Honda Civic Si: versão põe fim à sobriedade do sedã


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Luís Figueiredo
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- Primeira marcha engatada, acelerador no assoalho, o Civic Si despeja com vigor seus 192 cv no asfalto da Curva do Sol, enquanto o conta-giros vai subindo, subindo, subindo até atingir a marca de 8.000 rpm.

A luz de alerta para mudança de marcha shift light começa a piscar no painel a 7.500 rpm, antes do corte de injeção, que ocorre a 8.400 rpm. Espeta-se segunda e terceira marchas e o Si entra na Reta Oposta do circuito de Interlagos. Não haveria lugar melhor para que a Honda apresentasse o novo esportivo. Quarta, quinta e chega a Curva do Lago, à esquerda. Os novos discos de freio dianteiros com 30 cm de diâmetro, no lugar dos de 26 cm, mantêm a serenidade.

Em 3ª marcha o Civic desliza na curva até a zebra e mostra o perfeito acerto de suspensão. As estruturas são as mesmas, porém largamente modificadas. Foram adotadas molas 17% mais rígidas à frente McPherson e atrás braços triangulares sobrepostos, amortecedores 45% mais firmes na dianteira e 40% na traseira. Estabilizadores de maior diâmetro 27 e 22 mm, frente/atrás, ante 17/10 mm nas versões LXS e EXS finalizam o conjunto que aumentou em 30% a resistência à inclinação da carroceria em curvas.

Tudo isso auxiliado pelos pneus Michelin 215/45 R17, código “V”, para até 240 km/h, em rodas de 17 polegadas. Some-se a eles a direção ainda mais rápida, com relação de 13,6:1 13,7:1 nas versões “normais”, e nessa versão com exclusiva assistência elétrica, e tem-se dirigibilidade ágil e precisa. Interessante é o volante, exatamente o mesmo das outras versões – tão bom em empunhadura e diâmetro que não era necessário mexer nele.

Toda a sobriedade que anteriormente desagradava no Honda Civic foi-se embora nesta quinta-feira 08 de março. A data coincide com a chegada das primeiras unidades às concessionárias da marca, que o venderão a princípio apenas nas cores preta e vermelha por R$ 99.500,00. A expectativa é inicialmente conservadora, de 1.200 unidades até o final do ano talvez devido ao preço do carro, aparentemente salgado.

Esse conservadorismo certamente virará pó depois de algumas voltas no mais potente carro nacional equipado com motor naturalmente aspirado. O VW Golf GTi, a ser apresentado até o final do mês, deverá ser o mais potente brasileiro, mas se valerá de turbocompressor para chegar a 195 cv.O motor é da família K K20Z3, a mesma que equipa o Accord, um quatro-cilindros de 2 litros de cilindrada, com quatro válvulas por cilindro e duplo comando de válvulas. É equipado com o sistema i-VTEC – aqui mais sofisticado, pois há variação também para as válvulas de escapamento, além daquelas de admissão.

Sua potência máxima é de 192 cv, que chega a surpreendentes 7.800 rpm. O segredo é esse mesmo: fazê-lo girar muito mais para aumentar o fluxo de ar na câmara de combustão e assim conseguir maior potência. A engenharia da Honda assegura que todos os componentes foram projetados para suportar os altos regimes de rotação, sem prejuízo. E se for seguida a recomendação da Honda de abastecer o Si com gasolina premium ou Podium esta apenas da Petrobras a potência pode ser pouco maior. O tanque de combustível tem 50 litros de capacidade, ainda pouco para o carro.

São 19,2 kgfm de torque máxima a 6.100 rpm, rotação à primeira vista demasiado alta, o que comprometeria a agilidade em baixa. Mas há o sistema i-VTEC e 90% desse total estão disponíveis já na faixa de 2.700 rpm, baixando um pouco logo em seguida e atingindo o pico às 6.100 rpm. Dada essa característica, o Si “empurra” duas vezes: no começo da aceleração e no final, caso se mantenha o pé no fundo. É como se o motor dissesse “é desempenho o que queres? É desempenho que terás”.

O motor demonstra grande suavidade de funcionamento, graças à aplicação de árvore contra-rotativa, que elimina as vibrações. Combinado ao novo câmbio manual de 6 marchas o motor forma conjunto perfeito para performance empolgante, sem descuidar do conforto em viagens. A caixa é uma legítima “5+E”, em que da 1ª à 5ª as relações são baixas, com marchas curtas e próximas entre si. Permite trocas rápidas, para o que colabora o perfeito comando de câmbio, ou que se retome velocidade sem redução – outra marcante característica do motor com sistema de variação de válvulas.

Comparada à caixa manual de 5 velocidades das versões LXS e EXS, a do Si ficou até 20% mais curta em algumas das marchas. A 6ª funciona como sobremarcha overdrive, baixando as rotações e servindo para velocidade de cruzeiro. A velocidade máxima, não divulgada pela Honda, certamente superior aos 200 km/h, é atingida em 5ª. Para a aceleração de 0 a 100 km/h pode-se estimar tempo próximo de 7,5 segundos.

O diferencial é sensível ao torque, o que também colabora para saídas de curva realmente rápidas. A Honda o denomina LSD limited slip differential, diferencial de deslizamento limitado. Caso haja perda de aderência em uma das rodas motrizes, o torque é transferido para a outra. O sistema garante, também, condução mais segura, para o que concorre o sistema VSA, de assistência à estabilidade, que integra o controle de tração. Pode ser desligado por meio de tecla no painel, dando ao piloto a liberdade para usufruir o máximo do Si. Outra alteração mecânica foi a adoção de semi-árvore intermediária no eixo dianteiro, que elimina o efeito chamado esterçamento por torque – tendência do veículo de “puxar” para o lado da semi-árvore menor, especialmente quando há mais potência, caso do Si.

Externamente a nova versão caracteriza-se, além das novas rodas, pelo defletor na tampa do porta-malas que permanece com os parcos 340 litros de capacidade, os adesivos nas laterais e a nova insígnia na traseira e na grade dianteira – esta é também nova, agora pintada na cor do carro.

No interior são novos os bancos dianteiros, tornados mais envolventes, de forma a apoiar melhor motorista e passageiro. O revestimento é em veludo preto, sem opção de couro – segundo a Honda, faria o corpo deslizar nas curvas. O painel é o mesmo, mas os instrumentos ganharam iluminação em vermelho, mais condizente com a proposta do carro. Os pedais são esportivos, feitos de alumínio. A carroceria continua com opção única de 4 portas, sem previsão para um 2 portas.

O Civic Si agrada pelo conforto a bordo e pelos equipamentos, como airbag duplo, ar-condicionado digital, toca-CD com capacidade para 6 discos e leitor de arquivos MP3 e WMA. E por permitir aos ocupantes ouvir com clareza o som do motor subindo de giro em mais uma volta pelo asfalto quente de Interlagos. Renault Mégane Grand Tour x Toyota Fielder

Fiat Palio 2008

Rolls-Royce Phantom

Honda Fit Flex

Ford Fiesta 2008
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