Jaguar F-Type Coupe é um esportivo puro sangue

O primeiro real esportivo da marca em 50 anos vale a compra, mas só se for na versão correta


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Mike Motoring
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Nota do Editor:

 

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A partir de hoje (14), o WebMotors conta com um parceiro de peso vindo do outro lado do mundo. O site Motoring é um dos principais canais editoriais dedicados ao mercado automotivo da Austrália. A estreia da parceria não podia ser de forma melhor, com um esportivo que tem resgatado a alma dos antigos Jaguar. Apreciem.

 

Grande abraço,

 

Rodrigo Ferreira – Editor WebMotors

 

(Espanha/ Lleida) - Marcas como Mercedes-Benz e BMW vendem mais de 20 veículos para cada Jaguar, ainda que a empresa do felino crie respostas muito mais fortes na maioria dos entusiastas do carro do que os ícones alemães comparáveis.

 

É verdade que nem todos os estímulos são positivos. A Jaguar ainda tem baixa reputação quando o assunto é a confiabilidade dos seus carros. Por outro lado há uma opinião quase unânime de que a marca britânica sabe como construir carros bonitos. O mais recente Jaguar, uma variação cupê esportivo F-Type não é exceção.

 

O F -TYPE irá exigir e receber muito mais page views, centímetros de coluna de jornal e quadros de vídeo do que o seu volume de vendas, rentabilidade, relevância ou mesmo até mesmo o desempenho merece. E é aí que reside a força inerente e latente desta que é a mais britânica das marcas - apelo quase irresistível.

 

O F-Type Coupe chega ao mercado brasileiro no fim do primeiro semestre. Ele será oferecido em três versões: um V6 com 339 cv de potencia máxima, um V6 sobrealimentado para a versão intermediária “S” e um sonoro motor V8 de 550 cv para a topo de linha, “R”. 

 

 

Como os irmãos conversíveis, o F -TYPE é estritamente um modelo de dois lugares . Dimensões como distância entre-eixos e comprimento não sofreram alterações. É um carro esguio que oferece uma cabine bastante larga, com muito espaço. O Coupe compartilha portas e painéis com o carro aberto, mas pára-brisas , o teto e sua estrutura são únicos.

O F-Type conta com teto que pode ser de vidro ou alumínio. A utilização do material em sua estrutura resulta em um aumento de 80% na rigidez da carroceria – um enorme bônus quando falamos em refinamento e desempenho de chassis.

 

A Jaguar afirma que a estrutura do F-Type é a mais rígida já produzida em sua história. É também uma das mais belas visualmente falando. O F-Type quase ecoa o conceito que anunciava a chegada do "novo E- Type”.

 

Espaçoso em comparação com alguns no segmento, a área do porta-malas é grande. O suficiente para uma mala de tamanho decente. Para o registro, a Jaguar informa uma capacidade de 407 litros.

 

Em termos de equipamento, a lista entre cupê e roadster é consistente também.

 

A versão de entrada do F-Type está equipada com assentos esportivos em couro, acabamento em alumínio no interior, borboletas para troca de marchas atrás do volante e tela sensível ao toque com sistema de áudio e navegação.

 

Mecanicamente, o componente chave é o motor 3.0, V6, sobrealimentado, capaz de entregar 339 cv de potência máxima e torque de 45,88 kgfm. Segundo a marca, o modelo pode sair da inércia e chegar aos 100 km/h em 5,3 segundos.

 

O F-Type conta com um sistema de escape esportivo e rodas de alumínio de 18 polegadas de diâmetro, porém os consumidores do carro, mesmo na versão de entrada, podem escolher entre rodas maiores, com 19” ou 20”.

 

A versão intermediária, F-Type S, conta com uma versão mais potente do mesmo motor V6. Ele desenvolve 380 cv e torque de 46,90 kgfm. Desta forma, ele cumpre a prova do 0 aos 100 km/h 0,4 s mais rápido que a versão de entrada. Ele ainda está equipado com um sistema de suspensão adaptativa, freios mais poderosos e rodas de 19”. Há ainda um diferencial de deslizamento limitado. 

 

 

O sistema de exaustão ativa dá um tom diferenciado ao som do F-Type S quando comparado com a versão conversível.

 

O interior do S também eleva o nível das coisas. Conta com assentos esportivos totalmente revestido em couro, acabamento em alumínio escurecido “Dark Hex”, sistema de iluminação da cabine variável, entre outros itens.

 

V8 endiabrado

 

No topo da gama está o F-Type R, que conta com aquele tal V8. O motor 5.0 que arrasa no XFR-S não é menos viciante neste carro. Ele é capaz de entregar 549 cv de potência máxima e torque de 69,34 kgfm. Segundo a marca, ele faz de 0 a 100 km/h em 4,2 s, mas o carro passa a impressão de ser mais rápido que isso. Onde a estrada oferece espaço suficiente, a velocidade máxima pode superar os 300 km/h.

A receita do F-Type R cupê não é muito diferente do S conversível com motor V8, ainda que a sensação de dirigir e sua personalidade sejam – únicas. 

 

As melhorias no V6 incluem rodas de 20 polegadas e quatro saídas de escape. Há também o diferencial eletrônico ativo traseiro e sistema de vetorização de torque (pela primeira vez oferecido pela Jaguar).

 

Um toque agradável disponível nas versões S e R é o botão de seleção de modo de condução, que lembra o seletor de uma aeronave. Isso dá um toque divertido a uma cabine sóbria, porém muito bem acabada. 

 

 

O seletor de modo de condução oferece a opção entre inverno, chuva e neve a modos normais. Também há o modo iDynamic. Este permite que o motorista leve as configurações de fábrica ao limite do motor, câmbio, suspensão e dirigibilidade ou ajuste uma de sua preferência para cada um destes quesitos. Há ainda uma série de informações acessíveis no sistema, incluindo tempo de volta e gráficos que indicam a força G.

 

O controle de estabilidade oferece a escolha de padrão , Track e desligado. Se você optar por este último melhor ter juízo - especialmente no V8!

 

Avaliação: Vá de V8

 

Nós avaliamos o F-Type S V6 também em outros lugares. Nosso repórter na Europa, Michael Taylor, não foi muito de elogios. Segundo ele, um modelo nervoso, mas ao mesmo tempo maçante.

Depois de dirigir o carro por aí, tenho que concordar. Há uma diferença significativa entre a performance e a natureza das versões S e R. Suficiente para justificar a diferença abismal de preço entre as duas variações? É bastante possível. 

Com pista molhada, uma pista nova e quase 72 kgfm de torque (do V8) jogados nas rodas traseiras não são uma boa receita para se analisar de forma mais aprofundada todas as características de dirigibilidade do carro. Basta dizer que nosso tempo de volta e nossa primeira experiência com o F-Type R na pista de Motorland Aragon foi mais um teste de aderência dos pneus do que qualquer visão significativa a respeito de levar ao limite este primeiro verdadeiro esportivo da Jaguar em 50 anos.

 

Após um punhado de voltas, consegui encontrar um ritmo para o F-Type R e a eficácia (em todos os sentidos) dos freios de cerâmica de carbono. Mas não mais que isso. Os níveis de aderência eram tais, que qualquer modificação na pressão sobre o acelerador fazia com que o carro saísse de lado e a luz do controle de tração piscasse no painel, retardando o motor. 

 

 

E que diferença um dia faz. Com pista seca, encaramos a versão R e seu motor V8. Enquanto a frente e a traseira da variante S pareciam não entrar em acordo, o V8 apresentou uma postura que era totalmente diferente.

 

Mesmo tendo em conta a diferença de aderência na pista seca , ficou claro que o V8 andava melhor e estava possuído de aderência mais natural - especialmente na parte frontal. A resposta da direção pareceu mais linear com uma ponderação mais uniforme.

 

Enquanto o V6 parecia não entregar a potência prometida, o V8 demonstrou ser na pista um carro brilhantemente musculoso. Há aquele empurrão adequado disponível em qualquer velocidade. 

 

E durante o tempo todo há aquela maravilhosa trilha sonora do V8. A coisa mais próxima que eu dirigi por anos que se aproximou do McLaren Mercedes SLR. Grande, nervoso quando provocado, cuspindo e pipocando, o motor V8 do F-Type R soa como um verdadeiro V8 de um carro de corrida.

 

 

O câmbio Quickshift de oito velocidades é muito provavelmente a melhor transmissão automática que eu já usei. As trocas conseguem ser mais rápidas do que muitos sistemas com dupla embreagem. Ele também permite reduções em algumas rotações do motor que uma caixa normal simplesmente sofreria. Minha única crítica (e é muito pequena neste caso) é a falta de um verdadeiro modo de trocas manuais. Caso contrário, simplesmente brilhante.

 

Com tudo isso, não é de se admirar que após rodar 120 quilômetros na pista eu comecei a esquecer o desapontamento que foi andar com o V6. E depois disso comecei a considerar o F-Type R como uma boa alternativa ao Porsche 911 Carrera S. Algo que a Jaguar tanto deseja.

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