Na última vez que dirigi um JAC J3 Turin, a marca estava em evidência por causa de um apresentador de TV que repetia insistentemente o slogan “o carro que não tem opcional” em um comercial. Realmente, o modelo chamava a atenção pelo bom custo-benefício e pela garantia de longos seis anos.
Três anos se passaram desde o lançamento do J3 no Brasil e, como era de se esperar, só o bom preço e a longa garantia já não são suficientes para aumentar as vendas. Por isso, no ano passado a JAC promoveu uma atualização estética tanto no hatch quanto no sedã e, de quebra, deixou a dupla “mais esportiva” com as versões S, que trouxeram alguns penduricalhos à dupla.
Para 2014, a principal novidade do J3 Turin S é a adoção do motor 1,5L 16v VVT, bicombustível, que já estava presente no J3 S. A ideia é que o modelo ganhe um gás nas vendas. Retiramos a versão para teste para conferir se as mudanças foram suficientes para o salto nas comercializações.
É inegável que o J3 Turin tratou de se atualizar nestes três anos de mercado. Além das mudanças estéticas no exterior e interior, o kit esportivo ficou bem ajustado ao sedã.
Por fora, O J3 Turin S traz máscara negra nos faróis, rodas de alumínio de 15 polegadas com desenho exclusivo e faixas laterais, pretas ou brancas, dependendo da cor da carroceria. Atrás, as únicas diferenças são as inscrições “J3 Turin S” e “Jet Flex” coladas na tampa do porta-malas.
Por dentro, o modelo conta com soleiras e o conjunto de pedaleiras de aço inoxidável. A iluminação do painel de instrumentos (cluster e rádio com CD player) perdeu a iluminação indireta azul e recebeu a cor predominantemente vermelha. Os bancos, por sua vez, têm novo revestimento. Por fim, o pomo da alavanca de câmbio é preto.
A cabine continua simples como da última vez que rodei com o modelo, há cerca de dois anos, com muito plástico espalhado pelo painel e portas, mas o T4 Turin está com uma aparência mais refinada. O painel de instrumentos, por exemplo, traz medidores separados para conta giros e velocímetro. O painel central também está harmonioso com o novo sistema de som e ar-condicionado.
Nas dimensões nenhuma mudança. O J3 Turin S acomoda bem quarto adultos e o porta-malas se encarrega, sem problemas, das malas (são 490 litros de capacidade maxima.
Enfim, ficou esportivo?
O novo motor quatro cilindros flexível de 1,5L, desenvolve 125 cv (gasolina) ou 127 cv (etanol) a 6.000 rpm, com torque máximo de 15,5 kgfm (G) e 15,7 kgfm (E) a 4.000 rpm.
Na comparação com o bloco original de 1,3L, somente a gasolina, do J3 convencional, a evolução é evidente. Mas não, o J3 Turin S não tem aptidão esportiva. O sedã se sai bem no dia a dia do trânsito e traz boas arrancadas no semáforo, mas vai exigir trocas de marchas em subidas mais ingremes e certa paciência nas retomadas. O câmbio continua sendo o manual, de cinco marchas, mas agora as trocas ficaram mais.
Segundo a marca, O Turin S se aproxima dos 200 km/h de velocidade máxima e precisa de menos de 10 segundos para chegar a 100 km/h nas arrancadas. Números que impressionam no papel, mas que dificilmente se comprovam na prática.
O J3 Turin S ainda conta com uma boa lista de equipamentos. São itens de série: airbag duplo, freios com ABS e EBD, sensor de estacionamento traseiro, volante com regulagem de altura, CD MP3 player com entrada USB, sistema de som com seis alto-falantes, entre outros. O adoção do motor 1,5L flex sem dúvida marca uma evolução mecânica comparado ao antigo propulsor, já a garantia continua a ser de seis anos e o preço pedido (R$ 41.990) é competitivo frente aos rivais, mas talvez falte um apresentador de TV na vida do J3 Turin S para que as vendas voltem a crescer.