andares. O que incomoda, no entanto, é pequena tela de apenas 5 polegadas do lado direito do velocímetro onde são exibidas informações do computador de bordo e exibe a imagem da câmera de ré – item de série, mas que não vem acompanhado do sensor de estacionamento (mais um leve pênalti do Civic).
O conforto também está presente em pequenos detalhes, como ajustes de altura e profundidade da coluna de direção, e regulagem de altura do banco do motorista – todos mecânicos. Atrás, ponto positivo para o assoalho plano.
Entre os itens de séria, a opção LXR oferece ar-condicionado eletrônico digital, controlador e limitador de velocidade, conectividade Bluetooth, rádio CD player com MP3, entradas USB e auxiliar e airbag duplo frontal. Falta ainda um sistema de navegação GPS e airbags laterais e tipo cortina, que são de série em alguns concorrentes.
CONCLUSÃO
O Honda Civic deixou de ser referência. Não tem o melhor custo-benefício, o design mais atraente, o espaço interno mais amplo ou o desempenho mais empolgante. No entanto, com um consumidor fiel que não fica na mão – sobra confiabilidade a seu conjunto mecânico -, e um pós-venda de qualidade, suas vendas vão muito bem (obrigado!), com 47.994 unidades emplacadas entre janeiro e novembro, de acordo com a Fenabrave (Fcaptionação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) – apenas o Corolla vendeu mais entre os sedãs médios: 55.703.
Consulte preços de carros novos e usados na Tabela Fipe e WebMotors.



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