JAC T6 tenta conquistar pelo tamanho

SUV grande tem preço de médio, mas o custo-benefício para por aqui


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Lukas Kenji
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Porte de SUV grande por preço de SUV médio. Essa é o ponto-chave do JAC T6, modelo que abandona a tradição da marca em oferecer um produto com pacote único de itens de série. O utilitário parte de R$ 69.990, chega aos R$ 73.990 na versão intermediária, até os R$ 75.990 na configuração topo de linha testada pela WebMotors.

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“Tamanho de ix35 e preço de EcoSport.” Esse foi o mote apresentado pela fabricante chinesa durante o lançamento do T6 no Brasil, em abril. Mas, não só os 4,47 metros de comprimento e 1,84 m de largura são semelhantes ao Hyundai. O desenho da carroceria também traz o sul-coreano como referência – somente a parte traseira destoa deste conceito ao carregar os traços do Audi Q5.

Já o custo-benefício, quesito tradicional dos produtos da JAC no Brasil, sofreu um baque. Ele só é latente se o comprador optar pela versão completa. Isso porque itens diferenciais como travas elétricas, câmera de ré, faróis e lanternas de neblina, central multimídia, volante multifuncional e vidros elétricos não são itens dispostos na versão básica, que por sua vez, não é mais em conta em relação aos concorrentes – o Jeep Renegade, por exemplo, também parte de R$ 69.990.

Os equipamentos de série na configuração de entrada são direção elétrica, ar-condicionado eletrônico, retrovisores elétricos e computador de bordo.

O destaque entre os equipamentos é o sistema multimídia com tela de sete polegadas sensível ao toque capaz de espelhar a tela do smartphone por meio do cabo do aparelho. Ou seja, o condutor pode controlar diversas funções do aparelho pela tela do carro. O dispositivo só não está disponível em produtos da Apple, que não autoriza tal manobra.

A tecnologia mirror link funciona bem, salvo algumas travadas. Já o trabalho do rádio é um pouco irritante. Na unidade testada, o aparelho só era audível em volumes altos, isto é, era preciso escolher entre conversar com o passageiro ou ouvir música. Outro fator frustante ficou por conta do som desagradável emitido pelo rádio a cada função selecionada.

Fora esses detalhes, a experiência interna é agradável. A suspensão (McPherson independente na dianteira e multi link na traseira) atua bem em cenário urbano. Só é um pouco molenga em curvas em alta. O acabamento interno melhorou perante outros modelos da JAC em relação a encaixe, mas ainda pode progredir com a qualidade dos materiais.

Aqui, o porte grandalhão do carro volta a fazer diferença. Mesmo guardando 2,64 de entre-eixos que promovem espaço de sobra para as pernas, o T6 não pouca porta-palas. São 610 litros de volume.

CONJUNTO DE FÔLEGO

O T6 também vai bem em termos de desempenho. Vale elogio ao motor 2.0 16V bicombustível de 160 cv a 6.000 rpm. O propulsor é aspero, mas tem fôlego de sobra e carrega bem o veículo de 1.460 quilos tanto em ciclo urbano como na estrada. Basta ver observar o torque de 20,6 kgf.m presente já aos 3.000 giros para ter noção de que o SUV anda bem.

A transmissão manual de cinco velocidades continua com engates precisos, legado dos modelos mais antigos da JAC. A embreagem, entretanto, foi ajustada em posição muito elevada. Demora até acostumar-se com ela. Ou seja, não fique frustrado se o carro ‘morrer’ algumas vezes.

No final das contas o JAC T6 vale a pena para quem está à procura de um SUV grande, mas não tem R$ 100 mil (ou mais) sobrando para ir para cima de um Kia Sportage ou um Honda CR-V.

Já o slogan de “carro completo”, disseminado pela JAC, não cabe ao T6. Ou seja, o pacote de itens de série não é um diferencial do utilitário como é em outros modelos da linha e as versões mais caras não entregam muito mais em relação aos concorrentes – basta notar que o chinês não oferece câmbio automático (ao menos, por enquanto), equipamente essencial para quem procura por um SUV.

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